Inflação do aluguel acelera para 1,06% em fevereiro. Campo Grande ganha destaque no mercado imobiliário nacional com preço do metro quadrado acima da média nacional. Brasil avança na construção de prédios verdes e aparece no top 10 mundial.
- Inflação do aluguel acelera para 1,06 por cento em fevereiro
- Preço do metro quadrado em Campo Grande sobe 1,35 por cento, superando média nacional
- Brasil avança na construção de prédios verdes e aparece no top 10 mundial
- Edifício Mesbla, no Rio, volta a ser residencial após venda por R$ 21,7 milhões
Inflação do aluguel acelera para 1,06 por cento em fevereiro
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel”, registrou alta de 1,06% em fevereiro, acima dos 0,27% de janeiro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado superou levemente a expectativa de analistas consultados pela Reuters, que previam 1,03%.
No acumulado de 12 meses, o índice atingiu 8,44%. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-M, subiu 1,17% no mês, com destaque para ovos (+21,60%) e café em grão (+13,04%).
“No IPA, ovos e café se destacaram, impulsionados pela forte elevação das temperaturas, que reduziu a produtividade e limitou a oferta”, explicou Matheus Dias, economista do FGV Ibre.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou para 0,91%, influenciado principalmente pelo grupo Habitação (+1,49%), com aumento de 5,52% na tarifa de eletricidade residencial. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou para 0,51% em fevereiro, ante 0,71% em janeiro.
Fonte: Folha de S.Paulo
Preço do metro quadrado em Campo Grande sobe 1,35 por cento, superando média nacional
O mercado imobiliário de Campo Grande apresenta crescimento acima da média nacional, segundo dados do índice Fipezap. Em janeiro, o preço médio do metro quadrado na Capital sul-mato-grossense atingiu R$ 6.098, um aumento de 1,35% em relação a dezembro, quando estava em R$ 5.769/m². Este crescimento supera a média nacional de 0,59%.
Nos últimos 12 meses, Campo Grande registrou valorização de 5,64% no preço do metro quadrado. O Jardim dos Estados lidera com o metro quadrado mais caro, custando R$ 10.484, seguido por Santa Fé (R$ 10.350/m²) e Vila Margarida (R$ 8.810/m²).
“Campo Grande vem se colocando como uma das mais importantes cidades nas áreas de vendas e locações, mostrando ser uma das cidades que mais atraem negócios imobiliários”, argumenta Alfredo Freitas, presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI).
Desde janeiro de 2022, o preço médio para venda cresceu 31%, superando a média nacional de 19%. Os valores de locação dispararam 75%, acima do índice nacional de 52%. Em 2023, a cidade registrou valorização de 12,61% nos imóveis residenciais, sendo a terceira capital com maior alta no país.
Fonte: Campo Grande News
Brasil avança na construção de prédios verdes e aparece no top 10 mundial
O mercado imobiliário brasileiro está gradualmente incorporando práticas sustentáveis, segundo dados do U.S. Green Building Council (USGBC). Em 2024, o país registrou um aumento de 5% na certificação de prédios sustentáveis, atingindo a marca de 125 projetos qualificados – o melhor resultado da história.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 2.400 construções certificadas ou em processo de certificação LEED, um selo que reconhece empreendimentos que atendem a critérios de sustentabilidade. O país ocupa a nona posição no ranking global em área total certificada, com mais de dois milhões de metros quadrados, ficando atrás apenas do México na América Latina.
Segundo Sandrino Beltrane, head de desenvolvimento de negócios do Green Building Council Brasil, há no Brasil uma cadeia de stakeholders focada no desenvolvimento desses empreendimentos.”Existem projetos certificados em todos os estados e em cerca de 350 municípios”.
Para obter a certificação LEED, os prédios devem cumprir requisitos relacionados ao uso de energia e água, gestão de resíduos, transporte, materiais utilizados, saúde dos moradores e qualidade ambiental interna. A pontuação obtida determina o nível de certificação: Certified (40-49 pontos), Silver (50-59 pontos), Gold (60-79 pontos) e Platinum (80+ pontos).
