Os bairros Butantã, Pirituba, Tucuruvi, Vila Mariana e Liberdade foram os que mais tiveram crescimento de vendas de apartamentos em São Paulo nos últimos cinco anos, revela estudo inédito da startup do mercado imobiliário Loft, com base em dados oficiais da Prefeitura. Nessas regiões, o aumento de transações passou de 65%, chegando a 88% no campeão Butantã.
Essas regiões cresceram bem acima da média da cidade, que ficou em 22,3%. Os dados consideram o primeiro trimestre de 2019 (primeiro período com informações disponíveis) e o mesmo período deste ano.
“O levantamento mostra como o mercado imobiliário na cidade é diversificado e pujante. Os bairros com maiores crescimentos estão em diferentes regiões da capital, com diversos perfis de valores. O crescimento foi disseminado”, afirma o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
O Tucuruvi, na zona Norte, por exemplo, se transformou nos últimos anos, com casas antigas de famílias tradicionais, mansões e chácaras dando lugar a edifícios residenciais e comerciais. A região passou a atrair diferentes perfis de clientes, de famílias em busca de espaço em apartamentos com mais de 150m² e varanda gourmet até pessoas solteiras e idosos interessados em estúdios já decorados e com boa infraestrutura e segurança.
A corretora Dora Lage, da imobiliária Mirantte, especializada em venda e locação de imóveis na Zona Norte de São Paulo, afirma que o mercado local aqueceu com a chegada não só de lançamentos imobiliários, mas de serviços premium. “Restaurantes tradicionais foram reformados e serviços como boutiques de carnes, casas de chá, redes de academias e hortifrutis agora são comuns no bairro. Isso sem contar as escolas americanas e as pistas para ciclistas. Até mesmo praças ganharam flores e aparelhos para exercícios físicos ao ar livre”.
Os dados fazem parte do Ranking da Demanda Imobiliária – Loft, que mensalmente mostra a quantidade de transações de apartamentos na capital paulista, com base em dados oficiais da Prefeitura de São Paulo. São consideradas todas as transações em que houve pagamento de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis).
O maior crescimento na cidade ocorreu com os apartamentos menores, de até 90m2 de área total (que inclui a área privativa e frações da área comum, forma como a Prefeitura divulga os dados). O crescimento de transações desse perfil de vendas foi de 43,6%, ante 7% de aumento entre os maiores (acima de 140m2 de área total).
“Foram diferentes ações que explicam esse maior crescimento dos imóveis menores. O Plano Diretor incentivou a construção de apartamentos menores próximos às principais vias de locomoção. Durante a pandemia, a venda de apartamentos menores ficou represada, pois as pessoas preferiram imóveis maiores por causa do isolamento. Quando houve a reabertura, os imóveis menores voltaram a ficar competitivos, pelo grande volume deles com boa localização. E o financiamento ficou mais custoso, favorecendo também os imóveis com preço final menor”, afirma o gerente da Loft.
Considerando os imóveis menores, os bairros com maiores crescimentos foram Perdizes, Pirituba e Campos Elíseos (aumento de ao menos 98%); entre os maiores, os campeões foram Morumbi, Vila Madalena e Cursino (ao menos 35 de crescimento).
O RANKING DA DEMANDA
O Ranking da Demanda – Loft, atualizado mensalmente, tem como base os dados do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens), divulgados pela Prefeitura de São Paulo.
Essa base de dados é compilada e tratada internamente, sendo realizado o georreferenciamento dos dados e também a inclusão das divisões de bairro da Loft.
São consideradas apenas transações de compra e venda de apartamentos cuja proporção da propriedade transmitida seja igual a 100%.
Como tratamento dos dados de ITBI, são removidos apartamentos com área total inferior a 30m2 e também cujos preços de transação não estejam contidos no intervalo de R$50.000 a R$20.000.000.
Deixe seu comentário