Brasil tem mais de 500 corretores habilitados para atuar fora do país. Salvador lidera valorização imobiliária no Nordeste com alta de 1,24% em junho. Incorporadora paulistana Planik mira R$ 1 bilhão em VGV anual com foco no alto padrão.
Brasil tem mais de 500 corretores habilitados para atuar fora do país
O Brasil formou 590 corretores de imóveis para atuar no mercado internacional em 2024, segundo o Sistema Cofeci-Creci. A capacitação específica em negócios internacionais, chamada CPS, integra esforços para o crescimento das transações com clientes fora do Brasil.
O maior número de profissionais certificados está nas regiões Sudeste e Nordeste. E o Ceará é um dos estados atuantes: o Creci-CE promoveu recentemente um treinamento gratuito para cerca de 100 corretores em Fortaleza, focado especialmente nos Estados Unidos.
“Estamos desenvolvendo áreas internacionais nos conselhos regionais. A ideia é preparar o corretor para lidar com o cliente brasileiro que está fora e quer comprar aqui, o que está aqui e quer comprar fora, e também o estrangeiro que busca imóveis no Brasil”, afirmou Lúcia Vanderlei, coordenadora de treinamentos internacionais do Sistema Cofeci-Creci.
Para atuar nos Estados Unidos, corretores brasileiros devem fazer parceria com profissionais credenciados pela Associação Nacional de Corretores (NAR). “O corretor brasileiro não pode atuar diretamente no exterior sem o parceiro legalizado. Nos Estados Unidos, há fiscalização e penalidades para isso”, destacou Lúcia.
A diretora de relações internacionais do Sistema Cofeci-Creci, Marta Faustino, informou que há aproximadamente oito mil corretores brasileiros licenciados nos Estados Unidos, sendo dois mil somente em Orlando. Existem 110 imobiliárias pertencentes a brasileiros espalhadas pelo país.
Cerca de 70% dos investidores estrangeiros no mercado imobiliário americano são brasileiros. “O europeu procura qualidade de vida e simplicidade. Já o americano pensa em retorno”, afirma o corretor Daniel Neves.
O Ceará atrai investidores pela posição geográfica favorável e infraestrutura logística. Municípios cearenses como Fortim e Camocim têm despertado interesse de investidores internacionais, segundo o presidente do Creci Ceará, Tibério Benevides.
Fonte: O Povo
Salvador lidera valorização imobiliária no Nordeste com alta de 1,24 por cento em junho
A capital baiana registrou o melhor desempenho do mercado imobiliário nordestino em junho, com valorização mensal de 1,24%, saltando de 0,06% em maio. No acumulado de 12 meses, Salvador atingiu 18,76%, um dos maiores percentuais do país, segundo o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) da Associação Brasileira de Entidades de Crédito e Poupança (Abecip).
O resultado contrasta com outras capitais nordestinas: Fortaleza registrou apenas 0,18% em junho e Recife 0,10%, ambas apresentando desaceleração tanto na variação mensal quanto interanual.
No cenário nacional, os preços dos imóveis residenciais (pesquisados em dez capitais do país) subiram em média 1,19% em junho, desacelerando frente à variação de 1,44% registrada em maio. Já o acumulado em 12 meses o IGMI-R avançou de 11,36% até maio para 11,73% até junho.
No Sudeste, São Paulo desacelerou de 1,68% para 1,21% na variação mensal, enquanto Belo Horizonte caiu de 1,76% para 1,24%. O Rio de Janeiro apresentou leve aceleração, registrando 1,12% frente aos 0,94% de maio.
O Sul mostrou aceleração generalizada. Curitiba liderou com salto de 1,28% para 1,67% na variação mensal, enquanto Porto Alegre subiu de 0,30% para 1,45%. No Centro-Oeste, Brasília perdeu fôlego, caindo de 3,70% para 2,11%, e Goiânia desacelerou de 1,80% para 1,04%.
