IGP-M acumula alta de 8,50% em 12 meses e impacta reajuste de aluguéis. Um ano após tragédia no RS, famílias trocam de endereço e centro histórico de Porto Alegre vê queda nas vendas. Edifício Mesbla, no Rio, terá 191 unidades residenciais.
- IGP-M acumula alta de 8,50 por cento em 12 meses e impacta reajuste de aluguéis
- 1 ano após cheias no RS, famílias buscam novos endereços e centro histórico de Porto Alegre vê queda nas vendas
- Edifício Mesbla retorna às origens residenciais no Centro do Rio, com 191 unidades
- Otimismo entre empresários da construção dá lugar a cautela em 2025 e pessimismo triplica
IGP-M acumula alta de 8,50 por cento em 12 meses e impacta reajuste de aluguéis
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), principal indicador usado para reajustar contratos de aluguel no Brasil, registrou inflação de 0,24% em abril de 2025, revertendo a deflação de 0,34% observada em março, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com o resultado, o índice acumula alta de 8,50% nos últimos 12 meses e de 1,23% no ano. Um aumento expressivo comparado ao mesmo período do ano anterior, quando o IGP-M acumulava deflação de 3,04% em 12 meses.
A aceleração do índice em abril foi impulsionada principalmente pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que passaram de uma deflação de 0,73% em março para uma inflação de 0,13% em abril.
Os custos da construção, medidos pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), também contribuíram para a alta, com inflação subindo de 0,38% para 0,59%.
Os contratos de aluguel com vencimento em maio serão impactados diretamente. Um inquilino que paga mensalmente R$ 1.500 passará a desembolsar R$ 1.627,50, um aumento de R$ 127,50 por mês, caso seja aplicado o reajuste integral.
Fontes: R7 e Agência Brasil
1 ano após cheias no RS, famílias buscam novos endereços e centro histórico de Porto Alegre vê queda nas vendas
Um ano após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, muitas famílias, mesmo aquelas que não perderam suas casas, estão deixando o estado por medo de novas tragédias climáticas, aumentando o contingente de refugiados climáticos.
Brenda Vargas Eltz, 31 anos, assessora de marketing digital, deixou São Leopoldo, no Vale do Sinos, e se mudou para Campinas (SP) com o marido e o filho. “Nunca imaginei, na verdade, sair de perto da minha família. Mas, com esse acontecimento trágico, não teve como ficar”, relata.
Maria Isabel da Costa, 47 anos, proprietária de uma loja de produtos de religiões de matriz africana, também precisou recomeçar. Seu negócio em Canoas, que faturava até R$ 40 mil mensais, foi completamente inundado, gerando prejuízo superior a R$ 250 mil. “Retomar foi e ainda está sendo difícil. Era nosso único ganha-pão. É uma dor horrível, um trauma”, desabafa.
Maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, as tempestades entre abril e maio de 2024 deixaram 184 mortos, 25 desaparecidos e afetaram quase 2,4 milhões de pessoas, segundo a Defesa Civil gaúcha. Em junho do ano passado, pesquisa da Loft em parceria com a Offerwise indicava que três em cada dez gaúchos cogitava trocar de casa por medo dos riscos climáticos.
O impacto das enchentes afetou também o mercado imobiliário. Segundo outro estudo da Loft, o Centro Histórico de Porto Alegre, um dos locais mais atingidos, registrou queda de 15,3% nas vendas de imóveis em 2024, com 858 unidades negociadas.
O valor médio das transações caiu 3,35%, chegando a R$ 277,2 mil. Apesar da queda, o bairro ainda é o segundo com mais negociações de imóveis, atrás de Petrópolis, que lidera com 1.043 unidades. Depois do Centro Histórico, vem o Menino Deus (702).
Fontes: Estadão e Zero Hora
Edifício Mesbla retorna às origens residenciais no Centro do Rio, com 191 unidades
O histórico Edifício Mesbla, localizado próximo à Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, está sendo transformado em um empreendimento residencial com 191 unidades. O projeto, aprovado em 2023 pelo programa Reviver Centro da Prefeitura do Rio, comercializa apartamentos com preços entre R$ 400 mil e R$ 900 mil, segundo informações divulgadas pela incorporadora.
Segundo Andre Kiffer, CEO da Inti, incorporadora responsável pelo projeto, a demanda superou as expectativas, com 80% dos imóveis já foram comercializados. “A gente espera vender todas as unidades até o final da tarde desta terça-feira. O volume de procura é muito grande, estando praticamente faltando unidades para o total de interessados”.
Criado há 90 anos e projetado pelo arquiteto francês Henri Sajous, o edifício mantém sua icônica torre de 100 metros com relógio em estilo Art Déco. Em homenagem ao arquiteto, o empreendimento foi rebatizado como “Ora”. Por ser tombado, toda a parte externa e estrutural será preservada durante a reforma, prevista para ser concluída em julho de 2027.
O projeto de retrofit é assinado pelos arquitetos Celso Rayol e Fernando Costa, da Cité Arquitetura. “Foram três anos de estudo até o projeto ganhar forma. Pensamos em cada detalhe a preservar a identidade e proposta originais da construção, feita há 90 anos”, explica Rayol.
A revitalização inclui áreas de lazer como academia, piscina com rooftop, sala de reuniões e até um espaço dedicado a “influenciadores”, com isolamento acústico e iluminação apropriada para produções digitais.
O programa Reviver Centro, programa criado em 2021 para revitalizar imóveis e regiões degradadas do Rio, já concedeu 47 licenças de construção até março de 2025. Dessas, 38 são para transformação de uso (retrofit) e nove para construções novas, o que corresponde a um total de 4.091 novas unidades residenciais no Centro. Outros 20 pedidos de licença estão em processo de aprovação.
Fonte: O Globo
Otimismo entre empresários da construção dá lugar a cautela em 2025 e pessimismo triplica
O otimismo que marcou o mercado imobiliário em 2024 cedeu lugar a uma visão mais cautelosa este ano. Segundo pesquisa conduzida pelo Ecossistema Sienge e a Prospecta, 38% dos empresários do setor acreditam que o mercado está em declínio ou recessão, número três vezes maior que os 12% registrados em 2024.
O levantamento, que ouviu 137 empresários da construção civil entre fevereiro e abril, mostra que apenas 9% acreditam em crescimento acelerado nos próximos meses, contra 14% no ano passado. Entre os principais desafios apontados estão o funding (20%), juros elevados (17%) e restrição ao crédito (7%).
O Programa Minha Casa, Minha Vida e os loteamentos aparecem como nichos com maior potencial de expansão, por serem mais adaptáveis ao momento atual, segundo Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge. Programas habitacionais como o MCMV têm menor necessidade de capital inicial (relevante num contexto em que 20% apontam o funding como principal desafio) e maior flexibilidade de execução.
Apesar do cenário desafiador, 76% dos entrevistados pretendem realizar novos investimentos em 2025. A região Sudeste segue como preferida, com 32% das intenções, embora tenha perdido sete pontos percentuais em relação a 2024.
As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram crescimento no interesse dos investidores, com alta de 4% e 3% respectivamente, sinalizando uma diversificação geográfica. O Centro-Oeste, impulsionado pelo agronegócio, e o Norte, com potencial para desenvolvimento urbano, começam a atrair mais atenção dos empresários do setor.
“Com o mercado tradicional, como o Sudeste, dando sinais de saturação, investidores estão buscando novas alternativas”, explica Gabriela Torres.
Fonte: Exame