Caixa Econômica cria nova frente de investimento para funding do setor imobiliário. Antigo Ourinvest volta ao mercado. Interessados na casa própria amargam espera para assinar contratos de financiamento com a Caixa, mesmo em processos avançados.
- Caixa Econômica cria nova frente de investimento para funding do setor imobiliário
- Banco protagonista em investimentos imobiliários da década de 1990 retorna ao mercado
- Interessados na casa própria amargam espera para assinar financiamento da Caixa
- Surf e ecoturismo impulsionam boom imobiliário em cidades do litoral catarinense
Caixa Econômica cria nova frente de investimento para funding do setor imobiliário
A Caixa Econômica Federal tenta ampliar atuação junto ao mercado imobiliário oferecendo novos serviços de acesso ao mercado de capitais, indo além da tradicional concessão de empréstimos para compra e construção de imóveis. O banco, que detém R$780 bilhões em crédito imobiliário (70% do mercado nacional), passa a estruturar operações como emissão de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e assessoria financeira para captação de recursos.
“Não tem como falar de construção civil sem conectar com o nome Caixa. A ideia do mercado de capitais e todos esses serviços que estamos agregando é usar essa expertise para atender melhor o nosso cliente”, afirma Suely Patrão Buriham, diretora da rede de atacado da instituição.
A nova frente de atuação tem três pilares: emissão de CRI, assessoria financeira para construtoras na captação de recursos e assessoria a investidores institucionais. O serviço é exclusivo para clientes do banco e deve ser solicitado através do gerente de relacionamento.
Atualmente, existem 19 operações em andamento e uma já concluída, com potencial de vendas estimado em R$2,3 bilhões. Para 2025, a previsão é fazer mais 20 operações, e em 2026, dobrar. Ao longo dos últimos dois anos, foram mapeadas 400 gestoras de recursos que já investem ou possuem interesse em investir em ativos do setor.
“Queremos que a Caixa funcione como um hub, para diminuir assimetrias entre investidor e tomador pelo Brasil inteiro e poder gerar boas oportunidades de investimento, democratizando o acesso ao mercado de capitais”, explica Marco Buzzo, superintendente nacional de intermediação de títulos e estruturação de dívidas da Caixa.
O diferencial, segundo o banco, é cobrir toda a vida do empreendimento, de ponta a ponta. Antes, a Caixa entrava a partir do momento em que o imóvel era lançado e entregue; agora, está usando para encontrar novos recursos e investidores nas fases antecedentes, cobrindo eventuais problemas no caminho.
Fonte: Uol
Banco protagonista em investimentos imobiliários da década de 1990 retorna ao mercado
O Ouribank, antigo Ourinvest, anunciou seu retorno ao setor, com foco no financiamento de obras, compra de carteiras de recebíveis e emissão de dívida com garantia de imóveis. O Ourinvest foi protagonista no mercado de investimentos imobiliários brasileiros na década de 1990.
A instituição, que fez o lançamento do primeiro fundo imobiliário de varejo do Shopping Pátio Higienópolis, e passou a vender suas operações imobiliárias na última década, planeja agora construir uma carteira de R$500 milhões nos próximos dois a três anos, direcionada principalmente para empresas. “Temos conhecimento, experiência e apetite”, afirma Jefferson Pavarin, líder de negócios imobiliários do Ouribank.
O banco quer atender incorporadoras e loteadoras de pequeno e médio portes em todo o país, segmento que enfrenta maiores dificuldades para obter financiamento bancário
Em 2024, a instituição já realizou duas operações totalizando R$ 45 milhões: um residencial de alto padrão em Barra Velha (SC) e um loteamento em São José dos Campos (SP), e está finalizando sua primeira emissão de Letra de Crédito Imobiliário (LCI) de aproximadamente R$ 15 milhões. O valor vai auxiliar no financiamento de novos projetos.
