Muitas dúvidas surgem quando o assunto é investir na compra de um imóvel. Será que é o momento ideal para dar esse passo? Como saber a hora certa de sair do aluguel? Compensa pedir um financiamento mesmo com as taxas de juros bancários?
No Brasil, o sonho da casa própria ainda é uma realidade para a maioria da população. Ter a segurança de não ficar sem um lar caso as coisas saiam dos eixos na vida profissional ou saber que a aposentadoria está assegurada são os sentimentos mais comuns que nos movem a dar o próximo passo no mercado imobiliário.
Mas sair do aluguel tem outras vantagens muito interessantes, que inclusive podem fazer você começar a cogitar esse movimento – se já não estiver procurando um lar próprio. Neste artigo, vamos mostrar boas razões para realizar a compra do seu primeiro apartamento e como planejar suas finanças para realizar esse objetivo.
Como sair do aluguel: planejamento financeiro pessoal
Organizar a vida financeira, assim como qualquer outra área da vida, ajuda a dar visibilidade e consciência. Saber onde você está gastando seu dinheiro vai lhe ajudar a rever escolhas e a determinar o que pode “jogar fora”, ou seja, em que pode poupar.
A economia comportamental explica nossas escolhas de consumo. Para entender seus gastos e decisões de compras, vale analisar seus hábitos, experiências e necessidades. O comportamento das pessoas que nos cercam, assim como fatores emocionais, tende a ter grande peso para que uma ou outra escolha seja feita.
Ao compreender seus hábitos de consumo, você será capaz de organizar suas finanças e de se beneficiar por completo dos seus recursos para atingir os objetivos. E como sair do aluguel ganhando pouco? Com mudanças simples e necessárias, é possível investir na casa própria antes do que se imagina, independente do quanto se ganha.
Para ter um planejamento financeiro efetivo, há três passos fundamentais:
1) Controle suas receitas e despesas
A primeira regra de finanças pessoais é não gastar mis do que se ganha. Parece uma tarefa simples e óbvia, mas ela pode se tornar difícil diante das opções de crédito atuais e do grande estímulo ao consumo de bens não-duráveis, como cosméticos e outros artigos de uso pessoal.
Fazer uma planilha com as entradas e saídas de dinheiro ajuda a visualizar seu capital e a controlar os caminhos do dinheiro. Nas receitas, devem constar o salário e outras possíveis entradas de capital, como aluguéis e prestação de serviços temporários. Já nas despesas, procure anotar todos os gastos, como contas de energia elétrica e internet, condomínio, supermercado, lazer, combustível, etc.
Se tiver dívidas, como compras no cartão de crédito, avalie os motivos de ter chegado a isso. Como você entrou no vermelho? Investigar a causa é relevante para sair dessa situação e dificultar uma possível volta. E, seguindo a regra que já mencionamos, para sair do vermelho, inevitavelmente, precisamos gastar menos do que ganhamos.
Depois de avaliar as dívidas, é possível montar um plano de pagamento real, avaliando os juros e que propostas você pode fazer aos credores para pagar mais rápido e, quem sabe, um pouco menos. Tudo baseado na sua realidade de pagamento e com foco em quitar a dívida, para que possa concentrar os esforços nos seus objetivos financeiros.
2)Compare os preços dos produtos
Para conseguir manter sua saúde financeira, é preciso cortar os gastos por impulso. E, nesse cenário, pesquisar bastante antes de comprar é um passo capaz de fazer milagres pelo seu orçamento.
Comece refletindo se você precisa ou realmente deseja ter aquele produto. Quais os benefícios que ele lhe trará no curto e no longo prazo? E quais são os pontos fracos da compra? Se não for uma promoção relâmpago, que exige uma decisão rápida, uma solução é “dormir sobre o problema” por alguns dias. Se depois desse tempo você ainda estiver decidido a comprar, pode passar para a comparação de valores.
