Mercado oferece opções para quem possui imóvel “parado” e busca rentabilidade além da locação. Prefeitura de SP regulamenta Operação Urbana Faria Lima; setor imobiliário poderá comprar títulos para construir ou reconstruir edifícios na região.
- Tecnologia e inovação permitem novas formas de rentabilizar imóvel “encalhado”
- Prefeitura de São Paulo libera R$ 3 bi para construções na Faria Lima
- Cidades para investir em imóveis: SP e Goiânia se destacam no alto padrão, Curitiba tem maior demanda para econômicos
- Moradores de Pinheiros (SP) contestam exclusão de imóveis de análise de tombamento
Tecnologia e inovação permitem novas formas de rentabilizar imóvel “encalhado”
O mercado imobiliário oferece alternativas para proprietários lucrarem com imóveis encalhados, além da tradicional locação mensal. Entre as opções, o home equity tem ganhado força. Nessa modalidade, o empréstimo – que usa o imóvel como garantia – pode chegar a 45% do valor da residência, com prazo de até 20 anos e taxa mensal de 1,30%, mais baixa que o crédito pessoal convencional. Segundo dados do Banco Central (BC), essa modalidade cresceu 80% em 2024.
Empresas como a Creditas têm explorado este tipo de investimento. O preço médio dos contratos ativos hoje pela empresa, por exemplo, é de R$ 250 mil, e são aceitos imóveis residenciais e comerciais em todo o país. Mas a liquidez é avaliada caso a caso.
“Vou ter mais conforto em dar um preço mais competitivo para um cliente que tem um apartamento em Moema do que para um cliente que tem uma casa no Morumbi. Os dois estão em São Paulo, mas o apartamento de Moema tem mais liquidez do que a casa no Morumbi”, afirma Fabio Zveibil, vice-presidente de empréstimo com garantia da Creditas.
Outra alternativa que surge como novidade no setor é a venda parcial, oferecida por startups como a Rooftop. A empresa compra cerca de 60% do imóvel, permitindo que o proprietário continue morando nele por 30 meses, pagando aluguel. Após esse período, há opção de recompra por 80% do valor.
Para imóveis sem débitos, o leilão surge como uma saída interessante. Os proprietários podem cadastrar suas propriedades em plataformas de leilão, oferecendo desconto de cerca de 30% sobre o valor de mercado.”Está havendo uma desmistificação sobre o leilão de imóveis ser apenas judicial”, afirma Henri Zylberstajn, CEO do portal Zuk.
Essas novas possibilidades ampliam o leque de opções, adaptando as necessidades dos proprietários às dinâmicas atuais do mercado financeiro e imobiliário. A escolha da melhor estratégia depende das características do imóvel e dos objetivos de cada investidor.
Fonte: Estadão
Prefeitura de São Paulo libera R$ 3 bi para construções na Faria Lima
A Prefeitura de São Paulo regulamentou a revisão da Operação Urbana Faria Lima, principal projeto de urbanização com dinheiro privado da capital paulista. O decreto, assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), permite que o setor imobiliário compre títulos para ampliar, construir ou reconstruir edifícios na região.
Dos R$ 3 bilhões previstos para arrecadação, cerca de R$ 2 bilhões serão prioritariamente aplicados na urbanização de Paraisópolis e comunidades vizinhas. O restante será destinado a melhorias no entorno da avenida Brigadeiro Faria Lima.
Entre os projetos está o boulevard Juscelino Kubitschek, uma passagem subterrânea prevista há quase 40 anos. No entanto, fontes da prefeitura alertam que os recursos podem ser insuficientes para todas as obras propostas.
A arrecadação ocorre por meio da venda de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), títulos públicos que substituem a outorga onerosa em áreas de operações urbanas. Estima-se que 250 mil metros quadrados em construções ainda possam ser liberados na região.
“O foco é o complexo Paraisópolis”, afirmou a prefeitura em nota, destacando a aprovação de projetos de regularização fundiária e infraestrutura para as comunidades locais.
A regulamentação de toda a operação Faria Lima não encerra, no entanto, a principal polêmica sobre a revisão do projeto realizada pela Câmara; a regularização de um edifício de alto padrão de 23 pavimentos construído sem alvará. O artigo que permitiria sua adequação continuará suspenso, como determinou a Justiça.
Fonte: Folha de S.Paulo
Cidades para investir em imóveis: SP e Goiânia se destacam no alto padrão, Curitiba tem maior demanda para econômicos
O mercado imobiliário brasileiro apresenta novas oportunidades de investimento em diferentes cidades, de acordo com recente levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O Índice de Demanda Imobiliária (IDI-Brasil) analisou 61 municípios considerando fatores como demanda por imóveis, dinamismo econômico e saturação de mercado.
