Alta da Selic para 14,25% ao ano encarece financiamento imobiliário e pressiona aluguel. Imobiliárias do Sul e Sudeste demoram mais de 6 horas para atender clientes online, revela pesquisa. Construtoras buscam grifes para diferenciar imóveis de luxo.
- Alta da Selic para 14,25 por cento ao ano encarece financiamento imobiliário e pressiona aluguel
- Imobiliárias brasileiras demoram mais de 6 horas para atender clientes online
- Construtoras buscam grifes para diferenciar imóveis de alto padrão em São Paulo
- Câmbio favorável impulsiona investimentos de argentinos no mercado imobiliário de Balneário Camboriú
Alta da Selic para 14,25 por cento ao ano encarece financiamento imobiliário e pressiona aluguel
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 1 ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2016. Esta decisão, tomada por unanimidade, afeta diretamente o mercado imobiliário, porque significa um aumento no custo dos financiamentos de imóveis, tornando as parcelas mais caras para os compradores.
O cenário é especialmente complicado para a classe média, que frequentemente depende de empréstimos para comprar um imóvel. Segundo dados do Banco Central, a taxa média de juros para financiamentos imobiliários já ultrapassou 9% ao ano, um aumento significativo em relação aos patamares anteriores.
A Selic em patamares elevados encarece o crédito imobiliário, afastando compradores e aquecendo ainda mais o mercado de locação. Isso desequilibra a oferta e a demanda, pressionando os preços dos aluguéis, avaliam especialistas.
Por outro lado, a Selic deixa os imóveis mais rentáveis, o que também pode ser visto como uma oportunidade para investidores.
O quinto aumento consecutivo da taxa de juros visa conter a inflação, que, segundo projeções, deve superar o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O Copom assinalou, em comunicado, que deve continuar a política de alta de juros com foco na inflação, mas com aumento menor na próxima reunião.”Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, afirmou o Comitê.
Fontes: UOL e Movimento Econômico
Imobiliárias brasileiras demoram mais de 6 horas para atender clientes online
Imobiliárias no Brasil levam, em média, 6 horas e 17 minutos para responder a um chamado online de cliente interessado em alugar um imóvel, revela uma pesquisa realizada pela proptech Plaza. O estudo “Panorama de Atendimento Imobiliário: Experiência na Locação” analisou 1.500 imobiliárias em 100 cidades do Sul e Sudeste do país.
Segundo o levantamento, 20% dos clientes nunca recebem resposta, e 20% das conversas são abandonadas pelas imobiliárias antes da conclusão do negócio. Apenas 38% das pessoas são atendidas em 5 minutos, e somente 1% dos atendimentos são finalizados em até 30 minutos.
Julio Viana, CEO da Plaza, aponta que o tempo médio para finalizar um atendimento é de 27 horas. “Este é o tempo que demora para a imobiliária responder a todas as perguntas feitas pelo locador”, explica.
A rotina intensa dos corretores é uma das justificativas para o atraso. “Como o contato da internet pode chegar a qualquer hora, o atendimento depende da disponibilidade do profissional naquele momento”, afirma Felipe Abramovay, CEO da imobiliária Pilar.
A pesquisa indica que a inteligência artificial (IA) ainda não foi amplamente adotada no setor, sendo utilizada em apenas 3,6% dos atendimentos. Corretores de imóveis lideram 58% das abordagens.
Ainda de acordo com o levantamento da Plaza, 90% dos processos de atendimento ainda são manuais, enquanto apenas 10% contam com algum nível de automação. Ele observa que a IA generativa começou a ser personalizada para imobiliárias apenas em 2024, justificando a baixa adoção no período da pesquisa.
Fonte: Estadão
Construtoras buscam grifes para diferenciar imóveis de alto padrão em São Paulo
Incorporadoras em São Paulo estão adotando parcerias com grifes e reforçando serviços para diferenciar empreendimentos de alto padrão, especialmente nos Jardins. A região tem o terceiro maior valor do metro quadrado em lançamentos de luxo, com média de R$ 39,3 mil, segundo pesquisa da consultoria Brain.
As associações com marcas estabelecidas atraem um novo público em ascensão, segundo Mariana Cerone, professora da ESPM. “Parcerias com marcas já estabelecidas ajudam a atrair um público ‘novo rico’ que busca status”, afirma.
A REM, por exemplo, lança o “Altitude por Artefacto”, com unidades de 70 a 205 m² e preços a partir de R$ 41 mil/m², focando no design que a marca oferece como diferencial e atrativo. Já a Mitre apresenta o “Daslu Residences São Paulo”, com apartamentos de 114 a 306 m² e valores entre R$ 40 mil e R$ 45 mil/m². “É uma marca brasileira, precursora do luxo por aqui, que tinha essa questão de receber bem”, argumenta Rodrigo Cagali, vice-presidente de operações da Mitre.
A Gafisa lançou o “Allard Oscar Freire”, com 20 unidades de 430 m² e tíquete a partir de R$ 30 milhões cada. Alexandre Allard, idealizador do Cidade Matarazzo, contribuiu para o conceito do prédio.
Em comum, os projetos oferecem serviços de hotelaria, espaços comerciais abertos ao público e vias internas de acesso. A tendência de parcerias com grifes também busca atrair clientes de outras cidades, como estratégia das empresas para se diferenciar em um cenário de juros altos e poder de compra reduzido da classe média.
Fonte: Valor Econômico
Câmbio favorável impulsiona investimentos de argentinos no mercado imobiliário de Balneário Camboriú
A desvalorização do real frente ao peso argentino tem impulsionado o investimento estrangeiro em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Segundo a Sort Investimentos, a procura de argentinos por imóveis na cidade aumentou 45% nos últimos meses. Este fenômeno tornou a cidade não apenas um destino turístico privilegiado, mas também um polo de investimentos para estrangeiros.
Em janeiro de 2025, o Brasil recebeu 870.318 turistas argentinos, quase o dobro do ano anterior, de acordo com o Ministério do Turismo. “A busca por imóveis na cidade nunca esteve tão aquecida entre os argentinos. Eles veem Balneário Camboriú como um mercado valorizado, tanto para investimentos quanto para segundas residências”, afirma Renato Monteiro, CEO da Sort Investimentos.
O mercado imobiliário local é impulsionado por grandes projetos, como a nova orla da Praia Central e empreendimentos de luxo. Entre os projetos populares estão o Tonino Lamborghini Residence da Embraed, o Senna Tower da FG, o Harmony Ocean Front da JA Russi, o Titanum Tower, e o Yachthouse by Pininfarina da Pasqualotto & GT.
Economistas também justificam esse movimento. “Com a antiga indexação do peso, muitos argentinos acumularam dólares. Agora, a desvalorização do real aumenta seu poder de compra aqui, comparado ao peso”, explica Guilherme Alano. Essa dinâmica econômica torna o Brasil ainda mais atrativo para os turistas, enquanto o turismo interno na Argentina fica mais caro.
Os argentinos aproveitam não só a valorização contínua dos imóveis da cidade, mas também as praias e a infraestrutura que Balneário Camboriú oferece. O fluxo de investimentos estrangeiros deve seguir forte, acompanhando as melhorias em infraestrutura e o apelo estético da região.
Fonte: NSC