Banco Central fala em nova fonte de recursos para crédito imobiliário. O que esperar para 2025 no mercado imobiliário: SP resiliente com alta renda e Rio na onda dos compactos. A estratégia da Pilar para liderar mercado de luxo em SP.
- Sem antecipar medidas, Banco Central fala em nova fonte de recursos para crédito imobiliário
- O que esperar do mercado imobiliário em 2025: SP tem resiliência com alta renda e Rio surfa onda dos compactos
- Em busca de liderança, Pilar cria estratégia de atuação no mercado de luxo em SP
- Cyrela supera desafios climáticos e atinge 80 por cento de vendas no RS este ano
Sem antecipar medidas, Banco Central fala em nova fonte de recursos para crédito imobiliário
O Banco Central do Brasil (BC) está em busca de novas fontes de recursos para o crédito imobiliário, afirma Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização da instituição. Em entrevista nesta quinta-feira (21), Aquino comentou que, apesar das discussões em andamento, ainda não há medidas específicas sendo divulgadas.
“A gente precisa repensar o funding do sistema financeiro… precisa até trazer um novo olhar do que seja funding”, disse. “Estamos estudando outra forma de financiar [o mercado imobiliário]. Não vou antecipar nada, mas temos estudos em curso e debates com a indústria”, acrescentou.
Aquino não antecipou se haverá mudanças na liberação dos depósitos compulsórios, que atualmente exigem o recolhimento de 20% dos recursos da poupança. “Os estudos vão continuar, mas não temos um horizonte para manifestações claras”, disse o diretor.
Em relatório de estabilidade financeira, o BC apontou um crescimento modesto de 3% da poupança no primeiro semestre, ressaltando a importância desse recurso para o crédito imobiliário. Além disso, observou uma desaceleração no crescimento das carteiras de LCI (Letra de Crédito Imobiliário), que aumentaram apenas 3% no semestre atual em comparação aos 20% do anterior, resultado de mudanças nas regras pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Em setembro, os dados do BC revelaram uma queda de 4,4% nos novos financiamentos imobiliários, após um período de alta. Esse cenário é atribuído à escassez de recursos, altas taxas de juros e crescente demanda por imóveis. A Caixa Econômica Federal, responsável por 68% do financiamento habitacional, ajustou suas políticas de crédito, reduzindo a cota máxima de financiamento de 80% para 70% para imóveis até R$ 1,5 milhão, segundo a tabela SAC (Sistema de Amortização Constante).
Carlos Vieira, presidente da Caixa, propôs a redução do compulsório para 15%, o que poderia liberar R$ 20 bilhões, ampliando a capacidade de financiamento. A vice-presidente de Habitação, Inês Magalhães, reforça que essa medida é essencial para manter o fluxo de crédito. Já o ministro das Cidades, Jader Filho, criticou a demora do Banco Central em liberar medidas que poderiam fortalecer o financiamento habitacional.
Fonte: Folha de S.Paulo
O que esperar do mercado imobiliário em 2025: SP tem resiliência com alta renda e Rio surfa onda dos compactos
O mercado imobiliário de São Paulo reafirmou sua liderança no Brasil, com 58% dos lançamentos concentrados na capital (Índice FipeZap) em 2024. O preço médio do metro quadrado chegou a R$ 11.200, enquanto o valor da locação chega a R$ 56,37, 19,8% acima da média nacional. Por enquanto, não há sinal de arrefecimento no mercado paulistano. O motor vem de dois segmentos, o luxo e o Minha Casa, Minha Vida.
“Não esperamos mudanças significativas para o comprador”, afirma Ely Wertheim, do Sindicato da Habitação e Condomínios do Estado de São Paulo (Secovi-SP). Por outro lado, em produção e incorporação os custos devem subir com a alta da Selic, afirma o representante do Secovi-SP. Mesmo assim, a entidade projeta crescimento de vendas na ordem de 5% em 2025.
“O alto padrão vai continuar bastante aquecido no próximo ano, com destaque para os bairros mais valorizados da cidade, que serão os mais resilientes”, projeta Álvaro Coelho da Fonseca, diretor da Coelho da Fonseca.
A região da Avenida Faria Lima é a mais cobiçada, com bairros como Jardim Europa, Vila Nova Conceição e Itaim Bibi liderando em preços, com mais de R$12.700 por metro quadrado.
O centro também terá destaque, já que o governo de São Paulo planeja revitalizar a região, transferindo até mesmo a sua sede para Campos Elíseos, com investimentos de 4 bilhões de reais, construção de 6.000 moradias (12 prédios) e desapropriação de 230 imóveis.
No Rio de Janeiro, o novo plano diretor impulsionou o setor imobiliário. A revitalização do centro, com incentivos do programa Reviver Centro, e a valorização de imóveis compactos são destaques, assim como a zona Sul, que representa mais de 60% das vendas de alto padrão.
