Especialistas explicam como a alta da Selic deve impactar o financiamento imobiliário. Retrofit de prédios comerciais vira tendência no Centro de SP como opção residencial. Expansão dos fundos imobiliários atrai novos investidores.
- Como a alta da Selic impacta o financiamento imobiliário
- Retrofit de prédios comerciais vira tendência no Centro de SP como opção residencial
- Expansão dos fundos imobiliários atrai novos investidores e impulsiona o mercado
- Qual a renda necessária para financiar imóvel nos bairros mais valorizados de Porto Alegre?
Como a alta da Selic impacta o financiamento imobiliário
A elevação da Selic – taxa básica de juros da economia brasileira – para 10,75% ao ano pode impactar o financiamento imobiliário, especialmente contratos atrelados à taxa básica de juros, apontam analistas. Quem já possui contrato com taxa fixa não será afetado, mas aqueles com taxas variáveis podem ver suas parcelas aumentarem.
“Haverá impacto nos contratos com taxas variáveis, com indexação à Selic ou ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”, diz Rafael Bodanese, head de Crédito Imobiliário da RJ+. O executivo explica que, para quem ainda não contratou financiamento, os juros também serão maiores.
Para novos financiamentos, a alta dos juros encarece o crédito, tornando a compra de imóveis menos acessível. Segundo Oswaldo Meireles, da Eu me banco, “o aumento da taxa elevará os custos e tornará a aquisição de imóveis menos acessível”. No entanto, os efeitos devem ser sentidos a longo prazo.
A alta da Selic também afeta o financiamento imobiliário ao encarecer fontes de funding, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Com a poupança menos atrativa, os bancos buscam essas alternativas de crédito, que são mais caras.
Para quem busca alternativas, Meireles sugere que LCIs, CRIs e Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) podem ser opções viáveis, oferecendo maior liquidez e diversificação.
No entanto, a compra da casa própria continua sendo o sonho de muitos brasileiros, e, nesses casos, a realização pessoal pode superar os cálculos financeiros.
Fonte: E-investidor
Retrofit de prédios comerciais vira tendência no Centro de SP como opção residencial
Revitalizar prédios antigos no Centro de São Paulo, adaptando-os às necessidades atuais sem perder o seu valor histórico, o chamado retrofit, virou uma tendência. Incorporadoras como Planta.Inc, Metaforma e Somauma estão mapeando e reformando edifícios comerciais desocupados em bairros centrais como Vila Buarque, República e Bela Vista para transformá-los em condomínios residenciais, hotelaria ou short stay.
A Planta.Inc, já reformou seis prédios na região Central e planeja novas aquisições. Um exemplo é o Edifício Renata Sampaio Ferreira, próximo a cartões-postais como o Copan e o antigo Hilton Hotel, e que integra um grupo de seis edificações tombadas em 2012 como Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade. Ele foi totalmente transformado em um complexo de apartamentos com serviços de hotelaria.
Com o retrofit, o Renata virou um novo e vibrante complexo cultural, gastronômico e residencial, com apartamentos de 26 a 240 metros quadrados, para curta a longa estadia, restaurantes, bar, café e espaços de eventos, além de áreas de lazer com uma piscina.
O foco da Planta.Inc – que recentemente vendeu cinco empreendimentos para a multinacional canadense Brookfield – está em áreas com forte “economia criativa”, como a Vila Buarque, que se tornou um polo gastronômico e cultural. A empresa analisa 45 prédios para possíveis retrofits, buscando investidores via fundos imobiliários.
“Gostamos do centro de São Paulo e queremos investir mais aqui. Não se trata de uma aposta. Vemos a região como uma realidade”, afirma André Lucarelli, da Brookfield.
Além da Planta.Inc, a Metaforma e a Sumaúma também estão ativas no movimento, com foco de atuação em bairros como República, Anhangabaú, Campos Elíseos, Consolação e Bela Vista.
Impulsionado por novas formas de crédito e modalidades de empreendimentos, o mercado de retrofit amadurece, apesar dos desafios, como altas taxas de juros e concorrência crescente por imóveis no Centro. A Ilion Partners, por exemplo, já investiu R$ 400 milhões em 21 restaurações do tipo, nos últimos 10 anos na capital paulista.
