Bairro do Tatuapé, queridinho das construtoras em São Paulo, lidera em vendas e lançamentos. “Piritubers”, os moradores do bairro paulistano que vive boom imobiliário. Confiança no país induz a compra de imóvel na alta renda.
Tatuapé, queridinho das construtoras em SP, lidera em vendas e lançamentos
Quase uma “capital informal” da zona Leste (ZL) de São Paulo, o Tatuapé segue um caminho quase de emancipação, atraindo construtoras e incorporadoras que trazem números superlativos ao bairro. Entre março de 2023 e fevereiro de 2024, por exemplo, o Tatuapé concentrou dois terços dos lançamentos residenciais na região, segundo o Secovi, e é o vice-campeão em vendas de apartamentos em toda a cidade no primeiro trimestre de 2024, de acordo com levantamento da Loft.
Ainda de acordo com levantamento da startup, o Tatuapé lidera em vendas na categoria de imóveis de tamanho médio (91 m² a 139 m²) e sobe ao pódio quando se trata de grandes metragens (140 m² ou mais). O preço médio do metro quadrado no Tatuapé está em R$ 9.090, contra R$ 10.013 da média da cidade, diz a Loft.
Para os atores do setor imobiliário, as qualidades que fazem do bairro um destaque não são novas. “O Tatuapé é central em sua região, conhecido pela boa oferta de serviços e desejado por moradores do entorno”, explica Helder Paranhos, diretor de incorporação da Tegra.
O bairro possui comércio de rua, shoppings centers e serviços variados, desde grandes marcas até padarias gourmets, cervejarias artesanais e restaurantes e bares badalados.
Além disso, por estar no Centro da ZL, oferece fácil acesso a outras áreas da capital, pela avenida Radial Leste, e marginal Tietê, além do metrô (linha 3) e corredores de ônibus.”É o epicentro da zona Leste, onde todo mundo sonha morar”, afirma Guilherme Nahas, sócio-diretor da Diálogo Engenharia, que possui 30 edifícios na região.
Na outra ponta, o bairro enfrenta problemas como congestionamentos, tanto de veículos – especialmente na Radial Leste – como na linha do metrô (vermelha) que atende a região nos horários de pico. Outra questão é a gentrificação, ou seja, o aumento do preço dos imóveis que costuma levar à expulsão de moradores de renda mais baixa.
Fonte: Folha de S.Paulo
“Piritubers”, os moradores do bairro paulistano que vive boom imobiliário
Algumas regiões da capital paulista são conhecidas por atrair perfis de moradores bem específicos, que ganham até uma nomenclatura, como os “faria limers” (no entorno do polo financeiro da avenida Faria Lima), ou os descolados “santa ceciliers” (da central Santa Cecília). Agora, é a vez dos “pirtubers”, os recém chegados a Pirituba, na zona Oeste de São Paulo.
Antes considerado um bairro dormitório, Pirituba tem se expandido com terrenos mais baratos, fácil acesso e incentivos do Plano Diretor. Um estudo realizado pela empresa de incorporação Syn, mostra que Pirituba vive um boom imobiliário: mais de 29 mil unidades residenciais serão entregues até 2027 no bairro, sendo 73% no programa Minha Casa, Minha Vida e 27% de alto e médio padrão. A previsão é de um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 14 bilhões
O Ranking da Demanda Imobiliária, realizado pela Loft, aponta Pirituba como o segundo bairro com maior crescimento de vendas de imóveis nos últimos 5 anos, com alta de 87,7%. A localização privilegiada, ao lado da Marginal Tietê, e os preços mais acessíveis dos imóveis são alguns dos atrativos da região.
O Shopping Tietê Plaza, localizado em Pirituba, é um símbolo do crescimento da demanda por serviços na região. No Dia das Mães deste ano, o ticket médio ultrapassou os R$ 880, quase um quarto da renda média per capita de R$ 4.200.
Fonte: Estadão
Maternidade e os desafios no mercado imobiliário
Um levantamento realizado pelo portal empregos.com.br revela que 56% das mulheres com filhos foram demitidas ou conhecem alguém que foi dispensada após retornar da licença-maternidade. A relação entre maternidade e mercado de trabalho sempre foi complexa, e no setor imobiliário não é diferente. A área é conhecida pela predominância de homens, embora pesquisas apontem crescimento feminino entre os corretores.
A conciliação entre a carreira no mercado imobiliário e a maternidade é desafiadora, principalmente pela necessidade de flexibilidade de horário para atendimento aos clientes e por preconceitos e estereótipos ainda presentes, argumenta Eduarda Tolentino, em sua coluna no Money Times. Além disso, para a especialista, a falta de políticas estruturadas de maternidade dentro das empresas é um obstáculo adicional.
Para as mulheres que enfrentam estes desafios, o conselho é construir uma rede de apoio, definir limites claros entre trabalho e vida pessoal e demonstrar habilidades e valor para a empresa. Tudo isto sem perder momentos únicos proporcionados pela maternidade.
Do lado das empresas, é preciso compreender que apoiar a maternidade não é um custo, mas um investimento “naquilo que a empresa tem de mais valioso: as pessoas”, afirma Tolentino. Para ela, profissionais satisfeitos são mais produtivos e entregam mais resultados. Portanto, é essencial que esse tema seja cada vez mais abordado no setor imobiliário, construindo um mercado que se preocupa e zela pela maternidade.
Fonte: Money Times
Confiança no país induz a compra de imóvel na alta renda
O principal fator que influencia a compra de imóveis do segmento de alto padrão é a confiança no país, afirma Diego Villar, presidente da incorporadora Moura Dubeux, focada na média e alta renda. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele afirma que, quando há confiança no crescimento, na melhoria da renda e na empregabilidade, as pessoas se sentem mais seguras para assumir dívidas e adquirir um imóvel, mesmo com a taxa Selic em patamares elevados.
Villar destaca que, ao contrário do que acontece nas outras camadas sociais, para quem está no topo da pirâmide, a Selic alta impulsiona os rendimentos, ampliando a desigualdade econômica. “O rico fica cada vez mais rico e o pobre, que não tem poupança, fica cada vez mais pobre. E a classe média é extirpada, ela desaparece nesse ambiente”, afirma.
O executivo ressalta que a Moura Dubeux possui uma posição privilegiada no mercado nordestino, sendo a única incorporadora de média e alta renda atuando em sete estados simultaneamente. A empresa acumulou 25% de market share neste segmento nas regiões metropolitanas de sete capitais nordestinas entre 2020 e 2023.
Villar também destaca a relação entre o desempenho econômico do Nordeste e as políticas públicas, destacando que a região é uma das mais dependentes de subsídios e investimentos em infraestrutura. “Quando há controle fiscal e produtividade, o Nordeste se beneficia, mas em momentos de retração, a região sofre com a redução de subsídios e investimentos, impactando setores como o turismo”, afirma.
Fonte: Folha de S.Paulo