Nova faixa do Minha Casa, Minha Vida dará impulso a construtoras; Itaú BBA aposta em Cury e Direcional. Imobiliárias buscam atrair brasileiros com imóveis “subvalorizados” em Miami. Retrofit em SP sai do Centro e chega a bairros nobres.
- Nova faixa do Minha Casa, Minha Vida dará impulso a construtoras; Itaú BBA aponta Cury e Direcional
- Imobiliárias buscam atrair brasileiros com imóveis “subvalorizados” em Miami
- Retrofit em SP sai do Centro e chega a bairros nobres da capital
- Compra de imóveis para investimento aquece mercado em Fortaleza
Nova faixa do Minha Casa, Minha Vida dará impulso a construtoras; Itaú BBA aponta Cury e Direcional
A criação de uma faixa 4 para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), como estuda fazer o governo federal para atender famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, deve impactar positivamente o setor de construção civil no curto prazo. É o que aponta análise do Itaú BBA.
O banco estima que a nova faixa possa gerar cerca de 2 milhões de novas unidades no programa, sendo 500 mil em São Paulo e Rio de Janeiro. O subsídio no financiamento deve fortalecer a demanda, acelerando vendas e aumentando margens brutas.
As ações da Cury e da Direcional Engenharia são apontadas como as mais beneficiadas. Ambas já têm alta exposição ao MCMV (70% e 80%, respectivamente) e podem expandir para até 100% com a faixa 4.
Para financiar a nova faixa sem comprometer o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS ), o governo planeja usar R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal em 2025. A Caixa Econômica Federal pode complementar com emissão de LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), elevando o total para R$ 30 bilhões.
Apesar dos benefícios de curto prazo, o Itaú BBA alerta para incertezas futuras, como a não permanência do uso do Fundo Social para habitação e sua sujeição a flutuações nos preços do petróleo. Por outro lado, o Itaú BBA avalia que, no curto prazo, a utilização dos recursos é viável, considerando o a previsão de receita para 2025 e o saldo atual.
Estimativas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que as petroleiras vão pagar R$ 100 bilhões de royalties e participações especiais em 2025, o que deve render R$ 36 bilhões para o Fundo Social.
Fonte: Seus Dinheiro
Imobiliárias buscam atrair brasileiros com imóveis “subvalorizados” em Miami
Para os brasileiros interessados no mercado norte-americano, mas que não buscam mansões em Beverly Hills ou unidades de alto padrão na badalada Nova York, uma saída é procurar imóveis subvalorizados na Flórida, com uma boa curadoria. Esta é a proposta da Elite International Realty. A iniciativa visa apresentar oportunidades de investimento fora do mercado habitual, focando em propriedades a partir de 250 mil dólares (cerca de R$ 1,5 milhão).
“São propriedades geralmente de 1 ou 2 quartos, com varanda e uma média de 92 metros quadrados de área útil”, explica Mauricio Pimenta, broker da imobiliária. Os imóveis estão em regiões bem localizadas como Aventura e Hollywood, em edifícios com até 30 anos de construção.
Dados de 2024 da Miami Realtors Association mostram que os brasileiros representam 6% dos compradores internacionais na cidade, sendo que 77% deles vivem fora dos Estados Unidos. Estevam Hirschbruch, fundador da The A&H Group, identifica três perfis de compradores: investidores, proprietários de casas de veraneio e imigrantes definitivos.
Segundo o estudo, 86% dos compradores brasileiros pretendem utilizar a propriedade para aluguel, casa de veraneio ou ambos. “Os EUA oferecem estabilidade econômica, moeda forte, segurança e ensino de qualidade, além de maior acesso ao crédito e menos burocracia”, afirma Hirschbruch.
O mercado, no entanto, ainda é voltado para brasileiros de alto poder aquisitivo. “Em Miami e Fort Lauderdale, os brasileiros gastam cerca de 400 mil dólares (R$ 2,2 milhões) em apartamentos pequenos ou estúdios. Nas áreas mais nobres, os valores ultrapassam 1 milhão de dólares (R$ 5,7 milhões)”, exemplifica Hirschbruch.
Carlos Corsini, Head da WIT Real Estate, argumenta que os compradores brasileiros buscam principalmente uso próprio e proteção patrimonial, não necessariamente renda. A popularidade de Miami entre brasileiros se deve à sua proximidade geográfica e cultural com o Brasil.
A alta demanda por imóveis na Flórida é atribuída ao fluxo de migração interna nos EUA e ao aumento de compradores internacionais, especialmente da América Latina, China e Índia. “É uma região com uma alta demanda e pouca disponibilidade de terrenos”, conclui Hirschbruch.