O mercado de locação desacelerou de 20% para 8,5% devido à maior oferta, mas a demanda permanece alta. Eventos internacionais, como o Rock in Rio e a Cúpula do G20, aumentam o interesse por locações de curta temporada, que deve se manter como tendência, apontam especialistas. O Rio ainda tem espaço para crescer em imóveis compactos, com lançamentos aumentando 35% em dois anos.
Já a capital gaúcha enfrenta um cenário particularmente desafiador após enchentes de maio, com aumento de 25,5% no preço dos aluguéis em 12 meses, conforme o FipeZap. A oferta de imóveis para locação caiu 36%, e a demanda por imóveis novos, mais caros, aumentou. No mercado de vendas, os preços subiram 6,3%, mas as vendas caíram pela metade em maio, recuperando-se gradualmente.
A preferência por imóveis em áreas seguras contra enchentes aumentou, com muitos dispostos a pagar mais por essa segurança. No entanto, a confiança no mercado é abalada por restrições de crédito e impactos econômicos das enchentes, com preços de imóveis comerciais nas áreas afetadas caindo 10,57%.
Uma pesquisa realizada pela Associação dos Corretores de Imóveis de Porto Alegre (ACI-POA) feita pouco depois das enchentes revelou que 65% dos compradores priorizavam imóveis em áreas com menor risco de enchentes. E 45% dos entrevistados estavam dispostos a pagar até 20% mais por imóveis que oferecessem garantias de segurança contra inundações.
Lucineli Martins, economista-chefe do Secovi-RS está pouco confiante na manutenção desse cenário. “Houve um ‘apertamento’ no crédito, devido aos resultados da caderneta de poupança. Com isso, as vendas reduziram, já que a maioria depende de financiamento imobiliário”, alertou.
Fonte: Exame
Em busca de liderança, Pilar cria estratégia de atuação no mercado de luxo em SP
A proptech Pilar, criada em 2021, busca consolidar sua liderança no mercado de imóveis de luxo em São Paulo, operando exclusivamente com propriedades acima de R$ 2 milhões. A empresa atua nos bairros mais valorizados, como Jardins e Vila Nova Conceição, e já detém até 30% do mercado nestas regiões. “É um número representativo para um mercado altamente pulverizado,” afirma Abramovay, CEO da empresa.
Diferenciando-se das imobiliárias tradicionais, a Pilar adota um modelo focado no corretor, oferecendo suporte em marketing, tecnologia e assessoria jurídica. Com comissões entre 10% e 15%, muito abaixo dos 60% a 70% praticados pela concorrência, a empresa projeta fechar o ano com VGV (Valor Geral de Vendas) entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.
Em 2025, a Pilar pretende atingir um VGV de R$ 4 bilhões com o lançamento do PilarHomes, um site voltado ao cliente final. “Vamos abrir a nossa base ao mercado, mas sem tirar o corretor do centro”, explica Abramovay. Essa estratégia transforma a base de dados da Pilar em um portal de classificados acessível ao público, utilizando inteligência artificial (IA) para personalizar as buscas. A remuneração continuará baseada em comissões, sem taxas antecipadas para os corretores. “Estamos no mesmo risco que o corretor: se ele não vende, não recebemos nada”, destaca Abramovay.
A expectativa é gerar um impacto de 30% a 40% nas vendas, adicionando R$ 1 bilhão ao VGV. A plataforma já está em operação em São Paulo e Curitiba, e planeja expandir para mais duas cidades em 2025.
Fonte: Exame
Cyrela supera desafios climáticos e atinge 80 por cento de vendas no RS este ano
Em um ano marcado por tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, a construtora Cyrela conseguiu realizar 80% das vendas dos imóveis que lançou.
As expectativas para 2024 se transformaram quando a destruição causada por enchentes ameaçou o sucesso planejado. Segundo Rodrigo Putinato, CEO da Cyrela, “a catástrofe foi gigantesca”, mas a construtora perseverou, mudou estratégias e conseguiu vender 430 apartamentos (do Vista Praia de Belas) em apenas 14 dias.
Mesmo com a falha nos diques no bairro Menino Deus, algumas medidas tomadas pela construtora – como elevar o térreo das construções – minimizam riscos futuros. A empresa teve que fazer concessões, como desistir de um empreendimento em Eldorado do Sul, devido à enchente. Por outro lado, manteve foco na recuperação e assistiu à venda completa de lançamentos como o Vista Menino Deus e o Vista Nova Carlos Gomes em poucos dias.
Passado o tumultuado início de ano, as vendas se estabilizaram a partir de agosto, com lançamentos de alto luxo como o Ereditá, vendido a até R$ 22 milhões. “Mantive o plantão fechado e atendi clientes individualmente”, relata Putinato, destacando a venda de 11 das 23 unidades do novo empreendimento.
O cenário econômico incerto para 2025 leva a Cyrela a abordar o mercado com cautela, especialmente devido aos juros altos e crédito restrito. No entanto, há otimismo com lançamentos já planejados para março em Porto Alegre, com imóveis entre 170 m² e 195 m².
Fonte: Jornal do Comércio