Segundo o Ouribank, o objetivo é atender empresas que normalmente ficam fora do radar dos grandes bancos e investidores, mas que estejam com balanços consistentes e tenham empreendimentos bem planejados, especialmente no interior do país.
Fonte: Estadão
Interessados na casa própria amargam espera para assinar financiamento da Caixa
Compradores de imóveis com processos já aprovados pela Caixa Econômica Federal denunciam uma espécie de congelamento, em uma espera prolongada pela liberação de recursos, diante da escassez que a instituição enfrenta para financiamentos imobiliários. A situação se agrava às vésperas da implementação de novas regras, previstas para 1º de novembro, que reduzirão a cota máxima de financiamento de 80% para 70% na tabela SAC (Sistema de Amortização Constante) e de 70% para 50% no sistema Price.
Para os últimos meses de 2024, resta apenas 15% do orçamento anual destinado ao crédito com recursos da poupança. Dos R$75 bilhões disponibilizados para o ano, R$63,5 bilhões já foram utilizados até setembro.
“São 30 contratos aprovados aguardando recursos. Está tudo assinado, mas a Caixa diz que não tem dinheiro e não dá qualquer previsão de quando terá”, relatou um correspondente bancário da zona Leste de São Paulo à reportagem do portal Uol, que preferiu não se identificar.
Em uma entrevista recente ao jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, confirmou que há um superaquecimento da demanda por esse modelo de financiamento, que está ligado ao aumento da liquidez das famílias brasileiras.
A carteira de crédito habitacional da Caixa ultrapassou R$ 800 bilhões, representando 68% do mercado nacional, com mais de 7 milhões de contratos ativos. Até setembro de 2024, foram concedidos R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em comparação ao mesmo período de 2023.
“Considerando a demanda observada e o orçamento para crédito habitacional aprovado para o ano de 2024, prevemos que a mesma irá superar o limite máximo projetado para o período”, informou o banco em nota oficial, sem confirmar se há congelamento de recursos.
O cenário é resultado da combinação entre alta demanda por imóveis, elevado volume de saques da poupança e taxa Selic em dois dígitos, afetando inclusive financiamentos do programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida).
Fonte: Uol
Surf e ecoturismo impulsionam boom imobiliário em cidades do litoral catarinense
Garopaba e Imbituba, municípios do litoral de Santa Catarina conhecidos pelo surf e ecoturismo, registraram valorização imobiliária superior a 50% nos últimos dez anos, segundo dados do FipeZap. O crescimento expressivo é impulsionado pela chegada de novos moradores e investidores em busca de qualidade de vida, principalmente nas áreas próximas às praias.
O crescimento populacional reforça a tendência de atratividade da região: Garopaba registrou aumento de 65,17% de habitantes desde 2010, enquanto Imbituba cresceu 22,59%, conforme o último Censo. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,7 equipara a região aos melhores índices do estado.
“Quando chegamos aqui em busca de mais qualidade de vida e segurança, sabíamos que precisávamos também contribuir para o desenvolvimento ordenado e sustentável da região”, afirma Fabiano Aquino, empresário que trocou uma multinacional pela Aquino Incorporações, empresa que projeta R$455 milhões em vendas para os próximos três anos.
As duas cidades catarinenses vêm se tornando também destinos preferenciais para segunda residência, e atraem principalmente moradores de grandes centros urbanos, como Florianópolis e Porto Alegre. “Atualmente, mais de 80% do nosso público é gaúcho, mas temos percebido uma migração e até interesse cada vez maior de estrangeiros”, revela Aquino.
O desafio atual é manter o desenvolvimento sustentável da região, preservando características naturais, como a presença da baleia franca em Imbituba, e o acervo arqueológico pré-colonial dos municípios. Junto com o surf e o ecoturismo, estes aspectos contribuem para a popularidade da região.
A melhoria na infraestrutura local, incluindo estradas, serviços e telecomunicações, também tem papel fundamental neste processo de valorização imobiliária, afirmam especialistas.
Fonte: NSC