Algumas empresas conseguem adotar práticas sustentáveis desde a compra do terreno até a conclusão da obra, adotando materiais mais sustentáveis durante a obra, o plantio de árvores e a compensação de carbono. Entre os 125 empreendimentos qualificados pela USGBC no Brasil em 2024, três são da GT Building, uma incorporadora de alto padrão de Curitiba. “Priorizamos locais com boa mobilidade e facilidade de acesso, para inibir o uso de carros. Durante a construção, adotamos soluções de eficiência energética, priorizamos ventilação natural nos apartamentos e temos uma gestão de resíduos que foca no reaproveitamento de materiais”, detalha Maurício Fassina, diretor de operações da construtora.
Gilberto Kaminski, diretor de planejamento e controle de produção da Thá Construtora, observa que a demanda por prédios verdes aumentou após a pandemia. No entanto, o conceito ainda é mais comum em empreendimentos de alto e médio padrão, devido aos custos envolvidos.
Apesar dos avanços nas construções sustentáveis, o setor enfrenta desafios. Um relatório da UK Green Building Council aponta que prédios residenciais sustentáveis custam 3,5% mais que os tradicionais, chegando a 6,2% para prédios de escritórios. Por outro lado, incorporadores argumentam que o custo é compensado a longo prazo, com a redução de despesas operacionais.
De acordo com o head de negócios do GBC no Brasil , “considerando um ciclo de vida de uma edificação em 50 anos, apenas 15% se refere à construção, 85% está na operação e manutenção do edifício ao longo da sua vida”. Sandrino Beltrane também menciona que o amadurecimento do mercado está reduzindo o custo extra para certificação LEED.
Fonte: Estadão
Edifício Mesbla, no Rio, volta a ser residencial após venda por R$ 21,7 milhões
O icônico Edifício Mesbla, símbolo da arquitetura art-déco no centro do Rio de Janeiro, está prestes a se tornar residencial novamente, na onda do retrofits de prédios históricos que inundou a cidade com incentivos governamentais. Vendido por R$ 21,7 milhões pela São Carlos, administradora imobiliária do grupo 3G, o prédio foi adquirido pela Inti Empreendimentos, que planeja transformá-lo em um complexo residencial com 192 apartamentos.
Rebatizado como Passeio 56, o projeto prevê unidades entre estúdios e quarto e sala, com área média de 38 metros quadrados. Entre os diferenciais do projeto estão área de lazer com piscina de borda infinita na cobertura, oferecendo vista privilegiada para pontos turísticos como o Pão de Açúcar, a Marina da Glória e o Museu de Arte Moderna. A localização privilegiada, em frente ao Passeio Público, também é um atrativo.
A fachada tombada, projetada em 1934 pelos arquitetos franceses Paul Pierre Sajous e Auguste Redun, será preservada. O edifício manterá sua característica torre-relógio de 100 metros de altura.
O lançamento do Passeio 56 está previsto para abril, com R$ 30 milhões de investimento e conclusão em dois anos. O edifício – que já foi sede da varejista Mesbla e abrigou a Lojas Americanas – vai garantir à Inti um potencial construtivo de cerca de 70 mil metros quadrados, que serão utilizados em construções em Copacabana e Ipanema, e destaca também a demanda por residências deste tipo no Rio.
“O Rio é a capital com menor estoque de unidades residenciais do país”, diz o sócio-diretor da Inti, Andre Kiffer. “São apenas cinco meses, o que significa que, se pararmos as construções, em cinco meses não há mais oferta.”
Apesar do otimismo, Kiffer aponta desafios como a escassez de mão de obra qualificada, o fechamento de construtoras durante a crise do setor no fim dos anos 2010 e as elevadas taxas de juros, que encarecem o financiamento dos empreendimentos.
O executivo ressalta que o ciclo imobiliário é longo, levando cerca de quatro anos entre a compra do terreno e a conclusão da obra, e que muitas decisões sobre os projetos atuais foram tomadas anteriormente. Ele prevê uma possível desaceleração nos lançamentos na cidade devido a esses fatores.
Fonte: Folha de S.Paulo