Governo assina MP do crédito e papel da Emgea como securitizadora do mercado imobiliário será ampliado. Ministro da Fazenda diz que Brasil está muito aquém do que é possível no mercado de crédito imobiliário. SP lança moda de dividir propriedades de alto luxo entre amigos.
- MP do crédito: papel da Emgea como securitizadora do mercado imobiliário será ampliado
- Haddad diz que Brasil está muito aquém do que é possível no mercado de crédito imobiliário
- Sociedade patrimonial: São Paulo lança moda de dividir mansões entre amigos
- Vacância em condomínios logísticos cresce lentamente e aluguel supera inflação
MP do crédito: papel da Emgea como securitizadora do mercado imobiliário será ampliado
O Governo Lula assinou nesta quarta-feira (23) a MP do Crédito que inclui a criação de um fundo imobiliário pela Empresa Gestora de Ativos (Emgea) e linhas de crédito focadas nesse segmento. A MP, parte do programa Acredita, visa injetar R$ 50 bilhões na economia, realocando recursos de fundos de garantia e oferecendo renegociação de dívidas para MEIs e pequenas empresas, além de fortalecer o mercado secundário de crédito imobiliário.
Criada em 2001 para administrar créditos problemáticos da Caixa, a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) ganhará impulso no setor habitacional ao comprar carteiras de crédito imobiliário de instituições financeiras, permitindo a venda de cotas no mercado. Segundo o presidente da Emgea, Fernando Pimentel, o objetivo é gerar um novo mercado de crédito imobiliário, aumentando a liquidez para empréstimos destinados à habitação.
A iniciativa cria um mercado secundário de crédito imobiliário mais eficiente, permitindo aos bancos liberar mais financiamentos a taxas mais acessíveis, em uma tentativa de compensar a reduzida captação via poupança.
O Planalto detalhou que a medida possibilitará aos bancos uma maior margem para novos financiamentos, beneficiando especialmente as famílias de classe média que encontram dificuldades em acessar os programas habitacionais populares devido às altas taxas de mercado.
O objetivo é fortalecer o setor de construção civil no Brasil, que atualmente opera com uma oferta de crédito imobiliário em torno de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), um número consideravelmente baixo quando comparado com países de renda média, onde a oferta chega a representar entre 26% a 30% do PIB.
Fontes: Valor Econômico e Broadcast
Haddad diz que Brasil está muito aquém do que é possível no mercado de crédito imobiliário
O crédito imobiliário no Brasil está longe do ideal. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o país tem apenas um terço do que poderia ter em comparação com países da América Latina. Essa situação dificulta o acesso à casa própria para grande parte da população. “Não estou falando de Austrália, Canadá, Estados Unidos. Estou falando de Chile, Colômbia, México. Nosso crédito é muito aquém do que poderia ser”, disse o ministro da Fazenda.
Durante o lançamento do programa Acredita, que amplia acesso ao crédito, Haddad destacou a importância de medidas como o marco das garantias para reduzir os custos do crédito, enfatizando a necessidade de agilidade nos processos para que os cidadãos possam gerenciar suas finanças de forma eficiente e acessar empréstimos habitacionais a juros baixos.
O ministro sublinhou a estratégia de ampliar o papel da Emgea, transformando-a em uma securitizadora chave para o desenvolvimento do mercado secundário de crédito imobiliário no Brasil, e pediu uma abordagem cuidadosa para a implementação do programa, envolvendo stakeholders como o sistema financeiro, fundos de pensão e o Banco Central. “Podemos alavancar muito o crédito imobiliário, podemos limpar o balanço dos bancos, para conceder novos empréstimos”, disse o ministro da Fazenda.
Fonte: O Povo
Sociedade patrimonial: São Paulo lança moda de dividir mansões entre amigos
Em São Paulo, uma nova tendência no mercado de luxo tem chamado a atenção: a divisão de empreendimentos de luxo entre grupos de dois a oito compradores, através de sociedades patrimoniais. Essa inovação surge em um contexto onde o setor de luxo no Brasil, que vai de marcas de roupas a imóveis de alto padrão, cresceu 18% nos últimos 5 anos, movimentando R$ 74 bilhões em 2022, com uma projeção de atingir R$ 133 bilhões em 2030.
O segmento imobiliário teve o maior crescimento anual, impulsionado pela busca por segunda residência em locais endereços que oferecem natureza e sofisticação. A escassez de estoque no início de 2024 e o registro de vendas de até 85,1% das unidades ofertadas em Salvador, por exemplo, refletem a alta demanda por propriedades de luxo. São Paulo apresentou um crescimento de 40% no segmento em 2023.
Para contornar dificuldades de gestão destas propriedades, o modelo de sociedade patrimonial permite a compra de participações acionárias, adequando-se às necessidades de uso dos sócios e oferecendo uma alternativa mais acessível e prática. Esse sistema não só facilita o acesso a residências luxuosas por uma fração do custo total, como também elimina as preocupações com a manutenção e administração do imóvel, já que uma empresa especializada se encarrega de toda a gestão.
Fonte: Estado de Minas
Vacância em condomínios logísticos cresce lentamente e aluguel supera inflação
O mercado de condomínios logísticos tem apresentado uma redução lenta na taxa de vacância, que agora está abaixo de 10%, enquanto os preços de locação ultrapassaram a inflação, com um aumento de 7,4% em um ano.
No Estado de São Paulo, que concentra quase metade da área de condomínios logísticos do país, a alta foi de 8,94%. Este cenário mostra uma demanda crescente por espaços logísticos, impulsionada pela necessidade de empresas se aproximarem dos consumidores para otimizar a distribuição, mesmo diante de custos mais elevados.
Especialistas do setor indicam que a construção de novos galpões, mais caros que os antigos, e a capacidade de desenvolvedores de ajustar a oferta de projetos conforme a demanda, contribuem para a continuidade da elevação dos preços de aluguel. A expectativa é que a oferta de novos espaços em São Paulo seja menor em 2024 comparada a 2023.
Empresas como a Fulwood, atuante no desenvolvimento de galpões, mantêm uma perspectiva positiva, projetando novas entregas e expansão, apesar das incertezas do mercado. A demanda por locações de grandes espaços supera a oferta disponível, com poucas opções para ocupantes que necessitam de áreas superiores a 50 mil m² próximas a São Paulo.
Fonte: Valor Econômico