Fonte: Estadão
Retrofit em SP sai do Centro e chega a bairros nobres da capital
A onda do retrofit – técnica de modernização de edifícios antigos – que começou no chamado “Centro velho” de São Paulo, para ressignificar construções abandonadas, agora se espalha para o centro expandido, atingindo bairros nobres da capital, como Higienópolis, Jardins, chegando até à zona Sul.
Uma dessas regiões que está no foco da indústria é a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, conhecido polo corporativo na zona Sul. Em agosto deste ano, será entregue o primeiro condomínio residencial ‘retrofitado’ no modelo multifamily do endereço. Com investimento de R$ 75 milhões, a Vila 11 transformou um edifício comercial em 132 apartamentos em moradias modernas.
“Para tirar a aparência comercial e gerar desejo nos clientes, ‘costuramos’ varandas metálicas na infraestrutura de concreto das janelas originais”, explica Patricia Heredia Domingues, diretora de Engenharia da empresa. A executiva diz ainda que acredita que a região – localizada entre Itaim, Brooklin e Vila Olímpia – tem alta demanda por moradia e enorme oferta de prédios que podem ser reformados e convertidos para este tipo de uso.
Em outro polo comercial da cidade, a avenida Paulista, nos Jardins, está mais um retrofit bem sucedido. O Edifício Bravo Paulista, reinaugurado em 2022, passou por uma transformação total, com novos revestimentos internos e externos, painéis metálicos para proteção solar na fachada e janelas ampliadas, que receberam vidros de alto desempenho térmico, e atraiu moradores.
Já no bairro de Higienópolis, a Metaforma Inc. investe R$ 200 milhões em um projeto de uso misto na avenida Angélica, aproveitando um antigo prédios comercial. O projeto também inclui a construção de uma nova torre no terreno. “O que vamos fazer desta vez é uma renovação completa, envolvendo revisão de uso, entendimento de demanda atual, atualização da engenharia e readequação das características técnicas”, explica Bruno Scacchetti, CEO da empresa.
“A escolha desse ativo tem a ver com a história do lugar, que combina o bom urbanismo e a tradição de Higienópolis com o clima descontraído e a economia criativa de Santa Cecília”, afirma o executivo da empresa que foi também responsável pela obra do condomínio Basílio 177, retrofit de luxo no Centro da cidade.
Perto dali, a Somauma, responsável pelo bem-sucedido Edifício Virgínia – praticamente 100% vendido – lançará em maio o residencial Tebas, homenageando o primeiro arquiteto negro do Brasil. O empreendimento ganhará estúdios, apartamentos e uma cobertura de 250 metros quadrados.
Marcelo Falcão, sócio-fundador da Somauma, vê potencial na expansão do retrofit na capital paulista. “Existem outras regiões na cidade com parque imobiliário construído, o que cria novas oportunidades”.
O executivo destaca o momento favorável, com novas linhas de crédito e incentivos governamentais como o Requalifica Centro, da prefeitura paulistana, criado em 2021 para oferecer incentivos fiscais a projetos de requalificação de imóveis construídos até 1992, num perímetro de 6,4 quilômetros quadrados da região central.
Fonte: Valor Econômico
Compra de imóveis para investimento aquece mercado em Fortaleza
A compra de imóveis para investimento e locação deve impulsionar o mercado imobiliário de Fortaleza em 2025, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE). A tendência é observada principalmente em empreendimentos com unidades menores em áreas nobres ou próximas a centros universitários.
No primeiro bimestre de 2025, foram vendidos 1.864 imóveis em Fortaleza, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos padrões não econômicos, onde se concentram os imóveis para investimento, foram comercializadas 922 unidades, 63 a mais que no primeiro bimestre de 2024.
“Há um empreendimento lançado com 102 apartamentos, dos quais 56 unidades foram vendidas. Do total vendido, 50 apartamentos foram adquiridos por investidores”, exemplifica Sérgio Macedo, diretor de Estatística do Sinduscon-CE.
Entre os bairros mais procurados estão o Meireles, pela valorização e proximidade da praia, e o Guararapes, devido à proximidade de importantes centros universitários. “A taxa de retorno do aluguel está 6% ao ano, então, para o investidor, é interessante ter esse retorno em um investimento seguro como imóvel”, destaca Machado.
O metro quadrado dos imóveis de padrão econômico (residencial vertical) chegou a R$ 5.961 em fevereiro de 2025, alta de 12% em relação a fevereiro de 2024. Nos demais padrões, o valor atingiu R$ 12.380, um aumento de 8% no mesmo período.
Machado atribui o aumento dos preços à mudança no teto do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que permitiu às construtoras melhorar os projetos, e à escassez de terrenos em Fortaleza, tornando os existentes mais caros.
Fonte: Diário do Nordeste