Planos da Caixa para ampliar crédito habitacional incluem novo papel para atrair investidores institucionais. Juro elevado foi o principal entrave da construção civil no quarto trimestre, aponta CNI. Rio registra quase 50 mil imóveis vendidos em 2024.
Vice-presidente de Habitação da Caixa fala em novo papel para atrair investidores
Diante dos desafios da Caixa Econômica Federal para manter e ampliar o crédito habitacional no Brasil, Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação, mantém conversas com o Ministério da Fazenda sobre alternativas para o setor.
Em entrevista exclusiva à revista EXAME, Magalhães afirmou que a Caixa não desistiu do pedido de emissão do compulsório para obter mais crédito para financiamento imobiliário. Além disso, há discussões sobre a criação de um novo papel para atrair investidores institucionais ao setor habitacional.
“A LCI, por exemplo, não é, necessariamente, um papel atraente para eles [fundos dos investidores institucionais]. A ideia de criar um papel específico que ajude a trazer estes fatores para o jogo. Afinal, somos um dos poucos países em que os fundos de pensão e previdência não investem em habitação. Consideramos que há espaço para continuar a discussão por aí”, afirmou a vice-presidente.
Inês explicou que mudanças nos prazos da LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a popularização de outros investimentos afetaram a captação de recursos para o crédito habitacional.
O banco alterou as regras de financiamento em novembro de 2024, exigindo uma entrada maior dos compradores e limitou o valor de compra e venda a R$ 1,5 milhão. “As medidas que tomamos no final do ano tiveram como objetivo que a gente conseguisse chegar ao final do ano atendendo ao maior número de famílias possíveis dentro do orçamento programado. E foi o que fizemos”, argumentou a vice-presidente.
Apesar das mudanças, a meta da Caixa é manter o volume de contratações de 2024: R$ 72 bilhões via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e R$ 125 bilhões pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para o programa Minha Casa, Minha Vida. Inês destacou que o FGTS mantém-se estável, atendendo famílias com renda de até R$ 8 mil.
Sobre as perspectivas para 2025, a vice-presidente afirmou que “o ano será de grandes desafios”, mas com bons números. “A Caixa Econômica tem recursos para trabalhar de maneira forte em 2025. Os recursos para o MCMV estão em um patamar bastante adequado, tanto do AGU quanto do FGTS. Os recursos do SBPE têm um patamar bastante razoável, já que o aumento dos saques à poupança é um aumento geral, visto em todos os bancos.”
O banco espera manter bons números no setor habitacional, com foco na diversificação do crédito para diferentes categorias de imóveis e no atendimento a uma variedade maior de perfis de clientes.
Fonte: Exame
Juro elevado foi principal entrave da construção civil no 4o tri, aponta CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou a ‘Sondagem da Indústria da Construção”, revelando que o patamar elevado da taxa de juros foi o principal desafio enfrentado pelo setor no quarto trimestre de 2024. O estudo, publicado às vésperas da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando de Gabriel Galípolo, destaca o impacto significativo dos juros altos na indústria da construção.
“A taxa de juros é bastante importante para o setor da construção. Ela condiciona tanto o lançamento de unidades quanto a própria demanda, já que as pessoas, normalmente, precisam financiar a compra de seus imóveis e empreendimentos. Por isso, a elevação da Selic traz sempre grande preocupação para o setor”, explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, sobre a sensibilidade do setor à política monetária contracionista.
A pesquisa revelou que 34,1% dos empresários apontaram os juros elevados como o principal problema, um aumento significativo em relação aos 25,4% do terceiro trimestre. Outros desafios destacados incluem a falta ou alto custo de trabalhador qualificado (26,8%) e a elevada carga tributária (26,6%).
O acesso ao crédito também se mostrou mais difícil, com o índice caindo para 37,7 pontos no quarto trimestre, uma redução de 2,6 pontos em relação ao trimestre anterior. Isso reflete uma maior dificuldade na obtenção de empréstimos e financiamentos após a retomada do ciclo de alta da Selic.
