Sandro Westphal, CEO de Fintech da Loft
Uma das notícias que ganhou as manchetes do noticiário do mercado imobiliário nesta semana foi o forte crescimento do home equity no Brasil, ou o Crédito com Garantia do Imóvel (CGI). Regulamentado no ano passado, o CGI ainda não apresenta um volume de capital negociado muito expressivo, porém, seu crescimento aponta para uma tendência de tração relevante – o mercado está começando a descobrir esta ótima opção para levantar capital com custo acessível.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o CGI cresceu mais de 70% nos últimos 12 meses. Até setembro deste ano, o volume de crédito garantido por imóvel somou R$ 7,95 bilhões. Para comparação, a produção do mês de setembro de 2023 foi de R$ 640 milhões, contra R$ 1,17 bilhão de 2024, sendo quase o dobro de um ano para o outro.
Este crescimento faz todo o sentido, pois o CGI oferece o menor juros do mercado. E no atual contexto de subida íngreme das taxas básicas, não há quem de bom senso que não queira fugir dos juros cobrados pelos bancos nas operações de crédito pessoal ou ainda mais do cartão de crédito.
Neste cenário, o desafio que se coloca para as imobiliárias é identificar as oportunidades de destravar transações de compra e venda com o CGI, ou ainda, de ajudar os proprietários de imóveis a melhorar o seu rendimento com aluguel. Vou enumerar aqui algumas circunstâncias potenciais mais como inspiração e convite para que todos fiquem atentos as possibilidades múltiplas que se abrem com o potencial maior uso da modalidade.
Caso de uso número 1: um proprietário de imóvel está com urgência de vender seu patrimônio para fazer frente a alguma situação inesperada que não pode esperar. Ele toma empréstimo de até 60% do valor do imóvel e, depois que realizar a venda, salda a dívida. O ganho aqui é não queimar o patrimônio por meio de um desconto exagerado.
Caso de uso número 2: o proprietário quer vender seu imóvel, porém ele está depreciado, precisando de reforma. Ele toma o empréstimo, faz a reforma, afere um preço superior pelo apartamento apreciado, e salda o empréstimo.
Caso de uso número 3: o proprietário tem um imóvel, ou mais de um, alugado, e vive basicamente da renda deles. O valor do aluguel obtido vem caindo de contrato em contrato por conta do mau estado do imóvel, porém ele não tem capital para reforma. Ele faz o CGI, faz a reforma, e consegue um aumento substancial do valor do aluguel, capaz de saldar a dívida, e, como resultante da operação, tem seu imóvel reformado e valorizado.
As possibilidades são diversas. Vale a pena tomar informações com as operadoras do CGI para identificar as melhores soluções para cada um dos seus clientes.