Cbic prevê alta nos preços de imóveis em 2025 com retração nos lançamentos. No 4o trimestre de 2024, mercado imobiliário desacelerou e interesse por usados subiu. Unidades compactas até 45 m² dominam setor imobiliário em São Paulo.
- Preços dos imóveis devem subir em 2025 com retração nos lançamentos, aponta Cbic
- Mercado imobiliário desacelera e interesse por usados aumenta no 4o tri
- São Paulo: império das kitnets com 80 por cento das vendas em imóveis de até 45m²
- Saiba qual a renda necessária para financiar imóveis nas principais ruas de São Paulo e Rio de Janeiro
Preços dos imóveis devem subir em 2025 com retração nos lançamentos, aponta Cbic
O mercado imobiliário brasileiro registrou crescimento no quarto trimestre de 2024, com aumento de 10,1% nos lançamentos e 19,1% nas vendas em comparação ao mesmo período de 2023, segundo relatório da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
O programa Minha Casa, Minha Vida foi um dos principais impulsionadores, com aumento de 44,2% nos lançamentos e 43,3% nas vendas. Isso se deve ao aumento do teto do programa para R$ 350 mil e do subsídio para R$ 55 mil, utilizando recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Apesar da expectativa de demanda aquecida em 2025, a elevação da taxa Selic e a redução do crédito via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) podem desacelerar os lançamentos. Fatores como escassez de mão de obra e aumento dos custos de materiais também devem pressionar os preços.
“Ainda bem que o orçamento [pelo FGTS] é o mesmo e tem a trava para imóveis usados”, afirmou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, referindo-se às restrições de uso do FGTS para financiar imóveis usados.
No acumulado de 2024, o setor cresceu 18,6% em lançamentos e 20,9% em vendas. O Sudeste liderou o mercado, seguido pelo Nordeste, que respondeu por quase metade das transações nacionais. A região Norte se destacou com crescimento de 49,1% nas vendas.
Embora tenha afirmado que “o mercado imobiliário continuará forte, apesar dos desafios” em 2025, o presidente da Cbic, Renato Correia também alerta para que os imóveis para classe média e alta devem ser mais afetados pela conjuntura macroeconômica, com “menor volume de lançamentos e menor velocidade de vendas” nesse segmento.
O Minha Casa, Minha Vida, por sua vez, deve manter-se resiliente devido às taxas fixas de juros e orçamento separado com recursos do FGTS. A Cbic expressou preocupação com a nova versão do crédito consignado privado, que poderia usar o saldo do FGTS como garantia. O setor imobiliário critica o uso do fundo para atividades além de infraestrutura e habitação, e insiste no fim do saque-aniversário.
“Vamos acabar ficando com as duas opções para os trabalhadores”, alertou Petrucci sobre a possibilidade de coexistência do novo consignado e do saque-aniversário. Há temor de que isso acelere a retirada de dinheiro do FGTS, comprometendo o uso como fonte de recursos para o Minha Casa, Minha Vida e para a entrada no imóvel pelos trabalhadores.
Fontes: Valor e Folha de S.Paulo
Mercado imobiliário desacelera e interesse por usados aumenta no 4o tri
O mercado imobiliário brasileiro mostra sinais de desaceleração, segundo o Raio-X FipeZAP do quarto trimestre de 2024. A intenção de compra de imóveis nos próximos três meses caiu para 39%, aproximando-se da média histórica de 38%.
A pesquisa revela uma retração nas aquisições, com apenas 10% dos entrevistados tendo comprado imóveis nos últimos 12 meses. Paralelamente, a percepção de preços elevados aumentou, com 78% dos respondentes considerando os valores dos imóveis “altos ou muito altos”, um crescimento significativo em relação aos 70% do ano anterior.
Apesar disso, 50% dos entrevistados projetam um aumento nominal no valor dos imóveis para os próximos 12 meses, com expectativa média de alta de 3,4%. Esse cenário tem impulsionado o interesse em renda com aluguel, que atingiu recorde de 79% entre as transações classificadas como investimento.
O mercado tem se adaptado, com 67% das transações em dezembro de 2024 envolvendo algum tipo de desconto no valor anunciado, em uma estratégia que busca equilibrar os preços elevados com o poder de compra dos interessados.
