Famílias desabrigadas no RS terão seis meses de isenção nas parcelas de financiamento com FGTS. Em SP, juros altos impulsionam vendas nas extremidades de renda e classe média fica espremida. Caixa faz alerta sobre crédito habitacional.
- Famílias desabrigadas no RS terão 6 meses de isenção nas parcelas de financiamento com FGTS
- Em SP, juros altos impulsionam vendas nas extremidades da renda e espreme a classe média
- Mercado de luxo: vendas sobem 70 por cento em Goiânia e lançamentos dobram em Fortaleza
- “Estamos trabalhando no limite”, diz presidente da caixa sobre crédito habitacional
Famílias desabrigadas no RS terão 6 meses de isenção nas parcelas de financiamento com FGTS
Diante da emergência no Rio Grande do Sul, o governo federal decidiu suspender, por até seis meses, a exigência de pagamento das parcelas de financiamentos imobiliários com recursos do FGTS. A medida atinge contratos do programa Minha Casa, Minha Vida e do Pró-Cotista. Para solicitar a suspensão das parcelas, os beneficiários devem entrar em contato com a Caixa Econômica Federal.
Além disso, as vítimas das enchentes também poderão fazer o Saque Calamidade pelo FGTS (até R$ 6.220,00 por conta). O presidente da Caixa, Carlos Vieira, informou que o banco já iniciou o levantamento dos imóveis disponíveis e definição dos critérios de acesso e diretrizes à moradia para quem perdeu tudo. Ele também mencionou a possibilidade de investimentos, na ordem de R$ 20 bilhões, para a construção civil e outros setores.
Vieira disse ainda que a instituição estuda destinar parte da arrecadação da modalidade de loteria chamada “milionária” para o RS. “Achamos que podemos fazer uma arrecadação de cerca de R$ 100 milhões”, disse, acrescentando que a ação depende de aprovação do governo federal.
Segundo levantamento preliminar do Ministério das Cidades, a devastação no RS afetou principalmente o setor habitacional, com mais de 97,3 mil moradias danificadas e 9,2 mil completamente destruídas. Estima-se que sejam necessários ao menos R$ 4,6 bilhões para restaurar as habitações inundadas.
Fontes: Valor Econômico e Correio Braziliense
Em SP, juros altos impulsionam vendas nas extremidades da renda e espreme a classe média
O mercado imobiliário de São Paulo enfrentou uma dinâmica peculiar no último ano, marcado por um efeito montanha-russa, impulsionada pelos juros elevados. De acordo com o Anuário DataZAP do Grupo OLX, as vendas de imóveis na ponta da pirâmide sócio-econômica – acima de R$ 1 milhão – e no extremo inferior – abaixo de R$ 350 mil – registraram os maiores aumentos. Os imóveis de alto padrão saltaram 72% em vendas, e os mais acessíveis tiveram um crescimento de 13%, destacando uma polarização no mercado.
A tendência espremeu a classe média, especialmente na busca por opções em áreas mais valorizadas da capital paulista. As vendas da faixa de imóveis que tradicionalmente atende esse segmento, com valores entre R$ 350 mil e R$ 1 milhão, tiveram queda de 6%. Segundo analistas, este é um reflexo direto da estrutura de financiamento imobiliário do país, onde as rendas médias têm menor dependência de empréstimos e a baixa renda beneficia-se de subsídios governamentais.
Neste cenário, a classe média fica mais vulnerável aos efeitos dos juros elevados, o que, por sua vez, influencia as decisões das incorporadoras. Com menos lançamentos voltados para esse público, a oferta de imóveis adequados às necessidades e capacidades financeiras diminuiu. Agora, há um desafio crescente para o segmento de médio padrão no mercado imobiliário paulistano.
Fonte: Folha de S.Paulo
Mercado de luxo: vendas sobem 70 por cento em Goiânia e lançamentos dobram em Fortaleza
O mercado imobiliário voltado para o luxo ganhou destaque em capitais como Goiânia e Fortaleza em 2023, segundo dados do Anuário DataZAP. Em Goiânia, as vendas deste tipo de imóvel dispararam, registrando um aumento de 70%. No Ceará, a construção civil também voltou atenções para o segmento de alto padrão, com um aumento de 104% no número de unidades lançadas em 2023, alcançando um total de 574 novas unidades. O crescimento nos lançamentos superou o dos imóveis econômicos, que apresentaram aumento de 92% em lançamentos, totalizando 2.967 unidades.
Em Fortaleza, o preço do metro quadrado de luxo em 2023 alcançou R$ 14,1 mil. A cifra representa um crescimento de 25% na comparação com 2022. Apesar do foco nos imóveis de luxo, o segmento econômico liderou em vendas na capital cearense, com um crescimento de 130%, enquanto os imóveis de luxo tiveram um aumento mais modesto de 8% e os de médio/alto padrão registraram uma alta de 23%.
Além disso, em Fortaleza, o preço do metro quadrado para imóveis de luxo em 2023 foi de R$ 14,1 mil, representando um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Esse crescimento no valor do metro quadrado reflete a valorização contínua dos imóveis de alto padrão na região, destacando a demanda crescente por moradias de luxo, apesar das variações nos outros segmentos do mercado.
Fontes: Diário da Manhã e Diário do Nordeste
“Estamos trabalhando no limite”, diz presidente da caixa sobre crédito habitacional
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, alerta para os desafios futuros da instituição em relação ao crédito habitacional, caso medidas não sejam tomadas para aumentar a disponibilidade de recursos para o setor. Segundo Vieira, embora a situação esteja controlada para 2024, o futuro em 2025 permanece incerto. “Estamos trabalhando no limite da capacidade de funding”, afirmou.
Vieira destacou a necessidade de medidas como a criação de um mercado secundário de crédito imobiliário e a participação de fundos de pensão no setor habitacional. Essas ações seriam cruciais para sustentar o financiamento da habitação no Brasil.
Apesar das preocupações com o financiamento, a Caixa reportou bons resultados no segmento imobiliário no primeiro trimestre. A instituição busca um crescimento constante e sólido, apoiando-se em recursos do FGTS e de poupança.
A vice-presidente de riscos, Henriete Sartori, mostrou preocupação com a inadimplência, que teve aumento no primeiro trimestre devido à sazonalidade e fechou março em 2,34%. Espera-se uma redução nos próximos meses.
Fonte: Valor Econômico