Alta nos preços do setor imobiliário leva classe média a apartamentos menores. Novas regras da Caixa para financiamento aceleram busca por imóvel. Incorporadora carioca mira em predinhos abandonados para modernizar zona Sul do Rio de Janeiro.
- Alta nos preços do setor imobiliário leva classe média a apartamentos menores
- Novas regras da Caixa para financiamento acelera busca por imóvel; feirões ganham destaque
- Incorporadora do Rio mira em predinhos abandonados para modernizar zona Sul
- 78 por cento dos moradores de BH querem casa com energia solar
Alta nos preços do setor imobiliário leva classe média a apartamentos menores
A recomposição nos preços dos imóveis, impulsionada pelo aumento nos custos de construção, está moldando novos perfis e demandas no mercado imobiliário brasileiro. A tendência limita o poder de compra da classe média, principal público dos apartamentos intermediários (entre 45 m² e 100 m²).
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que o setor registrou 149.487 lançamentos no primeiro semestre de 2024, com 180.162 unidades residenciais vendidas no período, um aumento de 5,7% em relação aos primeiros seis meses de 2023. O Índice Nacional de Custos da Construção da FGV acumulou alta de 5,23% em 12 meses até setembro.
Mesmo com o mercado de trabalho aquecido e menor índice de desemprego, a percepção é que está difícil para a classe média acompanhar o aumento dos preços dos empreendimentos, sem contar as dificuldades para conseguir crédito em meio a juros altos. Portanto, mesmo com o crescimento no setor imobiliário, o perfil dos chamados “apartamentos intermediários” tem mudado pelo país.
“Essa perda do poder de compra está empurrando as pessoas que compravam imóveis de médio padrão para apartamentos mais econômicos”, afirma Rogério Oliveira, vice-presidente do Secovi-DF.
Essa realidade obriga as construtoras a readequar as demandas recebidas para a realidade financeira das famílias.”Não adianta a gente só acertar o produto, também temos que pensar na modelagem financeira para as pessoas conseguirem adquirir essas unidades”, argumenta Débora Bertini, diretora-geral da MPD Engenharia.
Apesar disso, o mercado continua a crescer em todos os segmentos, com incorporadoras adaptando seus projetos para incluir diferenciais como espaços de coworking, lavanderias coletivas e áreas para recebimento de deliveries.
Fonte: g1
Novas regras da Caixa para financiamento acelera busca por imóvel; feirões ganham destaque
O anúncio de mudanças nas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal – principal agente de financiamento imobiliário do Brasil – estaria gerando uma corrida por imóveis antes da implementação das novas condições, observam players do mercado.
Pela tabela SAC, o financiamento cairá de 80% para 70% do valor do imóvel. Na Tabela Price, a redução será de 70% para 50%. Além disso, o comprador não poderá ter outro financiamento ativo na Caixa, e o limite de valor do imóvel será de R$1,5 milhão. As novas regras para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) começam a valer em 1º de novembro.
O temor é que essa redução do percentual financiado seja adotada também por mais bancos. “Os recursos da poupança vem diminuindo diante dos saques crescentes do brasileiro, que vem adquirindo mais conhecimento em investimento financeiro”, alerta Ronaldo Dantas, especialista imobiliário e diretor da My Broker Imobiliária.
A mudança deve impactar consumidores, que precisarão reunir mais recursos próprios para a compra – de 10% a 20% do valor do imóvel. Na corrida contra o tempo, uma das formas adotadas para facilitar a escolha de um imóvel antes das novas regras têm sido os feirões. A My Broker, por exemplo, intensificou este tipo de evento nas cidades em que atua.
“Escolher um imóvel é desafiador. O consumidor precisa conhecer as ofertas, falar com muita gente. Então a gente reúne as incorporadoras em um só lugar para facilitar este momento para as famílias e investidores”, afirma Dantas.
Em 2023, as vendas de imóveis residenciais novos no Brasil cresceram 32,6% em relação a 2022, atingindo 163,1 mil unidades, segundo a Abrainc e a Fipe – o maior resultado desde 2014, refletindo o sonho realizado de muitos brasileiros de adquirir sua casa própria e alcançar estabilidade financeira. Nos 12 meses encerrados em março, as vendas de imóveis residenciais novos cresceram 43,1%, totalizando mais de 177 mil unidades. O total de vendas atingiu R$54,3 bilhões, um aumento de 47,4%.
