Em São Paulo, prédios antigos nos Jardins perdem atração por falta de lazer e condomínio caro. Preços de imóveis à venda na capital paulista sobem no primeiro trimestre. Com queda de veto, zoneamento de SP permitirá prédios no entorno do Jockey Club.
Condomínio caro e falta de lazer reduzem atração de prédios antigos nos Jardins
Nos Jardins, área nobre da capital paulista, os prédios antigos e sem opções de lazer nas áreas comuns estão enfrentando uma queda na demanda em comparação aos prédios novos e equipados com comodidades como piscina e academia. De acordo com levantamento feito pela Loft, o preço do condomínio por metro quadrado na região dos Jardins é de R$ 14,47 em apartamentos com mais de 125 m², no primeiro bimestre de 2024. No Jardim Paulista, a taxa subiu 7,57% nos últimos 12 meses.
Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, explica que o preço do condomínio é um dos três itens mais importantes para a decisão de compra de um imóvel para moradia. Imóveis em regiões nobres, como os Jardins, tendem a ser atraentes para os consumidores devido à localização. “É uma super localização, com fácil acesso a diversas áreas da cidade. O que tem no entorno dos Jardins as outras áreas da cidade não têm.”
Felipe Miguez, da Tellus, explica que os condomínios antigos tendem a ser os mais baratos das regiões porque os itens de lazer estão aquém do mercado, com custo de condomínio elevado. “Os prédios no bairro foram envelhecendo e precisam se renovar, as plantas vão ficando desatualizadas. A tese do retrofit ainda não chegou nos Jardins, mas tende a se consolidar”, diz Miguez.
Segundo ele, a região dos Jardins é a que tem a maior disparidade entre um novo e um antigo. “A diferença chega a ser 50% a menos por metro quadrado por causa disso.”
Já o presidente executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim, discorda que móveis antigos estejam sendo colocados de lado. “Não existe esse problema. São empreendimentos diferentes. O apartamento que não tem condomínio-clube tem público. Os prédios antigos não estão abandonados. O mercado de usados é bastante forte em São Paulo”.
No entanto, dados da Loft mostram que a venda de usados cresceu mais em outros bairros de São Paulo do que nos Jardins, nos dois primeiros meses deste ano.
Fonte: Estadão
Preços de imóveis a venda em SP sobem no 1 tri; Pinheiros lidera ranking
O mercado imobiliário da capital paulista segue em ascensão no primeiro trimestre de 2024, com alta de 3,7% no preço de venda em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do QuintoAndar. Houve aumento do valor médio do metro quadrado, tanto nos contratos fechados (R$ 7.157) quanto nos anúncios (R$ 7.647), impulsionado pela expectativa de queda do custo do financiamento e pelo sonho da casa própria.
Pinheiros se destaca como o bairro mais caro da cidade, com metro quadrado a R$ 13.720, seguido por Moema (R$ 12.042) e Brooklin (R$ 11.532). Entre os que mais se valorizaram, o Morumbi lidera com um aumento de 34,7%, enquanto a Vila Romana (-26,4%) e o Sumaré (-16,9%) registraram as maiores desvalorizações.
Tatuapé, na zona Leste, foi o bairro mais procurado por compradores, enquanto os imóveis de um quarto se mostraram os mais rentáveis para locação, com retorno médio anual de 6,7%. A rentabilidade média obtida com o aluguel na capital paulista ficou em 6% ao ano, no primeiro trimestre.
Fonte: Valor Investe
QuintoAndar consegue suspensão de liminar que proibia cobrança de taxas
Um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) revogou uma liminar que impedia o QuintoAndar de cobrar taxas “de serviço” e “de reserva” dos inquilinos. A decisão, que também suspende a ordem de pagamento de R$ 200 mil em indenização por danos morais e coletivos, foi tomada para evitar “risco de dano grave ou de difícil reparação” à empresa, segundo o despacho.
O QuintoAndar havia sido condenado a restituir em dobro as quantias cobradas por essas taxas, após ação civil pública movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que ainda avalia se vai recorrer da nova decisão. Especialistas em direito imobiliário expressaram surpresa com a brevidade da fundamentação da decisão do desembargador, apontando para a exigência constitucional de que decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas para evitar nulidade.
A Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário (Abami) recomenda que os inquilinos continuem a exigir a devolução dos valores cobrados, com base na Lei do Inquilinato, que proíbe a cobrança de valores além do aluguel e encargos previstos em contrato.
A QuintoAndar celebrou a decisão, afirmando que ela permite a continuidade dos serviços oferecidos aos inquilinos e o desenvolvimento de soluções que facilitam a experiência imobiliária digital.
Fonte: Hoje em Dia
Com queda de veto, zoneamento de SP permite prédios no entorno do Jockey
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou mudanças no zoneamento da Cidade Jardim, permitindo a construção de prédios em áreas antes restritas a casas, especialmente no entorno do Jockey Club. Os vereadores derrubaram veto do prefeito que seguiu pareceres técnicos contrários a verticalização na região. A decisão altera a classificação de várias ruas que eram estritamente residenciais, para Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana (ZEM), permitindo a construção de torres e diversificação de serviços.
Desta forma, as construções podem ter até 28 metros de altura, dobrando o volume anteriormente permitido, e introduz a possibilidade de parâmetros ainda mais flexíveis através de Planos de Intervenção Urbana (PIU). Para críticos, a Câmara cedeu à pressão do mercado imobiliário, com relatos de aquisições de imóveis na região pelo Grupo RZK, que planeja revisar o perfil de seus empreendimentos.
Moradores e a Sociedade Amigos Cidade Jardim (SACJ) consideram entrar com medidas legais contra a alteração, que especialistas e pareceres da Prefeitura veem como violação ao Plano Diretor e à Lei de Zoneamento. Já defensores da mudança, argumentam sobre a necessidade de promover maior adensamento, alinhando-se ao desenvolvimento urbano e à qualificação paisagística articulada ao transporte coletivo.
Fonte: Estadão