Apesar dos desafios, os empresários demonstram otimismo moderado para 2025. O índice de expectativa de nível de atividade se manteve em 53,8 pontos, indicando projeções positivas. “As expectativas dos empresários para 2025 continuam positivas, o que é um sinal importante para o setor diante dos desafios enfrentados”, afirma Azevedo.
A intenção de investimento na indústria da construção registrou uma leve queda, ficando em 45,1 pontos em janeiro, 0,8 ponto abaixo do registrado em dezembro. No entanto, o indicador ainda permanece 7,2 pontos acima da média histórica, sinalizando uma resiliência do setor.
A CNI consultou 315 empresas entre os dias 7 e 17 de janeiro de 2025 para a pesquisa, abrangendo empresas de pequeno, médio e grande porte.
Fonte: IstoÉ
Rio registra quase 50 mil imóveis vendidos em 2024, com Barra liderando
A cidade do Rio de Janeiro registrou a venda de 49.575 imóveis em 2024, de acordo com uma pesquisa exclusiva realizada pelo Secovi-Rio (Sindicato da Habitação). O estudo, baseado nos dados do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) da Prefeitura do Rio, revelou um panorama positivo para o mercado imobiliário carioca apesar dos desafios que o setor enfrenta, com juros altos e financiamento restrito.
“O resultado de 2024 foi o melhor dos últimos cinco anos. Tivemos um boom de vendas mesmo enfrentando um cenário de juros altos”, comenta Maurício Eiras, coordenador do Centro de Pesquisas e Análise da Informação (Cepai) do Secovi Rio.
O levantamento também apresentou um ranking dos 20 bairros mais procurados, com a Barra da Tijuca liderando a lista com 3.678 unidades comercializadas. Entre os primeiros colocados estão ainda Copacabana (3.102 vendas), Recreio dos Bandeirantes (2.909), Campo Grande (2.335), Tijuca (2.334), Jacarepaguá (2.062), Botafogo (1.562), Santo Cristo (1.455), Camorim (1.161) e Itapema (1.140).
De acordo com os números houve uma distribuição diversificada das vendas por diferentes regiões da cidade, desde a zona Sul até a zona Oeste, passando pela zona Norte.
O desempenho positivo do mercado imobiliário carioca em 2024, mesmo diante de um cenário econômico desafiador, sugere uma resiliência do setor e uma confiança dos compradores no mercado do Rio de Janeiro, aponta o estudo.
Fonte: O Dia
Em São Paulo, microapartamentos atraem população 50+
Apesar de serem o alvo da população jovem, os microapartamentos de até 35 metros quadrados também têm sido uma escolha vantajosa para idosos e pessoas acima dos 50 anos em São Paulo.
“O studio tem o tamanho e [o condomínio] a infraestrutura que necessito hoje para morar. Tem vaga de garagem, academia, piscina e salão de festa. Sem contar que o apartamento é de fácil manutenção”, afirma Irai Sanches, de 61 anos, que se mudou para um estúdio de dois cômodos, em Santana, na zona Norte, após seu divórcio.
De acordo com um estudo do QuintoAndar, apenas 8% dos moradores de microapartamentos em São Paulo têm mais de 50 anos, enquanto 74,9% têm entre 21 e 39 anos. Contrariando esta tendência, Valdezina Miranda, de 74 anos, trocou um apartamento de três quartos no Tucuruvi, na zona Norte, por uma quitinete com cerca de 35 m² na Vila Mariana, na zona Sul, para ficar mais perto dos filhos.
“Quando eu conheci esse pequeninho aqui, me apaixonei. E também tem tudo próximo, a região é muito boa”, afirma Miranda, corroborando com estudos recentes que mostram que a localização é o principal diferencial para a escolha de um microapartamento entre pessoas de todas as idades.
Marlene da Silva Chibani, de 64 anos, é outra moradora da capital paulista adepta dos compactos. Ela mora em uma quitinete de um quarto em Itaquera, zona Leste da capital.”Não preciso de muito espaço e aqui dá menos trabalho. Amei morar nesse apartamento menor”, afirmou.
Quem optou por essa mudança, afirma a rápida adaptação ao espaço reduzido e a facilidade de manutenção como principais vantagens. Além disso, a localização privilegiada e a infraestrutura dos condomínios foram fatores decisivos na escolha.
Fonte: g1