Bairros de SP com mais condomínios com área de lazer

Na hora de buscar um apartamento para comprar, muitas famílias selecionam as opções de lazer do condomínio como critério eliminatório. Um levantamento inédito feito pelo Loft Dados ajuda o comprador a ir direto nos bairros de São Paulo com mais estrutura na área comum.

O estudo considerou informações de 69,6 mil imóveis listados na plataforma da Loft em 30 bairros da capital paulista e identificou onde há, proporcionalmente, mais condomínios com piscina, quadra, academia, playground e churrasqueira.

Campo Grande e Vila Andrade, na zona sul, e Lapa, Vila Leopoldina e Vila Sônia, na zona oeste, são as regiões em que mais prédios unem essas opções de área de lazer.

“Uma característica em comum é que esses bairros possuem prédios mais novos e que seguiram a tendência das construções de oferecer mais comodidades e opções de convivência dentro dos empreendimentos para os moradores”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados e conteúdo da Loft.

Idade dos edifícios indicam as área de lazer

Nesses cinco bairros que lideram em condomínios com áreas de lazer, a média de idade dos prédios é de 17 anos. Na Vila Leopoldina, por exemplo, 90% dos prédios têm piscina. As construções na região são, na média, de 2007.

No outro extremo, há o bairro da República, no centro. Os prédios são, em grande parte, anteriores a 1970 e apenas 26% dos condomínios têm uma piscina.

No levantamento do Loft Dados, fica visível a evolução das estruturas de lazer na cidade de São Paulo. Considerando os prédios construídos na década de 1970, é praticamente igual o número de unidades com ou sem acesso a estruturas como piscinas, quadras, academias, churrasqueiras e playgrounds.

Na década de 1980, o cenário já se altera: para cada apartamento sem acesso a uma amenidade, há 9 com acesso a ao menos uma delas. Nos condomínios construídos nos anos 2010, para cada unidade sem acesso, há 30 com acesso a opções de lazer. “O crescimento dos condomínios com alguma opção de lazer a partir dos anos 1980 é galopante. Depois de 2010, quase não há apartamentos novos na cidade sem alguma dessas estruturas”, diz Takahashi.

Cidade e o impacto do aumento das áreas de lazer

Tendências como essa são conhecidas por urbanistas e historiadores do urbanismo. “Os edifícios fazem parte das cidades. Assim como as cidades fazem parte dos edifícios. É uma relação de troca que se liga diretamente com aspectos culturais e sociais de cada lugar”, afirma Aline Reggio, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Mas a arquiteta lembra que há exceções. Mesmo antes de 1960, é possível encontrar construções que já tinham áreas de lazer. Ela cita os projetos do arquiteto Artacho Jurado, como os edifícios Louvre, na região central, e Bretagne, em Higienópolis.

O tamanho dos terrenos onde os condomínios são construídos guarda pouca relação com a disponibilização dessas estruturas. “As áreas de lazer não precisam estar situadas no térreo. Podem ser implantadas em outros pavimentos”, explica Reggio. Ela usa o exemplo do prédio do Sesc 24 de maio no centro da cidade. “A piscina fica na cobertura, assim como tantos outros na cidade”, completa.

Já a disponibilidade de terrenos para novos condomínios faz bastante diferença. “A região central de São Paulo já era bastante ocupada. Há menos lançamentos nessa região. Por isso, a gente vê opções de lazer nos outros bairros. São os que tinham áreas para novas verticalizações”, explica Takahashi, do Loft Dados.

Piscina, quadra, academia ou parquinho?

O levantamento permite que o comprador procure o bairro em que há mais condomínios com a modalidade de lazer específica que se deseja. Abaixo os cinco campeões em cada categoria.

Bairros com maior porcentagem de apartamentos com piscina

Bairros com maior porcentagem de apartamentos com academia

Bairros com maior porcentagem de apartamentos com quadra para esportes

Bairros com maior porcentagem de apartamentos com playground

Bairros com maior porcentagem de apartamentos com área verde

Colaboração de João Vito Cinquepalmi (texto) e Rodolfo Almeida (infográficos)