Existe uma expectativa que a interrupção do ciclo de queda da taxa Selic – que está em 10,75% – de desaceleração do mercado imobiliário, porém não há consenso entre especialistas, já que alguns ponderam que o aumento dos juros não deve impactar de forma imediata o setor da construção civil, que deve fechar o ano com saldo positivo.
Nesta segunda-feira, o Relatório Focus do Banco Central projeta aumento da inflação, PIB e Selic. A estimativa do IPCA para 2024 subiu de 4,39% para 4,50%, na terceira semana seguida de alta, enquanto a do PIB avançou para 3,05%. A projeção de Selic para o ano que vem foi de 11,25%.
Fontes: Terra e Infomoney
Incorporadora do Rio mira em predinhos abandonados para modernizar zona Sul
Transformar prédios de menor porte e abandonados na Zona Sul do Rio de Janeiro em empreendimentos de alto padrão é a estratégia da Imóvel Vazio, incorporadora carioca fundada por Alexandre Greco e Fabio Arbex Araujo, que surgiu com foco no house flipping individual – comprar, reformar e vender imóveis. O mais recente projeto, o Residencial Vilares, em Copacabana, exemplifica a mudança de estratégia.
O prédio na rua Décio Vilares, 316, anteriormente o Hotel Santa Clara, passou por um retrofit completo. Com 19 unidades de 27 m² a 68 m², o empreendimento será comercializado a R$ 23.500/m², mais que o dobro da média local de R$10 mil/m².
“Vamos focar em um VGV de até R$ 20 milhões, que é um mercado onde as grandes incorporadoras como Cyrela, Mozak e Gafisa não atuam. Elas não fazem nada com VGV menor que R$ 50 milhões”, explica Alexandre Greco.
Após 10 anos de sucesso em house flipping na Zona Sul do Rio, Alexandre e Fabio enfrentaram desafios de escala ao atrair a Opus como sócia: com mais capital, compraram mais imóveis e a gestão das obras (até 50 ao mesmo tempo) virou um problema.
“A gente tinha o expertise das obras, tentou ganhar escala, mas vimos que era impossível”, explica Alexandre. A solução veio com a compra de um prédio histórico no Bairro Peixoto, que foi renovado e vendido rapidamente.
O projeto foi todo modernizado, com carregador elétrico na garagem, check-in digital e área para entregas. A gestão da propriedade, para quem comprou para locação de curta temporada, é da Lobie.
Já o Residencial Vilares, preservado pelo patrimônio histórico, oferece isenção de IPTU e terá seis apartamentos com piscina privativa, áreas comuns que incluem lavanderia OMO, espaço de coworking, bicicletário e minimercado autônomo. Fonte: O Globo
78 por cento dos moradores de BH querem casa com energia solar
Uma pesquisa feita pela Loft revelou que 78% dos moradores de Belo Horizonte desejam ter energia solar em suas casas, mas apenas 16,7% possuem essa tecnologia. O estudo, chamado “O que você deseja na sua casa”, analisou a popularidade de 30 itens domésticos, incluindo área gourmet e portas USB espalhadas pela casa.
A diferença entre o desejo e a posse de energia solar é a maior da pesquisa, com 61 pontos percentuais. A classe social influencia esse acesso: 50% da classe A têm energia solar, enquanto apenas 10% da classe C tem o item.
O aumento das tarifas de energia elétrica, anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pode explicar o interesse crescente por energia solar. “Energia solar impacta tanto nas despesas com a conta de luz quanto na preocupação ambiental”, diz Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Além da energia solar, outros itens desejados incluem área gourmet (81,3% desejam, 37% têm) e tomadas USB (68,7% desejam, 32% têm). A pesquisa também destaca que 71% dos brasileiros já foram afetados por eventos climáticos extremos e 62% acreditam que as mudanças climáticas já impactam suas residências, reforçando a busca por soluções sustentáveis.
Fonte: Diário do Comércio