Seja em lojas físicas ou no e-commerce, comparar o preço dos produtos em diferentes fornecedores vai lhe levar ao melhor negócio. Além de variações no valor final, cada loja pode oferecer condições diversas aos clientes, como mais opções e facilidade de pagamento, descontos, frete grátis, brindes, etc.
No caso das lojas físicas, a dica é tirar fotos das etiquetas de preço entre um estabelecimento e outro, ou guardar os folhetos de produtos e valores, para ver se uma loja cobre o preço da outra. Para lojas virtuais, há ferramentas que podem ajudar nessa tarefa.
Sites como Decolar, Kayak e Skyscanner comparam o valor de passagens aéreas entre diferentes companhias. Se for comprar eletrônicos, o Buscapé consegue indicar os melhores negócios.
Além da comparação de preços, o site fornece também uma avaliação de cada loja, feita pelos próprios consumidores, que indicam se voltariam a comprar novamente e se o prazo de entrega foi cumprido. Outros sites que fazem pesquisa de preços são: Google Shopping Brasil; Shopping UOL; JáCotei.
3)Tenha uma reserva financeira
Se você segue a regra máxima do planejamento financeiro pessoal e não gasta tudo o que ganha, pode começar a poupar e, na sequência, a investir o seu dinheiro. É interessante, por exemplo, ter guardado uma quantia equivalente a 12 meses de suas despesas. Assim, caso perca o emprego ou sofra alguma mudança significativa de vida, terá essa reserva de emergência.
Depois, busque poupar recursos para atingir seus objetivos e investir no futuro. Deseja trocar de carro ou comprar seu primeiro apartamento? Ou quer fazer uma especialização fora do país? Essas são algumas boas razões para começar um investimento financeiro. Decida o valor que lhe deixa seguro para começar, o tipo de investimento e quanto vai adicionar por mês, se for o caso.
“Se você quer investir bem, precisa entender o mercado em que está entrando – pode ser imobiliário, de ações, renda fixa – ou delegar a tarefa para algum especialista de confiança. A organização financeira passa pela tomada de boas decisões, pela escolha de bons produtos e planos adequados a cada realidade”, ensina Diego da Rocha Machado, educador financeiro do Papo de Grana, plataforma de conteúdo de educação financeira da fintech Warren.
5 razões para sair do aluguel
Em tempos de vida conectada e acelerada, com facilidade de viagens e de estímulo ao desapego e a uma “vida nômade”, há quem adie a realização do sonho da casa própria. Esse movimento, no entanto, pode fazer com que você passe anos pagando aluguel, enquanto poderia ampliar seu patrimônio investindo a mesma quantia por mês.
Mesmo que sua renda mensal ainda não seja alta, com organização e planejamento é possível sair do aluguel e embarcar na jornada de ter seu primeiro apartamento. Como mencionamos, ter uma reserva financeira é a chave para iniciar sua fase investidora, e o mercado imobiliário é um dos setores menos arriscados.
Está se perguntando se esse é o momento para ter um imóvel só seu? Confira uma lista de razões práticas (e financeiras) para sair do aluguel:
1) Invista dinheiro em um bem que é de sua posse
Ao se tornar proprietário de um imóvel, você passará a ser visto como alguém mais confiável pelo mercado de crédito, pois demonstra que tem o perfil investidor. Significa que possivelmente terá mais facilidade em contratar outros empréstimos, caso necessário, por ser um “bom pagador”.
Sair do aluguel e comprar o primeiro imóvel é a porta de entrada para se tornar um investidor no mercado imobiliário. O setor está voltando a aquecer e, de acordo com analistas, este é um bom momento para investir.
Além disso, enquanto paga o financiamento do primeiro imóvel, você pode seguir juntando dinheiro para quitá-lo em menos tempo. Por exemplo: digamos que, antes de sair do aluguel, você reservava 20% do orçamento familiar para dar entrada em um imóvel próprio. Se continuar juntando essa quantia, poderá encerrar o financiamento mais rápido, pagando menos juros e aumentando ainda mais sua imagem no mercado de crédito.