Outro destaque é a crescente preferência por imóveis usados, que atingiu 83% das aquisições no quarto trimestre de 2024, o maior percentual desde o início da série histórica em 2014. O levantamento ouviu 942 pessoas entre 13 de janeiro e 3 de fevereiro de 2025.
Fontes: UOL e R7
São Paulo: império das kitnets com 80 por cento das vendas em imóveis de até 45m²
O mercado imobiliário de São Paulo está dominado por unidades compactas, segundo dados do Secovi-SP. Em 2024, 83% dos lançamentos e 81% das vendas foram de imóveis de até 45m². Os lançamentos nesse segmento cresceram 57%, totalizando mais de 86 mil unidades.
O boom foi ainda maior para imóveis menores que 30m², com aumento de 80% nos lançamentos e 64% nas vendas. “O que é lançado é vendido”, afirma Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP, sobre a demanda forte.
Fatores como conveniência de localização, proximidade a transportes públicos e disponibilidade de renda impulsionam essa tendência. O programa Minha Casa, Minha Vida responde por 63% das transações nesse segmento.
Apesar das mudanças no plano diretor da cidade, que agora exige 60% da área construída com unidades maiores que 40m², a preferência por imóveis compactos persiste. O Goldman Sachs aponta que 73% do estoque imobiliário da capital são de unidades até 45m².
Segundo o QuintoAndar, a participação de compactos na oferta de locação aumentou 10 pontos percentuais entre 2020 e 2025. Atualmente, um em cada quatro imóveis anunciados na plataforma é um apartamento de um dormitório com menos de 45m².
Mesmo com a forte demanda, especialistas destacam os desafios futuros, que incluem a aceleração dos custos de construção e os possíveis efeitos da alta taxa Selic na economia, podendo impactar o mercado imobiliário como um todo.
Fonte: Pipeline
Saiba qual a renda necessária para financiar imóveis nas principais ruas de São Paulo e Rio de Janeiro
Um levantamento da Loft revela a renda mensal necessária para financiar imóveis nas ruas com maior volume de transações e nas mais valorizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Na capital paulista, no bairro do Bom Retiro, a Rua do Bosque é a líder em transações imobiliárias, com o tíquete médio é de R$ 477 mil. Com 20% de entrada e 420 parcelas, o comprador precisa de renda mínima de R$ 16.700 para uma parcela mensal de R$ 4.665.
Entre as 20 principais ruas paulistanas, a menor renda exigida é de R$ 7.930, para um imóvel na Avenida dos Ourives, no Sacomã, com preço médio de R$ 224.515 e parcela inicial de R$ 2.193. Na Rua Galeno de Revoredo, no Itaim Bibi, a mais valorizada da cidade, a renda mensal necessária chega a R$ 447.300, considerando o preço médio de R$ 12,8 milhões em 2024.
Em ruas mais valorizadas, os valores são ainda mais expressivos: na Avenida Magalhães de Castro, no Morumbi, a renda mínima necessária é de R$ 424.321 para um imóvel com tíquete médio de R$ 12,1 milhões. A simulação usa condições de crédito do Itaú, Santander e Bradesco, com entrada de 20%, parcelamento em 420 meses e primeira parcela limitada a 30% da renda do comprador.
Já no Rio, a Rua General Luiz Mendes Moraes, no bairro Santo Cristo, na zona Portuária, foi a via com mais transações imobiliárias no período.
Para financiar um imóvel nessa rua, é necessária uma renda mensal de R$ 14.400. O tíquete médio dos imóveis na região é de R$ 410 mil, com uma primeira parcela de financiamento de R$ 4 mil.
Em contraste, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, considerada o endereço mais valorizado da cidade, a renda mensal necessária para o financiamento chega a R$ 256.200. O preço médio dos imóveis nessa avenida é de R$ 7,3 milhões, com uma primeira parcela de R$ 71.600.
“O Financiômetro mostra as condições gerais para financiamento nas ruas, um dado importante especialmente após o início do aumento dos juros. Claro que há variação importante de preço dos imóveis dentro de cada região, mas a ferramenta traz uma ideia geral da situação para o comprador, o que agiliza a procura pelo imóvel”, afirma o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
Fontes: Veja e IstoÉ Dinheiro