Fim do QuintoCred abre espaço para disputa por clientes de garantia locatícia. Incorporadoras aceleram lançamentos e vendas no segundo trimestre. Vila dos Atletas vira bairro de R$ 4 bilhões no Rio após investimentos do BTG.
- Fim do QuintoCred abre espaço para disputa por clientes de garantia locatícia
- Incorporadoras aceleram lançamentos no segundo trimestre com vendas em ritmo menor
- Vila dos Atletas vira bairro de R$ 4 bilhões no Rio após aquisição do BTG Pactual
- Curitiba registra 9,1 mil corretores credenciados em mercado aquecido
Fim do QuintoCred abre espaço para disputa por clientes de garantia locatícia
O encerramento do QuintoCred, em junho, deixou sem cobertura 45 mil contratos de garantia locatícia em três mil imobiliárias. O serviço garantia pagamento de aluguel mesmo com inadimplência do inquilino. Com o fim do serviço, empresas do setor buscam por clientes órfãos, mas com uma série de cuidados.
A Mell.ro registrou aumento de 90% na demanda e criou linha de capital de R$ 65 milhões para antecipar aluguéis. “Aprovamos até 90% das garantias com inteligência artificial”, afirma Osni Passos, CEO da fintech paranaense.
Já a Loft montou uma força-tarefa para atender imobiliárias afetadas e reforçou sua equipe, incluindo 20 ex-funcionários do QuintoCred. A empresa já analisou mais de 10 mil contratos afetados, com 95% de propostas aceitas. A expectativa é incorporar pelo menos 70% dos contratos elegíveis.
“A absorção total (45 mil contratos) representaria menos de 10% da nossa carteira”, diz Sandro Westphal, vice-presidente de parcerias da empresa. “Criamos um script para que as imobiliárias pudessem migrar rapidamente toda a base e mobilizamos os times comerciais e de tecnologia para atender essas empresas”, detalha.
A CredAluga, por sua vez, foca em contratos recentes, com menos de três meses, para aproveitar os 17 meses restantes do prazo médio de 20 meses. “Sabemos que esses contratos representam uma receita alta, mas podem atropelar uma empresa que não esteja preparada para absorvê-los”, justifica Rodrigo Werneck, CMO da empresa, que registrou recorde em junho com 100% mais imobiliárias cadastradas.
A Alpop, outra empresa ouvida pela reportagem, aposta no segmento econômico, atendendo informais e negativados com aprovação de 40% a 44%.
Os proprietários que usavam o serviço de garantia locatícia do QuintoCred têm até 3 de agosto para migrar ou recorrer a fiança, caução ou título de capitalização como alternativas de garantia.
O mercado de locação movimenta R$ 36 bilhões anuais no Brasil, segundo a Creditas.
Fonte: Estadão
Incorporadoras aceleram lançamentos no segundo trimestre com vendas em ritmo menor
As prévias dos resultados operacionais de 15 incorporadoras que atuam no Brasil mostram o setor imobiliário forte no segundo trimestre de 2025, com lançamentos e vendas em alta. As vendas, porém, cresceram em ritmo menor que novos projetos.
No segmento Minha Casa, Minha Vida (MCMV), os lançamentos atingiram R$ 9,1 bilhões em Valor Geral de Venda (VGV) no trimestre, alta de 28% sobre 2024. No semestre, a alta foi de 43%, para R$ 17,2 bilhões.
As vendas líquidas subiram 10% no trimestre e 14% no semestre, para R$ 7,96 bilhões e R$ 15 bilhões, respectivamente. “As empresas entregaram resultados em linha com o esperado, mas as expectativas já estão elevadas”, afirma Fanny Oreng, analista do Santander.
A nova faixa 4 do MCMV, para rendas até R$ 12 mil, tem ajudado incorporadoras. “Há demanda sólida e mercado de trabalho apertado”, diz Oreng.
No segmento médio e alto padrão, 10 incorporadoras tiveram alta de 58% nos lançamentos semestrais, para R$ 13,2 bilhões. Vendas líquidas cresceram 13% no semestre, para R$ 11,2 bilhões.
A Cyrela lidera com 47% dos lançamentos de média e alta renda no semestre. Sua divisão popular Vivaz dobrou participação nas vendas, atingindo 40% do total. Outras enfrentam dificuldades com financiamento mais caro.