No segmento de alto padrão, São Paulo lidera o ranking, seguida por Goiânia e Florianópolis. Para o médio padrão, Goiânia ocupa a primeira posição, com São Paulo e Florianópolis na sequência. Já no segmento econômico, Curitiba se destaca em primeiro lugar, seguida por Fortaleza e São Paulo.
Renato de Sousa Correia, presidente da CBIC, explica que o mercado de alto padrão se destacou em diferentes regiões devido às características específicas de cada cidade. “Goiânia tem sido uma cidade bem pujante com relação ao alto padrão, já crescendo ao longo do tempo. São Paulo, naturalmente, sempre foi o berço de alto padrão. Florianópolis tem renda alta”, afirma.
Em São Paulo, grandes incorporadoras como Cyrela, Eztec e Lavvi têm intensificado os lançamentos de alto padrão, que vendem rápido por milhões de reais. O Heritage, lançado pela Cyrela em parceria com a Pininfarina, teve unidades de até 570 metros vendidas a R$ 28 mil/m² já no lançamento, em 2017. Hoje, o preço é de até R$ 95 mil/m².
Goiânia tem se destacado no cenário nacional pelo aumento do preço médio do metro quadrado: de R$ 4.303 no início de 2020 para R$ 7.929 no final de 2024, segundo o índice FipeZap. Felipe Malazzo, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-Go), atribui esse crescimento a fatores como a revisão do plano diretor em 2007 e a localização estratégica para empresários do agronegócio.
“As construtoras de Goiânia são excepcionalmente locais… têm um domínio do processo construtivo, com uma qualidade acima da média nacional”, afirma Malazzo.
Já Florianópolis tem uma valorização imobiliária puxada pelos altos preços de imóveis em Balneário Camboriú, que tem o preço de metro quadrado residencial mais caro do País. Além da demanda dos moradores da cidade, ela tem conseguido atrair investidores que compram imóveis para lucrar com locação de curta, média ou longa duração.
A ARV, empresa especializada em gestão e administração de obras residenciais e comerciais de alto padrão em Florianópolis, tem observado uma procura significativa tanto do público local quanto de investidores brasileiros e estrangeiros. Bruno Morais, gerente comercial da companhia, revela que entre lançamento e entrega, os imóveis podem se valorizar cerca de 40%.
O estudo da CBIC não faz distinção entre compradores que adquirem imóveis para morar ou para investir, mas estima-se que cerca de 20% dos compradores sejam investidores. Especialistas ressaltam que o segmento de alto padrão é menos afetado por flutuações na taxa de juros, enquanto o segmento econômico conta com o apoio de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Fonte: Estadão
Moradores de Pinheiros (SP) contestam exclusão de imóveis de análise de tombamento
Um grupo de moradores de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo, está contestando a exclusão de algumas casas do conjunto que poderia ser transformado em patrimônio no bairro. O Quadrilátero Vilas do Sol, área conformada pelas ruas Pascoal Del Gaizo, Estela Sezefreda, Mateus Grou e Virgilio de Carvalho Pinto, era o mais próximo de ser tombado, mas algumas casas já começaram a ser demolidas.
O Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) aceitou um pedido da construtora Zabo Engenharia para excluir imóveis do pedido de tombamento, permitindo a demolição de edificações na rua Mateus Grou e na rua Estela Sezefreda.
“Como pode o Conpresp excluir tais imóveis sem o estudo técnico do DPH [Departamento do Patrimônio Histórico] concluído?”, questiona Rosanne Brancatelli, moradora do local.
A Zabo Engenharia afirma respeitar a legislação vigente e todos os processos regulatórios aplicáveis. “Entendemos que existem diferentes visões sobre o desenvolvimento urbano, mas acreditamos que a modernização e a renovação de áreas estratégicas são fundamentais para o equilíbrio da cidade”, diz a empresa em nota.
A decisão sobre tombar os imóveis no local tem dividido moradores. Alguns argumentam sobre a dificuldade de manter o imóvel e a desvalorização após o tombamento, enquanto defensores veem a medida como estratégia para evitar que construções de edifícios altos desfigurem o bairro.
A prefeitura informa que a região é classificada como predominantemente residencial (ZPR), com gabarito máximo de dez metros de altura para construções, e que a Subprefeitura Pinheiros fiscaliza as obras.
Fonte: Folha de S.Paulo