Alta dos juros não afeta vendas de imóveis com qualidade e boa localização, avalia grande incorporadora. CredAluga capta R$25 milhões para aprimorar análise de risco de inquilinos. Pesquisa Loft revela características mais valorizadas em imóveis de SP.
- Alta dos juros não afeta vendas de imóveis com qualidade e boa localização, diz grande incorporadora
- CredAluga capta R$25 milhões para aprimorar análise de risco de inquilinos
- Pesquisa Loft revela características mais valorizadas em imóveis de SP
- Presidente da Saint-Gobain prevê avanço da construção sustentável no Brasil
Alta dos juros não afeta vendas de imóveis com qualidade e boa localização, diz grande incorporadora
O aumento da taxa Selic não está inibindo a compra de imóveis no Brasil, segundo André Penazzi, fundador e CEO da incorporadora Setai Grupo GP, que atua em João Pessoa (PB). Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o empresário destacou que empreendimentos bem posicionados e com soluções adequadas ao público-alvo mantêm bom desempenho comercial, principalmente no Nordeste.
“Todos os produtos que a gente vê, em diferentes regiões do país, que têm um bom posicionamento, uma boa localização e com arquitetura e soluções adequadas ao público onde estão inseridos, acabam sendo um sucesso de venda”, afirma Penazzi.
O executivo compara a transformação do setor imobiliário à revolução dos carros elétricos no mercado automotivo, com mudanças no design e melhor uso dos espaços. Segundo ele, a elevação no padrão de qualidade dos imóveis impulsiona as vendas, mesmo com crédito mais restritivo.
No Nordeste, o cenário é ainda mais favorável, segundo o executivo. O Grupo GP, que atua em três segmentos – Minha Casa, Minha Vida (MCMV), Heritage e Setai – registra 50% das vendas para compradores de outras regiões, especialmente Sudeste e Centro-Oeste, atraídos pelo custo-benefício. O metro quadrado na região chega a ser quatro vezes menor que em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
“Geralmente, os imóveis do Minha Casa, Minha Vida no Nordeste estão mais inseridos dentro de zonas bem urbanizadas e nobres. Então, existe uma sensação de que esta é a oportunidade de morar em um bom bairro e dentro da cidade”, explica Penazzi.
A Setai mantém crescimento anual superior a 20% desde sua fundação, mesmo em períodos de crise. Segundo Penazzi, no segmento MCMV, a diferença está na oferta de acabamento de médio-alto padrão, como o uso de materiais nobres como “porcelanato e mármore nas bancadas”, viabilizado pelo menor custo de mão de obra e insumos na região.
Fonte: Folha de S.Paulo
CredAluga capta R$25 milhões para aprimorar análise de risco de inquilinos
A CredAluga, startup do setor imobiliário fundada em 2022, recebeu um aporte de R$25 milhões em rodada Seed liderada pela Caravela Capital. A empresa, que atua em parceria com imobiliárias tradicionais oferecendo garantia financeira para contratos de locação, vai utilizar os recursos para melhorar sua plataforma tecnológica e desenvolver novos produtos.
“Pela análise de risco do locatário, nós decidimos se o inquilino está aprovado ou não e cobramos um valor para ser o garantidor deste contrato”, explica Daniel Santos, cofundador e co-CEO da CredAluga. A empresa assume os pagamentos em caso de inadimplência.
Com mais de 500 imobiliárias em sua carteira, a startup projeta faturamento de R$30 milhões em 2024, crescimento de sete vezes em relação a 2023. O mercado potencial inclui 70 mil imobiliárias, segundo o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci).
A empresa oferece cobertura de até 40 vezes o valor do aluguel em seu plano mais completo, diferencial destacado por Guilherme Blumer, cofundador e co-CEO. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o percentual de brasileiros em imóveis alugados cresceu de 17,3% em 2016 para 20,2% em 2022.
A meta da CredAluga é alcançar receita de R$400 milhões até 2029, com 15% do mercado de fiança onerosa. A rodada de investimentos contou também com participação da Honey Island by 4UM, Norte Ventures, Terracota Ventures e FJ Labs.