No acumulado de 12 meses até junho, além de Salvador (18,76%), destacaram-se São Paulo (12,80%), Curitiba (13,99%) e Fortaleza (12,39%). O IGMI-R nacional acumulou 6,02% no primeiro semestre, abaixo dos 6,96% do mesmo período de 2024.
Segundo a Abecip, a defasagem entre o IGMI-R (11,73% em 12 meses) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que atingiu 5,35%, deixa claro que os preços imobiliários seguem trajetória própria, menos sensível à desaceleração inflacionária.
A entidade atribui a valorização persistente à rigidez da oferta, encarecimento de insumos e resiliência da demanda em determinados segmentos, reforçando o papel dos imóveis como ativo de preservação de valor.
Fonte: O Estado/Sinduscon
Planik mira R$ 1 bilhão em VGV anual com foco no alto padrão
A incorporadora paulistana Planik está reduzindo exposição aos apartamentos compactos e priorizando o segmento de alto padrão para atingir R$ 1 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV) anual pela primeira vez em 40 anos de história. A estratégia representa uma volta às origens da empresa, em tempos de taxa Selic a 15%.
A primeira etapa do plano começou com o lançamento de R$ 300 milhões de VGV na Vila Mariana, próximo ao Parque Ibirapuera. O empreendimento oferece unidades de 191 a 253 metros quadrados, com ticket médio entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões.
Para o segundo semestre, a companhia prepara três lançamentos de alto padrão em Moema, Chácara Klabin e Vila Mariana que devem somar mais R$ 700 milhões em VGV. “São regiões extremamente demandadas e já consolidadas”, afirmou o diretor-executivo Isaac Jacques Khafif.
Pelas projeções da empresa, o alto padrão deve representar de 50% a 75% dos lançamentos nos próximos anos, enquanto os apartamentos compactos devem cair para 20% a 33%. O movimento ocorre após temores de excesso de oferta no segmento compacto, que chegou a 54% dos lançamentos não ligados ao Minha Casa, Minha Vida em São Paulo.
A Planik possui landbank de R$ 2,2 bilhões para 2025 e 2026. “Estamos em trajetória muito segura para ao menos manter essa faixa de lançamentos de R$ 1 bilhão por ano”, disse Khafif. Segundo o executivo, a empresa não depende do humor de mercado para manter o ritmo, pois trabalha com funding próprio.
Fonte: Metro Quadrado
OLX processa QuintoAndar por concorrência desleal, mas perde ação
A OLX perdeu uma ação judicial contra o QuintoAndar após alegar concorrência desleal no uso do chat de sua plataforma. Segundo a empresa, supostos representantes do QuintoAndar estariam utilizando o canal para atrair anunciantes ao programa de recompensas “Indica Aí”, oferecendo benefícios para quem indicasse imóveis a serem anunciados no app concorrente. A OLX sustentou que essa prática infringia os termos de uso das duas plataformas e configurava desvio de clientela, pedindo a remoção de conteúdos e uma indenização por danos morais e materiais.
O QuintoAndar, por sua vez, argumentou que as mensagens partiram de usuários sem qualquer vínculo com a empresa e que não havia envolvimento institucional na abordagem. A tese foi confirmada por um laudo pericial, que apontou que quase a totalidade das mensagens foi enviada por pessoas comuns, sem ligação com a proptech. Além disso, o QuintoAndar informou ter adotado medidas para coibir práticas indevidas, como a suspensão de usuários infratores.
Diante das provas, a 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão de primeira instância e julgou improcedente a ação da OLX. O relator do caso, desembargador Sérgio Shimura, destacou que a OLX chegou a mudar sua versão dos fatos após a conclusão da perícia, inicialmente alegando envolvimento direto de funcionários do QuintoAndar e depois apontando que o programa “Indica Aí” em si estimulava a concorrência desleal.
A decisão foi unânime e a OLX foi condenada ao pagamento de aproximadamente R$ 14 mil em honorários advocatícios.
Fonte: Migalhas/Startups