Selic a 10,50%: interrupção do ciclo de cortes acende alerta para setor imobiliário. São Paulo (SP) atualiza leis de urbanismo e eleva potencial de venda das incorporadoras. Em Florianópolis, Agronômica e Centro lideram alta do aluguel.
- Interrupção do ciclo de cortes da Selic acende alerta para setor imobiliário
- São Paulo atualiza leis de urbanismo e eleva potencial de venda das incorporadoras
- Em Florianópolis, Agronômica e Centro lideram alta do aluguel
- Projeto de habitação popular pretende revitalizar centro histórico de Salvador
Interrupção do ciclo de cortes da Selic acende alerta para setor imobiliário
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano, como forma de conter a inflação, mas a interrupção do ciclo de cortes pode impactar diretamente o mercado imobiliário. Quando os juros estão baixos, as construtoras aceleram projetos e os clientes têm maior capacidade de compra. Já com juros altos, as obras andam mais devagar e o potencial de compra diminui.
A redução da taxa de juros é fundamental para o desenvolvimento saudável das empresas brasileiras, especialmente no setor imobiliário, afirma Eduarda Tolentino, sócia e presidente da BRZ Empreendimentos. Ela argumenta que, “com juros menores, as construtoras têm maior acesso ao mercado de capitais e não dependem apenas do financiamento do FGTS. Além disso, a compra do imóvel se torna mais acessível para os clientes, devido à redução do comprometimento de renda e melhores condições de empréstimos”.
A empresária lembra uma fala do presidente do Conselho de Administração da MRV, Rubens Menin, que compara os juros à quimioterapia: “quando se erra para menos, não atua na correção ideal e, quando se erra para mais, acaba promovendo mais prejuízos do que benefícios”.
Diante das variações das taxas de juros, o conselho para construtoras é criar estratégias, como avaliar a rentabilidade de novos projetos, monitorar tendências macroeconômicas e adotar uma visão de longo prazo. “Em tempos de juros baixos, é a hora de investir com mais força nos projetos. Porém, também é o período de pensar no que pode ser feito para a empresa estar pronta quando a taxa subir”, afirma a empresária.
Fonte: Money Times
São Paulo atualiza leis de urbanismo e eleva potencial de venda das incorporadoras
A prefeitura de São Paulo publicou um decreto que regulamenta a cobrança de outorga onerosa, taxa paga pelas incorporadoras para construir acima do potencial básico da cidade. O regramento, alinhado com as revisões do Plano Diretor Estratégico (PDE) e da Lei de Zoneamento, foi comemorado por construtoras e incorporadores porque aumenta a capacidade construtiva na capital.
Segundo cálculos da Vitacon, especializada em unidades compactas, as alterações no regramento vão trazer R$ 900 milhões em valor geral de venda (VGV). Já a Trisul prevê um aumento de 15% no VGV de seu banco de terrenos. No mesmo sentido, Guilherme Yogolare, CEO da Vinx, estima um ganho de 80%, equivalente a R$ 1 bilhão em VGV.
As revisões ampliaram as áreas classificadas como Zonas de Estruturação Urbana (ZEU), permitindo que empreendimentos situados nestas regiões tenham até seis vezes o tamanho do terreno, se contarem com unidades de Habitação de Interesse Social (HIS) ou Habitação de Mercado Popular (HMP). Além disso, foi aprovado um artigo que concede desconto de 20% na outorga onerosa para projetos com itens de sustentabilidade.
Ainda de acordo com o decreto da prefeitura, as incorporadoras podem conceder ao Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb) 20% do valor do terreno, ganhando mais 20% de potencial construtivo.
Analistas do setor acreditam que empresas que atuam no segmento de baixa renda podem chegar a até nove vezes de potencial de aproveitamento do terreno, com todos os benefícios. As revisões também incentivaram a construção de unidades residenciais “normais”, em detrimento de estúdios para locação de curta temporada.
Fonte: Valor Econômico
Em Florianópolis, Agronômica e Centro lideram alta do aluguel
O bairro da Agronômica desponta como o mais caro para alugar um imóvel em Florianópolis, segundo levantamento FipeZap de maio. O valor médio do aluguel por metro quadrado chega a R$ 59 na região, um aumento de 16,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Na sequência dos bairros com preços mais altos para locação residencial estão o Centro (R$ 58,70/m²), o Saco dos Limões (R$ 57,20/m²), Itacorubi (R$ 54,90/m²) e Trindade (R$ 51,80/m²).
A capital catarinense ocupa a terceira posição no ranking nacional dos aluguéis mais caros, segundo a pesquisa, com uma média de R$ 53,41 por metro quadrado, ficando atrás apenas de Barueri (SP) e da capital paulista.
A variação mensal de 3.580 imóveis anunciados foi de 0,55%, pouco abaixo do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) do mês, que ficou em 0,89%. Por outro lado, a variação de janeiro até agora foi de 7,25%, bem acima do IGP-M (0,28%).
Projeto de habitação popular pretende revitalizar centro histórico de Salvador
O Centro Histórico de Salvador vai receber um projeto de requalificação de imóveis focado em habitação popular, desenvolvido pela prefeitura da capital baiana por meio da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). O objetivo é restaurar 21 imóveis identificados como desocupados, subutilizados ou em ruínas na região do Pilar, no bairro do Comércio, para disponibilizá-los a famílias de baixa renda.
A maior fonte de recursos virá do governo federal, no total de R$ 800 mil. O valor pode ser complementado pela prefeitura de Salvador, estimando um custo total de R$ 860 mil para os estudos. Segundo Tânia Scofield, presidente da FMLF, a implantação de um projeto habitacional para revitalizar o Centro Histórico é um antigo sonho que começou a ser desenhado em 2017, mas nunca conseguiu sair do papel.
A gestão municipal calcula que os 21 imóveis – a maior parte composta de casarões históricos – podem atender a até 500 famílias, todas originárias do próprio Centro Histórico, sem a inclusão de pessoas de outras regiões da cidade.
Fonte: A Tarde