Leilões de imóveis vivem boom no Brasil com digitalização e novo perfil de investidor. Alta do IOF não veio em boa hora, diz presidente do Secovi-SP. Morumbi (SP) ressurge como polo de luxo com arranha-céus e vista livre.
- Leilões de imóveis vivem boom no Brasil com digitalização e novo perfil de investidor
- Alta do IOF não veio em boa hora, diz presidente do Secovi-SP
- Morumbi (SP) ressurge como polo de luxo com arranha-céus e vista livre
- “Conhecer o mercado local é chave para o sucesso”, diz CEO de construtora no centro do agronegócio
Leilões de imóveis vivem boom no Brasil com digitalização e novo perfil de investidor
O mercado de leilões de imóveis no Brasil está em expansão, não apenas para compra da casa própria, mas como uma estratégia de investimento. Segundo especialistas do setor, a tendência é uma resposta ao encarecimento do crédito imobiliário e um reflexo direto da digitalização, que facilitou as aquisições.
De acordo com levantamento da Abraim (associação que representa os interesses dos arrematantes de imóveis em leilões) em parceria com o Leilão Imóvel, 275 mil imóveis foram vendidos por esse sistema no ano passado, movimentando R$ 200 bilhões.
Investidores no mercado de leilões imobiliários têm se concentrado em duas estratégias: o “house flipping” e a aquisição para locação de curto prazo.
“Dos associados da Abraim, mais de 90% fazem a operação de compra em leilão para a venda [depois]. Apenas uma minoria, na faixa dos 45 anos de idade para cima, compra para alugar e ter uma renda passiva”, afirma Gustavo Amaral, presidente da Abraim e CEO da plataforma Zipin.
Esses imóveis chegam a pregão por diversos motivos, como execução de hipotecas, consolidação em alienação fiduciária, liquidação de patrimônio ou situações judiciais.
A Caixa, responsável por cerca de 70% dos financiamentos no país, leiloou 47 mil imóveis em 2024, mais de cinco vezes o volume de 2022. O aumento de imóveis disponíveis nessa modalidade ainda retrata o impacto da pandemia, mas também é justificado pela alta da taxa Selic.
Fonte: Folha de S.Paulo
Alta do IOF não veio em boa hora, diz presidente do Secovi-SP
Em entrevista à CNN, Rodrigo Luna, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), afirmou que o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) anunciado pelo governo não veio em boa hora. Segundo ele, a medida impacta diretamente o crédito imobiliário, tornando o acesso à moradia mais caro para a população, especialmente em um momento em que os custos de capital já estão elevados.
Ele alertou que a elevação do imposto traz desafios adicionais para o setor da construção civil, que já enfrenta um ambiente econômico instável. O encarecimento do financiamento pode comprometer a viabilidade de novos projetos e dificultar a aquisição de imóveis, principalmente para famílias de renda média.
Apesar das críticas, Luna demonstrou confiança na possibilidade de diálogo entre o setor privado e o governo. Ele espera que, por meio de conversas construtivas, seja possível encontrar uma solução equilibrada que minimize os efeitos negativos da medida sobre o mercado imobiliário e a economia como um todo.
Fonte: CNN
Morumbi (SP) ressurge como polo de luxo com arranha-céus e vista livre
O bairro Morumbi, tradicional reduto da elite paulistana e suas mansões, volta a atrair os super ricos, agora com foco em apartamentos de alto padrão. Segundo o Secovi-SP (Sindicato das Empresas do Setor Imobiliário do Estado de São Paulo), a região lidera os lançamentos de imóveis acima de R$ 10 milhões, com 197 unidades entre abril/2024 e março/2025 – quase o triplo de Pinheiros e 16 vezes mais que o Jardim Paulista.
O bairro que atraiu, no passado, o finado Joseph Safra para um terreno de 22 mil metros quadrados em área vizinha ao Jockey Club, e o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira – que ergueu no bairro seu palacete extravagante com uma pinacoteca invejável -, passou por um período de decadência e desvalorizou-se, mas a maré parece estar virando.
Entre os novos empreendimentos responsáveis, está o Vista Cyrela Furnished by Armani/Casa, previsto para 2029. Com uma torre de 206 metros e mais de 50 andares, o edifício residencial será o mais alto da cidade. O metro quadrado parte de R$ 27 mil, com design da grife italiana e proposta “ousada de ser minimalista”, segundo sua propaganda.
Estudo da Loft confirma o aquecimento do mercado: apartamentos acima de 140m² no Morumbi registraram aumento de 32,6% nas vendas nos dois primeiros meses de 2025, superando a média da cidade (19%). “Isso demonstra que os compradores estão conseguindo fazer bons negócios”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da empresa.
A JHSF investe na margem oeste do rio Pinheiros com residências junto ao futuro São Paulo Surf Club, que terá piscina de ondas de 220 metros. Para Augusto Martins, CEO da incorporadora, o Morumbi é um “território privilegiado, de fácil acesso, infraestrutura em transformação, grande potencial de valorização e conexão estratégica”.
No Jardim Guedala, a Meta desenvolve o The Club, com apartamentos, estúdios e escritórios. Alexandre Souza Lima, CEO da empresa, destaca a “qualidade das amenities” e a “alfaiataria” dos projetos, com unidades de 166 m² e 284 m², todas com “vistas desimpedidas do Morumbi”.
Fonte: Folha de S.Paulo
“Conhecer o mercado local é chave para o sucesso”, diz CEO de construtora no centro do agronegócio
Com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 1 bilhão, a City Soluções Urbanas se tornou uma das maiores construtoras do segmento premium em Goiânia, apostando no profundo conhecimento do mercado local, no coração do agronegócio brasileiro.
Engenheiro formado pela Universidade Federal de Goiás, com MBA em real estate pela Escola Politécnica da USP, João Gabriel Tomé trabalhou na Oliveira Melo Construtora, EBM Desenvolvimento Imobiliário, Gafisa e Brookfield antes de fundar a City e ficar raízes em Goiânia.
“O mercado imobiliário é muito local. Grande parte do nosso sucesso vem de conhecermos muito nossa praça. Isso faz com que a gente acerte nos lançamentos”, afirma João Gabriel Tomé, CEO da incorporadora que fundou com seu irmão gêmeo Victor em 2011.
Sediada na capital, a construtora se consolidou no segmento de alto padrão, liderando o mercado premium da cidade há cinco anos com imóveis acima de 300m². A empresa aproveitou o crescimento regional impulsionado pelo agro, que atraiu capital em busca de moradias de luxo, e identificou uma oportunidade com poucos concorrentes no segmento.
Mesmo operando com preços inferiores aos praticados em São Paulo e Rio de Janeiro, a City mantém um ritmo intenso de produção. “Temos 13 canteiros de obra, são muitos empreendimentos, porque o nosso metro quadrado médio é na faixa de R$ 12 mil, enquanto em São Paulo chega a R$ 20 mil”, explica o executivo.
Em 2024, a empresa lançou R$ 800 milhões e vendeu R$ 750 milhões. Para 2025, a previsão é lançar R$ 1 bilhão e vender R$ 850 milhões. Com um banco de terrenos estratégico, a construtora possui R$ 4 bilhões de VGV futuro, garantindo “os melhores terrenos” em áreas nobres da cidade.
A City apostou em parcerias com arquitetos renomados como Arthur Casas, Triptyque Architecture, Patrícia Anastassiadis e Alex Hanazaki, além do estúdio italiano Pininfarina. “Cada produto tem uma identidade, uma história, um arquiteto, um paisagista. Não temos linhas com repetição”, destaca Tomé.
Fonte: Folha de S.Paulo