2) Valor consistente de pagamento e nova fonte de renda
O maior custo no seu orçamento familiar provavelmente é a moradia. De acordo com as últimas pesquisas do IBGE, em 2018, dos 71 milhões de domicílios existentes no Brasil, 12,9 milhões eram alugados. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que indicou ainda um aumento de 5,3% neste indicador em comparação com 2017.
Ao sair do aluguel, é possível ter mais controle sobre suas finanças, uma vez que, no financiamento de imóvel, você sabe exatamente quanto vai pagar em cada parcela. Muita gente opta, inclusive, por um plano decrescente no valor da dívida, de modo que as parcelas diminuem com o passar dos anos – nada mais de sofrer com o aumento anual do aluguel. Seu dinheiro se transforma em patrimônio.
Além de representar uma moradia certa para você e sua família, um imóvel também pode se tornar uma nova fonte de renda. Se for transferido do trabalho, por exemplo, poderá alugar seu apartamento e guardar a renda extra.
3) Seja seu próprio “locador”
Os tempos de ficar discutindo com o proprietário sobre a taxa extra do condomínio ou os reparos que precisam ser realizados no imóvel chegaram ao fim. Ao sair do aluguel, a burocracia é toda com você, mas o poder de decisão também.
Um exemplo prático é quando o proprietário decide colocar o imóvel à venda ou não renovar o contrato de aluguel. O morador passa pelo estresse de receber visitas de possíveis compradores e de procurar outro lugar para morar – sem falar nos custos da mudança. Essa tensão acaba ao decidir sair do aluguel rumo à casa própria.
4) Decore conforme sua vontade
Sim, é possível ter um apartamento alugado bem decorado. No entanto, se seu sonho é derrubar paredes e criar um layout tipo loft nova-iorquino, ou até mesmo algo mais modesto como só integrar a cozinha à sala, é provável que você decida não investir na empreitada.
Em imóveis alugados, tudo precisa ser negociado antes da obra com o proprietário – inclusive se você quiser tentar um reembolso total ou parcial pelas benfeitorias. Quando o imóvel é próprio, o céu é o limite para a imaginação.
Seja ao comprar um apartamento na planta, um mais antigo que precisa de reforma ou um já pronto para morar, você têm liberdade para fazer todas as mudanças que quiserem na decoração. Pode parecer bobo, mas a felicidade mora nos detalhes, como em uma parede colorida que você não terá que pintar de branco na devolução do imóvel.
5) Valorização ao longo do tempo
A tendência do mercado é que os imóveis se tornam mais valorizados com os passar dos anos. Especialmente se você teve a visão de comprar em um período de preços mais baixos, em um bairro já consolidado, como os Jardins, ou em bairros expoentes, que devem valorizar ainda mais no futuro.
Se o apartamento foi customizado e reformado, seu patrimônio ganha ainda mais valor de mercado. É importante encarar seu novo lar como um bem, que precisa ser rentável para você se e quando decidir se desfazer dele.
A regra de cuidar do seu patrimônio vale inclusive para quando o apartamento estiver alugado a terceiros. Não deixe seu bem deteriorar e faça manutenções regulares no imóvel.
Mudanças no financiamento bancário de imóvel
Com a retomada dos financiamentos da Caixa Econômica, responsável pela maior parte dos financiamentos no Brasil, inflação sob controle e a perspectiva de novos cortes nos juros básicos da economia até o fim do ano, a taxa cobrada de quem busca o crédito imobiliário caminha a passos largos para o menor nível da história, diz o jornal O Estado de S.Paulo.
Analistas do setor afirmam que a redução pode ocorrer já em 2020, impulsionada pela maior concorrência entre os bancos. O movimento já se reflete em alta de vendas e lançamentos.
É possível conseguir taxas de juros similares às da Caixa em outras instituições, especialmente se você já é cliente há alguns anos. A Loft pode ajudá-lo a dar esses passos e para isso criamos um simulador de financiamento imobiliário e uma área dedicada no nosso site para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto.
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