Aluguel segue aquecido, e MCMV traz boas oportunidades
A desaceleração dos preços do aluguel em agosto passado, medidos pelo Índice FipeZap, ganhou as manchetes nas duas últimas semanas. No período, os valores subiram 0,88% quando comparados ao mês anterior. Essa é a “fotografia”. Convido o leitor a observar o resultado do “filme” que este movimento de alta forma, até o momento.
É fato que a alta diminuiu (portanto há desaceleração, não confundir com queda) em agosto sobre julho, porém o mais importante é que no acumulado do ano já são 10,18% de elevação de preços, um valor bem acima da inflação do período (apenas 2,85% pelo IPCA).
Essa alta forte segue espelhando a escassez de imóveis causada por conta da correção muito grande dos custos de produção de imóveis iniciada após a pandemia. Isso ocorre no mundo inteiro, e no Brasil não poderia ser diferente, com um aumento muito maior do que a recuperação da renda real da população.
Mesmo considerando o aumento dos valores de agosto passado, de 0,88%, este projeta uma taxa anualizada de 11,1%, maior que o dobro da registrada em 2023, de 5,13% pelo mesmo Índice FipeZap.
Portanto, a tendência é que os preços do aluguel continuem subindo como reflexo da busca de boa parte das famílias por uma alternativa à aquisição. Visto que o preço dos imóveis novos segue em alta por conta da correção dos insumos. Tanto dos imóveis novos, num primeiro momento, quanto dos usados, algum tempo depois.
Vale prestar atenção no MCMV
O programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) bateu a marca de 1 milhão de unidades contratadas desde a sua retomada, em janeiro de 2023. Número impressionante. Tanto quando consideramos que isso representa 20% do total de entregas desde 2009 (7,7 milhões), quanto quando observamos o número total de domicílios no país, de 74 milhões de unidades.
Marca importante sobretudo na Faixa 1, em que há um maior subsídio público para atender famílias com renda até 2.850 mil. Também vale notar que o governo federal aumentou o limite para a Faixa 3, para famílias até R$8 mil de renda (eram R$4,4 mil até julho passado). O que está aumentando bastante as oportunidades de novos negócios para apartamentos até R$ 350 mil. Vale a pena ficar de olho.