Fonte: Bloomberg Línea
Pesquisa Loft revela características mais valorizadas em imóveis de SP
Além de uma boa localização, o que os moradores da maior cidade da América Latina querem ter em suas casas e apartamentos? A pergunta foi feita para quem vive em São Paulo em mais um estudo da Loft em parceria com a empresa de pesquisas Offerwise. Tecnologias modernas como energia solar, sistema de purificação de ar e isolamento acústico apareceram como os principais desejos, já que poucos têm acesso a elas.
A área gourmet com churrasqueira e varanda com vista também fazem parte dos principais desejos de moradia dos paulistanos, valorizando os imóveis que possuem este ítens. A ‘classe A’ lidera a posse desses desejos: 74,1% têm varanda com vista, contra 54,9% da classe B e 35,5% da classe C.
“Se você está pensando na valorização de imóvel, o levantamento mostra itens que são indispensáveis ou são diferenciais”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft. Segundo ele, a pesquisa serve como termômetro dos desejos dos consumidores e sobre o que as pessoas realmente possuem em suas residências.
Em plena crise de abastecimento de energia elétrica – com constantes apagões em meio à tempestades – o levantamento revelou que o acesso a energia solar aparece em primeiro lugar entre os desejos de quem vive na metrópole: 75,3% dos entrevistados desejam energia solar em suas residências, mas apenas 14,3% têm acesso a essa tecnologia, sendo a maioria pertencente à classe A.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), São Paulo possui 14,5 mil imóveis residenciais com sistemas instalados.
A implementação de energia solar apresenta desafios distintos para casas e apartamentos. Enquanto residências térreas têm condições favoráveis para instalação de painéis fotovoltaicos, edifícios enfrentam limitações de espaço e ausência de telhados individuais, dificultando a captação solar para geração de energia na maioria dos casos.
Algumas construtoras já se adaptam a essa demanda. A Patriani, por exemplo, implementa painéis solares em seus empreendimentos desde 2018, com “fazendas solares” no topo dos edifícios que abastecem áreas comuns como hall de entrada, salão de festas e academias. Com projetos em São Paulo, ABC, interior paulista e litoral, a empresa consegue reduzir em até 50% o consumo de energia nas áreas comuns dos condomínios.
A pesquisa Loft/Offerwise foi realizada em setembro de 2024, com 300 moradores da capital paulista.
Fonte: Estadão
Presidente da Saint-Gobain prevê avanço da construção sustentável no Brasil
O setor de construção civil brasileiro caminha para um modelo mais leve e sustentável, apesar dos desafios econômicos atuais. É o que avalia Javier Gimeno, presidente da Saint-Gobain para América Latina em entrevista à Veja.
Fundada na França em 1665, a empresa tem um histórico notável, que inclui a fabricação dos extraordinários espelhos do Palácio de Versalhes. No Brasil há 87 anos e detentora de marcas como Brasilit, Quartzolit e Telhanorte, a Saint-Gobain faturou 48 bilhões de euros globalmente em 2024.
Segundo Gimeno, a construção sustentável já representa 80% das vendas da companhia no Brasil, excluindo o varejo. Um exemplo é a nova linha de produção de placas de gesso, que recebeu investimento de US$50 milhões e já opera em capacidade máxima. O consumo brasileiro deste material é de 0,7 m² per capita ao ano, contra 10 m² nos Estados Unidos e 3,5 m² na China.
“O nível de penetração dessas soluções ainda é muito baixo no Brasil. Se o ritmo de penetração desses produtos continuar acelerando, como está ocorrendo agora, o crescimento vai ser espetacular”, afirma Gimeno.
O executivo destaca dois principais benefícios da construção sustentável: menor consumo de recursos (energia e mão de obra) e maior produtividade na instalação. Uma parede construída com módulos prontos leva três horas para ser erguida, enquanto o método tradicional com tijolos demanda dois dias.
Gimeno aponta que a regulamentação brasileira ainda é pouco exigente em termos de emissões de CO2 comparada aos padrões americanos e europeus. A indústria da construção é responsável por 40% das emissões globais de carbono, e as novas tecnologias podem reduzir significativamente este impacto.
O executivo alerta, ainda, sobre a concorrência asiática, especialmente chinesa. As importações no setor saltaram de 4% em 2021 para mais de 25% atualmente, com produtos chegando ao Brasil com preços até 30% menores que os nacionais, o que pode impactar futuros investimentos no país.
Fonte: Veja