“O sentimento do mercado está pior que os números”, observa o analista do Santander, prevendo concentração nas incorporadoras com balanços fortes que mantêm acesso ao crédito favorável.
Em relatório sobre a Trisul, analistas do BTG Pactual apontam que “as perspectivas macroeconômicas para incorporadoras de média e alta renda continuam desafiadoras”, apontando resultados “neutros” da incorporadora.
A dificuldade está no financiamento imobiliário mais caro e no preço dos imóveis, que estão “machucando a capacidade de compra” no segmento, de acordo com o banco.
Fonte: Valor Econômico
Vila dos Atletas vira bairro de R$ 4 bilhões no Rio após aquisição do BTG Pactual
A antiga Vila dos Atletas das Olimpíadas de 2016, no bairro planejado Ilha Pura, no Rio de Janeiro, foi totalmente transformada. Em agosto, será lançado no local – que já era considerado um elefante branco – condomínio com Valor Geral de Vendas (VGV) de quase R$ 1 bilhão, após investimentos do BTG.
Durante os jogos, a vila funcionou como residência para quase 18 mil pessoas em 3,6 mil apartamentos. Com o fim do torneio, apenas 512 unidades haviam sido vendidas até 2019, representando menos de 15% do total construído.
Em 2024, o BTG adquiriu todo o empreendimento via subsidiária Enforce, especializada em ativos estressados. “Era o tipo de negócio que gostamos: ativos premium com soluções complexas”, afirma Michel Wurman, sócio de Real Estate do banco.
O bairro tem potencial de VGV de R$ 4 bilhões em sete condomínios e oferece acesso ao Parque Ilha Pura de 72 mil metros quadrados. O local receberá ainda um colégio da rede pH e um supermercado em 2026.
O primeiro lançamento pós-aquisição foi o Elos, com VGV de R$ 650 milhões. Mais de 500 unidades foram vendidas em dois dias, 70% das 680 disponíveis. O Astra teve VGV de R$ 450 milhões.
O novo lançamento é o Ilha Pura by Ornare, primeiro da cidade com assinatura da marca de móveis de alto padrão. Terá seis torres, 408 unidades e VGV de R$ 938 milhões, com metro quadrado estimado em R$ 9,2 mil.
O BTG investiu R$ 220 milhões em infraestrutura desde agosto de 2024. “Devolver o Ilha Pura para os cariocas era um dos nossos objetivos”, finaliza Wurman.
Fonte: Exame
Curitiba registra 9,1 mil corretores credenciados em mercado aquecido
A capital paranaense vive um período aquecido no mercado imobiliário, com 9.136 corretores credenciados e 1.842 imobiliárias ativas, segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná (CRECI-PR).
O aquecimento do mercado imobiliário, impulsionado pela valorização dos imóveis, transformou o setor em um dos mais competitivos do estado e cobiçado por corretores. Porém, a profissão exige formação, com ensino médio completo, curso de Técnico em Transações Imobiliárias (TTI) e registro no CRECI. O processo leva de dez meses a um ano.
“O corretor precisa conhecer leis, zoneamento urbano e entender de pessoas”, afirma José Pedro de Souza, vice-presidente de lançamentos e comercialização imobiliária do Secovi-PR. Ele aponta, ainda, que um corretor bem posicionado pode ganhar acima de R$ 15 mil mensais. “É preciso ser acima da média. O corretor que se acomoda, fica para trás”, alerta o executivo.
Os rendimentos da profissão têm atraído profissionais de outras áreas. Danilo de Oliveira, ex-executivo da Volkswagen, é um dos que decidiu migrar para o mercado imobiliário. Ele trocou a indústria automobilística pela corretagem em 2018, mas reforça que a trajetória impõe uma série de desafios. “É 80% frustração e 20% alegria. Você precisa ser resiliente”, relata. “O maior erro de quem quer vender um imóvel é não ouvir o mercado”, diz Oliveira que, dois anos depois de começar a vida na corretagem fundou sua própria empresa no setor.
Raqueline Gembarovski, 37 anos, natural de Quitandinha, transformou a mudança para Curitiba em virada profissional. Com 16 anos de experiência, hoje administra sua própria imobiliária. “Muita gente acha que é só abrir e fechar portas e ganhar comissão, mas não é assim”.
Fonte: Bem Paraná
