Mais da metade dos imóveis anunciados em plataforma brasileira estão supervalorizados. A volta do sonho grande: Loft considera IPO na NYSE após alcançar o break-even. Vendas de imóveis no interior paulista ganham impulso com Minha Casa, Minha Vida.
- Mais da metade dos imóveis anunciados em plataforma brasileira estão supervalorizados
- Loft revela planos de crescimento sustentável com foco nas parcerias com imobiliárias e inovação com Inteligência Artificial
- Construção e venda de imóveis no interior paulista ganham impulso com Minha Casa, Minha Vida
- Creci considera abusivo reajuste de taxas dos cartórios
Mais da metade dos imóveis anunciados em plataforma brasileira estão supervalorizados
O preço pedido por um imóvel em uma plataforma digital no Brasil pode estar bem acima do valor que realmente costuma ser fechado. É o que aponta um levantamento do QuintoAndar: 54% dos imóveis à venda na plataforma foram anunciados com preços acima do valor máximo sugerido e, no fechamento dos contratos, praticamente a metade teve que recuar no preço. Isto significa que menos de 3 em cada 10 imóveis à venda foram fechados com o valor acima do ideal.
O descasamento entre preço pedido e o valor real se repete nos aluguéis: 37% dos imóveis anunciados na plataforma estavam com preço acima do máximo sugerido pela Calculadora QuintoAndar. Como resultado, apenas 2 em cada 10 imóveis são fechados com o valor acima do ideal, ou seja, 81% do total foram fechados com preços dentro do intervalo recomendado.
O levantamento – que tem por base 150 mil contratos fechados na plataforma entre janeiro de 2023 e abril de 2024 – aponta ainda que imóveis para aluguel com preços iniciais acima do recomendado têm descontos cinco vezes maiores do que aqueles que já são anunciados dentro da faixa ideal.
Num ambiente digital como o da plataforma do QuintoAndar, o preço descolado da realidade se soma a uma queda natural no volume de novas visualizações do anúncio — e consequentemente de visitas agendadas — ao longo do tempo, fazendo com que o proprietário tenha que reduzir os valores para voltar a ter relevância nas buscas.
O problema com a precificação está ligada à falta de transparência de dados no mercado imobiliário nacional, um dos grandes entraves para o desenvolvimento do setor, aponta a empresa.
Fontes: O Globo e R7
Loft revela planos de crescimento sustentável com foco nas parcerias com imobiliárias e inovação com Inteligência Artificial
A Loft “reconquistou o direito de sonhar grande”, segundo o CEO e cofundador, Mate Pencz. A frase, dita na convenção de lideranças da companhia no começo deste ano, traduz o significado do breakeven no quarto trimestre de 2023 para a proptech. A meta alcançada significa, segundo Pencz, que a empresa tem condições de estar novamente “mais na ofensiva”, podendo ampliar o investimento em produto e até voltar a estudar eventuais fusões e aquisições (M&As) e uma listagem.
“Claramente é outro momento em termos de escala e também de consistência e de entrega de resultados, com rentabilidade. E isso significa não necessariamente buscar um IPO, mas colocar uma barra mais alta de companhia pública”, disse o empreendedor em entrevista à Bloomberg Línea.
As bolsas americanas estão de olho nos potenciais candidatos a IPO mundo afora, incluindo companhias brasileiras. A Loft estampa o telão da Nyse na Times Square a partir de hoje, por 20 dias, numa divulgação espontânea para se aproximar da empresa antes de sua concorrente Nasdaq.
Mate Pencz, que participou do fórum Latam Tech promovido pela Nyse no início do mês em Miami, a convite da bolsa de NY, não descarta a listagem. “O fato de termos cruzado a linha do breakeven e estarmos operando no azul este ano abre caminho para uma conversa mais madura sobre IPO com investidores de forma geral”, disse Pencz.
A startup, que mantém parceria com mais de 10 mil imobiliárias em cerca de 800 cidades, funciona quase como um banking partner para imobiliárias e, neste ano, planeja lançar produtos neste sentido, alavando soluções de Inteligência Artificial.
Fontes: Bloomberg e Pipeline
Construção e venda de imóveis no interior paulista ganham impulso com Minha Casa, Minha Vida
O aumento do subsídio para a Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para R$55 mil, e a extensão do prazo de amortização do financiamento para 420 meses, somado à queda do desemprego e à redução das taxas de juros para 4% e 4,5%, estimularam a construção civil no interior de São Paulo.
O estudo “Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial”, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Deloitte, mostrou que os indicadores de procura e venda de imóveis residenciais se aqueceram no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos últimos três meses do ano passado. A procura geral por imóveis recebeu a nota 2,28 no primeiro trimestre deste ano, ante 2,22 no último trimestre de 2023.
A busca pelo MCMV alcançou 2,54 e a procura por imóveis de médio e alto padrão (MAP) se manteve estável, com nota 2. A pesquisa ainda aponta a valorização dos imóveis no primeiro trimestre, com nota 2,53. Para os próximos 5 anos, a expectativa é de nota 3, indicando forte aumento no resultado.
Ainda segundo o levantamento, os indicadores positivos de procura por imóveis mostram um cenário promissor, tanto para o segmento econômico quanto para o médio e alto padrão, neste último caso, baseado nas expectativas de queda da Selic.
Fonte: G1
Creci considera abusivo reajuste de taxas dos cartórios
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis em Santa Catarina (Creci/SC) repudiou o aumento das taxas dos cartórios, que passou a valer em 1º de abril. Considerado abusivo pela categoria, o reajuste chega a 200% no valor máximo. Para a entidade, a alta é inaceitável e traz prejuízos não só ao mercado e profissionais do setor imobiliário, como para toda a sociedade.
O aumento foi autorizado por meio de lei sancionada pelo governador em 20 de dezembro de 2023, após um projeto de lei complementar, de autoria do Tribunal de Justiça, que alterou a lei dos emolumentos cobrados por cartórios no estado e a lei do Fundo de Reaparelhamento do Judiciário.
Segundo o presidente do Creci-SC, Fernando Willrich, as mudanças não foram discutidas com transparência e houve um trâmite acelerado, com a proposta dando entrada em 28 de novembro, sendo aprovada em 13 de dezembro e sancionada no dia 20 daquele mês.
Willrich diz que a entidade busca o diálogo por meio dos poderes Legislativo e Judiciário, além de conversas com a própria Associação dos Cartórios e Registradores. “A proposta é a gente conseguir construir juntos uma solução que atenda a sociedade e o mercado imobiliário”, afirmou à publicação ND.
Fonte: Notícias do Dia