Programa de crédito imobiliário tem potencial para gerar mais de 1 milhão de empregos. Especialistas apontam obstáculos ao uso da Emgea para impulsionar setor imobiliário. No Rio, Cosmos se destaca entre os bairros mais valorizados.
- Programa de crédito imobiliário tem potencial para gerar mais de 1 milhão de empregos
- Especialistas apontam obstáculos ao uso da Emgea para impulsionar setor imobiliário
- No Rio de Janeiro, Cosmos e Piedade se destacam entre bairros com imóveis mais valorizados
- Aluguel comercial desacelera em março mas ainda está acima da inflação
Programa de crédito imobiliário tem potencial para gerar mais de 1 milhão de empregos
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, avalia que o programa “Acredita”, lançado pelo governo federal na terça-feira (23) tem o potencial de gerar mais de 1 milhão de empregos no Brasil. “Para cada milhão aplicado na construção civil, nós temos 13 empregos. Então, estamos falando em um milhão e trezentos mil [novos postos de trabalho]”, afirmou Correia.
O governo afirma que o programa vai estimular o setor da construção civil e o mercado imobiliário brasileiro, facilitando o acesso da classe média ao financiamento imobiliário. Um dos desafios do setor é a queda na aplicação de recursos da poupança em crédito imobiliário. Dados da CBIC mostram que, em 2021, havia mais de R$ 200 bilhões aplicados no crédito imobiliário pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), caindo para R$ 180 bilhões em 2022 e R$ 150 bilhões em 2023. A expectativa para este ano é manter o valor de 2023.
Preocupado com a queda de recursos da poupança, o governo focou no mercado secundário para recebíveis de financiamentos imobiliários, em que a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), empresa pública, atuará como securitizadora, comprando títulos atrelados ao TR e revendendo-os ligados ao IPCA, o que deve torná-los mais atrativos para fundos de investimento e pessoas físicas. Estima-se que essa medida possa liberar R$ 10 bilhões para novos financiamentos, impulsionando a construção civil.
Fonte: CNN
Especialistas apontam obstáculos ao uso da Emgea para impulsionar setor imobiliário
Especialistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico veem potencial no modelo proposto pelo governo federal, que utiliza a Emgea para impulsionar o mercado secundário de crédito imobiliário através da aquisição e securitização de carteiras de crédito. Por outro lado, apontam desafios na adaptação dos contratos majoritariamente indexados à TR, um indexador que não favorece operações de longo prazo.
A estratégia inclui a compra de carteiras e CRIs, com objetivo de liberar espaço para novas operações financeiras e atrair investimentos por meio de fundos imobiliários com retornos atraentes. A maior parte do mercado de crédito imobiliário trabalha com taxas prefixadas mais TR, o que representa um desafio para a Emgea na gestão de carteiras antigas e na conversão de indexadores.
O Jornal Folha de S.Paulo, também questiona o plano governamental. A coluna de Torres Freire adverte que o governo ainda não explicou como o plano “para em pé” e aponta a falta de uma explicação técnica convincente sobre como o plano funcionaria na prática. Freire destaca o desafio representado pelos altos juros, que tornam investimentos em títulos do governo mais atrativos do que os financiamentos imobiliários. Ele aponta também a complexidade da securitização no Brasil, um mecanismo que, embora eficaz em países como os Estados Unidos, oferece riscos, como ficou claro na crise financeira de 2008.
(Fontes: Valor Econômico e Folha de S.Paulo)
No Rio de Janeiro, Cosmos e Piedade se destacam entre bairros com imóveis mais valorizados
Cosmos e Piedade, bairros menos conhecidos do Rio de Janeiro, lideraram a valorização imobiliária no primeiro trimestre de 2024, com aumentos de 25,4% e 16,9% no preço médio do metro quadrado, respectivamente, de acordo com levantamento feito pela Loft. A Zona Oeste e a Zona Norte da capital fluminense destacam-se pela procura crescente por imóveis, impulsionando os preços para R$5,9 mil/m² em Cosmos, e R$4,9 mil/m² em Piedade.
Outros bairros como Portuguesa, Inhoaíba e Bonsucesso também viram suas valorizações superarem 5% no mesmo período, indicando um potencial de crescimento mesmo com preços abaixo da média da capital. Esse fenômeno reflete uma tendência de valorização nas zonas menos centrais, enquanto áreas mais nobres tendem à estabilização dos preços.
Apesar dos aumentos significativos, Cosmos e Piedade ainda têm preços por metro quadrado bastante inferiores aos bairros mais caros do Rio, como Leblon ( R$21,8) e Ipanema (R$19,5 mil). O estudo da Loft analisou mais de 300 mil anúncios, evidenciando uma diversificação no mercado imobiliário carioca.
Fonte: Monitor Mercantil
Aluguel comercial desacelera em março mas ainda está acima da inflação
O aluguel de escritórios e imóveis comerciais no Brasil teve alta de 0,63% em março, um leve recuo em relação a fevereiro, mas ainda acima da inflação, marcando um aumento anual de 7,02% segundo o Índice FipeZAP. Por outro lado, a compra desses imóveis se manteve estável no mês, com uma discreta variação positiva de 0,02%, embora tenha caído 0,49% no acumulado dos últimos 12 meses.
A economista Ana Tedesco do DataZAP atribui a elevação dos aluguéis à retomada das atividades urbanas e ao fortalecimento do mercado de trabalho pós-pandemia, enquanto a estabilidade na compra é impactada pelo alto custo do crédito imobiliário. São Paulo lidera como a cidade mais cara para locação, com média de R$ 51,45/m², seguida por Florianópolis e Rio.
Na análise por cidades, São Paulo se destaca com o metro quadrado mais caro para venda de salas comerciais, avaliado em R$ 10.032, seguido pelo Rio de Janeiro, com R$ 8.771. Salvador apresenta o valor mais acessível entre as cidades monitoradas, com o metro quadrado custando R$ 5.126.
Fonte: Estadão