Haddad diz que governo está devendo solução para mercado secundário de crédito imobiliário. Rio lidera valorização de lançamentos no 1º tri, com destaque para luxo no Leblon e Ipanema. MCMV deve ajudar setor imobiliário a superar crise da poupança.
- Haddad diz que governo está devendo solução para mercado secundário de crédito imobiliário
- Rio lidera valorização de lançamentos imobiliários no primeiro trimestre
- Minha Casa, Minha Vida deve ajudar setor imobiliário a superar crise da poupança
- Bairro Fazenda em Itajaí (SC) supera Agronômica de Florianópolis no valor do metro quadrado
Haddad diz que governo está devendo solução para mercado secundário de crédito imobiliário
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo deve uma solução para o chamado “mercado secundário de créditos imobiliários” no Brasil – que transforma dívidas originais em títulos negociáveis no mercado de capitais, como forma de aumentar as fontes de funding do setor. “O Brasil ainda não tem um bom mercado secundário de crédito imobiliário”, disse o ministro durante evento promovido pela CNN Brasil.
A declaração ocorre em meio ao debate sobre novas fontes de financiamento habitacional, intensificado pelo aumento dos saques da poupança. Na quarta-feira (24), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, alertou em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que o país precisará adotar um novo modelo para obtenção de recursos para crédito imobiliário.
Haddad também mencionou que o spread bancário no Brasil é muito alto e que melhorar as garantias é uma forma de reduzi-lo.
Em março, o governo lançou o novo consignado para o setor privado, com expectativa de triplicar o estoque atual de R$ 40 bilhões. “Em um mês se chegou a oito milhões de negociações no consignado privado”, informou.
Apesar dos desafios, o ministro demonstrou otimismo quanto ao futuro do mercado de crédito brasileiro. “É um dos legados que a Fazenda vai deixar”, declarou, reforçando que o governo pretende promover melhorias significativas neste setor.
Fonte: Valor Econômico
Rio lidera valorização de lançamentos imobiliários no primeiro trimestre
O Rio de Janeiro registrou a maior valorização nos lançamentos imobiliários nos segmentos econômico e de luxo no primeiro trimestre de 2025. Segundo o Índice de Lançamentos Imobiliários do DataZAP, os preços dos lançamentos no município subiram 10,32% considerando todos os segmentos.
Nos segmentos econômico e de luxo, a capital fluminense liderou com expressivas altas de 22,28% e 29,28%, respectivamente. No acumulado de 12 meses, o crescimento chegou a 40,69%, impulsionado por lançamentos em localizações altamente valorizadas.
Na zona sul carioca, os lançamentos de alto padrão concentram-se principalmente em Leblon e Ipanema, onde o metro quadrado pode alcançar R$ 42 mil. Na zona oeste, o destaque é a região do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, com preços que podem chegar a R$ 34 mil o metro quadrado.
“Os lançamentos de luxo em áreas premium foram determinantes para a valorização registrada no mercado carioca”, afirma Coriolano Lacerda, gerente de inteligência imobiliária do Grupo OLX.
O preço médio dos lançamentos no país foi de R$ 11.993 por metro quadrado, com Porto Alegre liderando como o metro quadrado mais caro (R$ 14.487), seguida por Florianópolis (R$ 13.800) e Curitiba (R$ 13.785). São Paulo apresentou leve recuo de 0,59% nos últimos três meses, mas alta de 7,66% no acumulado anual.
Em termos anuais, os lançamentos imobiliários apresentaram aumento de 12,38%, superando o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que cresceu 7,37% no mesmo período.
Segundo Lacerda, a expectativa é que tanto o mercado de luxo quanto o econômico mantenham bom desempenho, com o segmento de altíssimo padrão se beneficiando do ambiente de crédito mais restritivo, enquanto o econômico deve ser sustentado pelos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida.
Fonte: Exame
Minha Casa, Minha Vida deve ajudar setor imobiliário a superar crise da poupança
A criação da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) representa um impulso para o setor imobiliário brasileiro solucionar dois desafios simultâneos: a crise da poupança e a exclusão da classe média do mercado de crédito habitacional. A nova regra alcança um mercado potencial de 120 mil novos beneficiários, em um cenário onde os juros elevados têm afastado centenas de milhares de famílias do financiamento imobiliário.
