Ruas na Lagoa, Leblon e Gávea lideram valorização imobiliária no Rio de Janeiro. Liberação de crédito imobiliário tem queda de 4,4 por cento em setembro, aponta o BC. Programa no RS oferece subsídio de R$20 mil para compra de imóveis pelo MCMV.
Ruas da zona Sul lideram valorização imobiliária no Rio de Janeiro
As ruas mais valorizadas no Rio de Janeiro em 2024 estão concentradas nos bairros da Lagoa, Leblon e Gávea, conforme levantamento da proptech Loft. A pesquisa analisou as 300 vias mais valorizadas da cidade, considerando dados de janeiro a setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
A Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, registrou o maior aumento no tíquete médio de imóveis, com uma valorização de 187%, atingindo R$4,32 milhões. A Rua Major Rubens Vaz, na Gávea, seguiu com um aumento de 175%, alcançando R$4,04 milhões, em média. No Leblon, a Rua Carlos Góis teve uma valorização de 173%, com o preço médio de R$5,4 milhões.
“As ruas com esses crescimentos impressionantes têm algumas características em comum. Todas estão em regiões de alta demanda, com boa localização e, em quase todos os casos, o perfil de imóveis vendidos em 2024 é maior do que os de 2023”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Os dados inéditos do estudo foram obtidos com base em informações oficiais da prefeitura do Rio de Janeiro, utilizando o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) como referência.
Além da Zona Sul, destacam-se também ruas do Recreio dos Bandeirantes (com 5 ruas) e da Barra da Tijuca (com 4). No Recreio, por exemplo, na rua Manoel Boucher Pinto a valorização chegou a 129%, de janeiro a setembro/24. “A cidade como um todo vive um momento de valorização imobiliária, mas que é mais evidente nessas regiões”, complementa Takahashi.
Entre as 10 ruas com maiores variações, após a Lagoa, Gávea e Leblon, estão a Avenida Peregrino Júnior, na Barra, com 148% de aumento, e a Rua Ildefonso Simões Lopes, novamente na Lagoa, com 137%.
Fonte: Veja
Crédito imobiliário registra queda de 4,4 por cento em setembro
A liberação de crédito imobiliário no Brasil sofreu uma queda de 4,4% em setembro, interrompendo a tendência de alta que prevaleceu ao longo do ano. De acordo com o Banco Central, foram concedidos R$20,7 bilhões para a compra e construção de imóveis no mês passado.
Essa mudança ocorre em um contexto de escassez de recursos para financiamento, impulsionada por saques elevados da poupança, juros altos e crescente demanda por imóveis. No acumulado de 2024, o crédito imobiliário com recursos da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi 27,3% superior ao mesmo período de 2023.
As instituições financeiras são obrigadas a aplicar 80% dos depósitos de poupança em taxas reguladas. Em setembro, houve um recuo de 4,7% nessas taxas, com R$17,8 bilhões concedidos, comparados a R$18,6 bilhões em agosto. As taxas de mercado caíram 2,2%, totalizando R$2,9 bilhões.
O ministro das Cidades, Jader Filho, e o presidente da Caixa, Carlos Vieira, sugeriram ao Banco Central a redução do recolhimento compulsório dos depósitos de poupança de 20% para 15%, o que poderia liberar cerca de R$20 bilhões para financiamento habitacional.
A Caixa Econômica Federal, responsável por 68% do crédito imobiliário no país, enfrenta limitações. Com apenas 15% do orçamento anual restante, a instituição financeira adotou novas regras – que começam a valer a partir desta sexta-feira (1 de novembro) – reduzindo a cota máxima de financiamento de 80% para 70%.
Fonte: Diário do Comércio
Programa no RS oferece subsídio de R$ 20 mil para compra de imóveis pelo MCMV
O governo do Rio Grande do Sul lançou o programa “Porta de Entrada”, que concede um subsídio de R$20 mil para a aquisição de imóveis de até R$300 mil, como parte das políticas públicas de mitigação da catástrofe climática que afetou uma série de municípios do estado com temporais no início do ano.
Os imóveis estarão inseridos no programa habitacional do governo federal, Minha Casa, Minha Vida (MCMV), disponíveis em grandes municípios como Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas.
O programa, que inicialmente visava a compra de 3,5 mil casas, agora planeja financiar 6 mil moradias, com um investimento total de R$120 milhões. De acordo com o governador Eduardo Leite, a iniciativa deve impulsionar a economia da construção civil, com previsão de movimentar R$1,2 bilhão em empreendimentos imobiliários.
Destinado a famílias com renda de até cinco salários mínimos, o programa exige que os participantes não possuam outro imóvel e não tenham sido contemplados por programas habitacionais anteriores. As inscrições são feitas online, sem prazo para encerramento, e haverá um evento presencial em Porto Alegre nos dias 8 e 9 de novembro.
As mudanças no financiamento da Caixa Econômica, com restrições para imóveis financiados com recursos da poupança, não afetam o “Porta de Entrada”, pois vai utilizar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“As mudanças serão para recursos da poupança. O Minha Casa Minha Vida, no qual está o Porta de Entrada, tem como fonte de recursos o FGTS. Por isso, não há alterações no programa”, afirmou Renato Scalabrin, superintendente da Caixa.
Fonte: GZH
Reforma Tributária pode encarecer imóveis, alerta setor imobiliário
A proposta da Reforma Tributária, se aprovada no Congresso Nacional sem alterações, poderá aumentar os custos de construção, venda e aluguel de imóveis no Brasil, segundo entidades do setor imobiliário. A mudança prevê que o segmento, atualmente sob regime tributário específico, passe a contribuir com o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), elevando a carga tributária.
Segundo Ely Wertheim, presidente do Secovi-SP, o segmento de locação residencial será o mais afetado, com um aumento de 136% na carga tributária, mesmo com um redutor de 60% sobre a alíquota do IVA.
“Locação não é consumo, é renda financeira. Em outros países, o setor imobiliário é tratado como investimento”, afirma Wertheim. Ele alerta ainda para o desestímulo para compra e construção de imóveis para aluguel, um nicho crescente no país.
A reforma, que visa simplificar o sistema tributário, pretende unificar cinco impostos sobre consumo em um único IVA, composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). No entanto, a maioria das empresas do setor imobiliário atualmente não paga ICMS e ISS, tributos que serão incluídos no IBS.
Vivian Casanova, sócia tributarista do BMA Advogados, explica que, embora o IBS seja não cumulativo, a locação não tem etapas anteriores para compensação de créditos, necessitando de uma redução maior da alíquota. Foram aprovados até agora redutores de 40% e 60% para o setor, mas integrantes do mercado defendem os 80% para manter o equilíbrio tributário.
O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, reforça a necessidade de um redutor de 60% para a construção. “Sem isso, vai impactar o preço do imóvel e o comprador final, porque não tem margem no setor para absorver o aumento da carga tributária”. Para ele, uma retração na produção da construção teria impacto na geração de emprego no setor e em outros 97 subsetores dessa cadeia na economia.
Embora não haja mudanças na tributação de pessoas físicas que vendem ou alugam imóveis, o texto do projeto precisa de ajustes, segundo Vivian Casanova. Ela aponta que a definição de “uso preponderante” pode impactar alguns contribuintes. “Pode dar margem a interpretações como as de que um aposentado que complementa sua renda com a receita de um imóvel alugado poderia ser tributado? Pode ser que sim. Então é preciso esclarecer o que “preponderante” quer dizer”, argumenta.
Fonte: O Globo