Bancos como o Santander estão oferecendo linhas de crédito específicas para este tipo de obra, desembolsando mais de R$ 60 milhões nos últimos três anos. “Entendemos que o mercado de retrofit ainda é incipiente, mas tem oportunidade de negócios enorme”, afirma Sandro Gamba, do Santander.
Fonte: Estadão
Expansão dos fundos imobiliários atrai novos investidores e impulsiona o mercado
Os fundos imobiliários (FIIs) têm atraído cada vez mais investidores no Brasil, graças à combinação de investimento em imóveis com pagamento regular de dividendos e isenção de Imposto de Renda (IR). O setor já acumula um patrimônio de R$ 188 bilhões, com um crescimento de R$ 30 bilhões em um ano. Em termos de cotistas, são 2,75 milhões de pessoas físicas, quatro vezes mais do que há cinco anos.
O mercado de FIIs também superou o número de ações listadas na bolsa, com 468 fundos atualmente. O volume de negociações diárias cresceu de R$ 130 milhões em 2019 para R$ 330 milhões. Para garantir a liquidez, os fundos contam com formadores de mercado, que facilitam a compra e venda de cotas. Segundo Thalita Forne, superintendente de produtos listados da B3, “esse mercado está bem aquecido e há uma constância de listagens de fundos imobiliários”.
Com a demanda crescente, novas funcionalidades foram incorporadas aos FIIs, como empréstimos de cotas. Além disso, há discussões sobre o uso de FIIs como garantia em operações financeiras, ampliando ainda mais as possibilidades para os investidores. “A bolsa, como infraestrutura de mercado, vai criar esse ecossistema”, afirma Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes da B3.
A popularidade dos FIIs também atraiu investidores institucionais, como fundos de pensão e estrangeiros, que contribuem para o aumento da liquidez e sofisticação do setor. Segundo especialistas, o mercado brasileiro de FIIs está em expansão e deve passar por uma consolidação nos próximos anos, com fundos maiores ganhando destaque.
Rodrigo Abudd, do Pátria Investments, destaca que o mercado de FIIs nos Estados Unidos é muito maior, com US$ 1,3 trilhão em ativos, mas possui menos fundos. A estratégia de consolidação no Brasil, exemplificada pela aquisição de gestoras como a VBI pelo Pátria, visa fortalecer ainda mais o setor.
O crescimento dos fundos imobiliários é sustentado pela diversificação de produtos, que vão desde fundos de “tijolos”, focados em empreendimentos físicos, até fundos de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que oferecem alternativas de renda fixa.
Fonte: Valor Econômico
Qual a renda necessária para financiar imóvel nos bairros mais valorizados de Porto Alegre?
Para financiar um imóvel nos três bairros mais valorizados de Porto Alegre, é necessário ter uma renda média mensal superior a R$ 40 mil, segundo uma simulação feita pelo Financiômetro, ferramenta da startup Loft. A simulação considera a compra com entrada mínima de 20% do valor do imóvel e parcelamento em 420 meses. A primeira parcela, para imóveis com valor médio de R$ 1,3 milhão, seria de R$ 11,5 mil.
No bairro Petrópolis, o mais movimentado em termos de transações imobiliárias na capital gaúcha, o valor médio dos imóveis é de R$ 750 mil. Para financiar um imóvel nessa região, a renda mensal necessária é de R$ 23,1 mil, com uma prestação inicial de R$ 6,4 mil.
“O Financiômetro mostra as condições gerais para o financiamento nos bairros. Claro que há variação importante de preço dos imóveis dentro de cada região, mas a ferramenta traz uma ideia geral da situação para o comprador”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
A análise da Loft utilizou dados do ITBI (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis) da prefeitura de Porto Alegre, considerando os imóveis transacionados entre janeiro e julho de 2024. A ferramenta contabilizou apenas bairros com pelo menos 30 imóveis negociados no período.
Nos bairros de menor valor, como Restinga, a renda necessária é bem inferior. Por lá, com um tíquete médio de R$ 117,6 mil, a quantia mensal fica em R$ 3,6 mil, com uma primeira parcela de R$ 1.012.
Fonte: O Sul