O principal motivo da criação da nova faixa foi ajudar as famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil mensais, que ficavam acima do antigo teto do MCMV, mas não conseguiam arcar com as taxas de mercado. Segundo pesquisa da FGV, cada ponto percentual de aumento no custo do financiamento habitacional barra o acesso de até 1 milhão de famílias, fenômeno observado desde o início de 2024, quando a taxa média subiu de 10,5% para 11,5% ao ano.
O novo crédito imobiliário surge em um momento no qual os novos projetos em São Paulo e no Rio passam a ter mais apelo a famílias de classe média, que não conseguem financiar e vão parar no aluguel.
“Os recursos direcionados ao MCMV estão na máxima histórica. Com a aceleração de unidades vendidas no programa, os planos diretores nas capitais paulista e fluminense também passaram a incorporar incentivos para trazer a habitação popular para as áreas mais centrais”, diz Ronaldo Cury De Capua, presidente do conselho e diretor da constutora e incorporadora Cury.
A poupança viu os saques superarem depósitos em R$ 287,7 bilhões entre 2021 e março de 2025. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a participação da caderneta no funding do crédito imobiliário encolheu para 30%, quando superava 65% em 2015.
“A situação da poupança é irreversível”, declara Sandro Gamba, presidente da Abecip. “Entendemos que a caderneta não vai voltar a ter o mesmo percentual na estrutura de recursos para o mercado imobiliário”. O MCMV se tornou, na prática, uma maneira de socorrer o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que depende dos recursos da caderneta e atende, principalmente, a classe média.
Para viabilizar a faixa 4, serão destinados R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-sal e outros R$ 15 bilhões captados via instrumentos de renda fixa, resultando em financiamentos a 10,5% anuais, com prazo de até 35 anos e limite de R$ 500 mil. “Esses R$ 30 bilhões vão sair bem rápido”, afirma o presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), Luiz França.
Fonte: InvestNews
Bairro Fazenda em Itajaí (SC) supera Agronômica de Florianópolis no valor do metro quadrado
O bairro Fazenda, em Itajaí, Litoral Norte de Santa Catarina, superou o Agronômica, bairro mais caro de Florianópolis, no valor do metro quadrado em 2024. Segundo dados da Brain Inteligência Estratégica, o metro quadrado no Fazenda está avaliado em R$ 14.882, enquanto no Agronômica custa R$ 14.127.
Com valorização de mais de 60% em quatro anos, o Fazenda se tornou a nova aposta do mercado imobiliário de alto padrão. O metro quadrado no local passou de R$ 9.271 em 2020 para o valor atual, resultado 20% maior que a média registrada pelo município. Itajaí possui o quarto metro quadrado mais valorizado do país, com custo médio de R$ 12.376, conforme o Índice FipeZap.
Um exemplo dessa valorização é o Home Club da Lotisa, lançado em 2015 por R$ 330 mil e hoje avaliado em R$ 1,5 milhão – alta de 354,5% em menos de dez anos. Em quatro anos, o empreendimento valorizou cerca de 145%, superando em 85% o crescimento médio do bairro no período.
A localização privilegiada explica o boom imobiliário: próximo ao Centro de Itajaí e a poucos minutos de Balneário Camboriú, o Fazenda alia tranquilidade residencial à proximidade do mar, marinas e serviços essenciais. O bairro oferece infraestrutura urbana com ruas arborizadas, calçadões e ciclovias.
“Acreditamos no potencial do bairro Fazenda há mais de uma década, quando ainda era uma região de crescimento orgânico. Hoje, os números comprovam que o empreendimento foi mais uma decisão estratégica tanto para nossos clientes quanto para a cidade”, destaca Fábio Inthurn, CEO da Lotisa.
A evolução do valor do metro quadrado no bairro Fazenda acompanha o crescimento de Itajaí: em 2020, custava R$ 9.271 (cidade: R$ 6.420), e, em 2024, alcançou R$ 14.882 (cidade: R$ 11.857).
Fonte: nd+