Uma das formas de identificar se uma população tem qualidade de vida é por meio dos índices que medem aspectos como escolaridade, renda e saúde. Entre as ferramentas existentes, o IDH surgiu para mostrar como cada área do globo tem se desenvolvido.
Com a ajuda desse indicador, você pode ter uma ideia de como é viver em um lugar, comparando regiões e escolhendo a alternativa ideal para as suas necessidades. Assim, vale conhecer os números de cada estado e como isso influencia questões gerais do cotidiano, concorda?
Ficou curioso para saber como o IDH é calculado e como interpretá-lo? A seguir, aprenda sobre o funcionamento desse índice e qual é o resultado de cada estado do Brasil. Confira!
- O que é o IDH?
- O que é Pnud e por que ele foi o criador do IDH?
- Como o IDH pode ser interpretado?
- Qual é o IDH dos estados brasileiros?
- Como esse índice pode ajudar na hora de escolher uma moradia?
- Existem limitações relativas ao IDH?
- Quais são as críticas referentes ao Índice de Desenvolvimento Humano?
- Quais são os indicadores complementares ao IDH?
- O que é o índice Gini e qual é sua relação com o IDH?
O que é o IDH?
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por intermédio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Sua elaboração visa estabelecer critérios para identificar o nível de qualidade de vida de uma população.
Um dos principais motivos da criação do indicador foi a necessidade de contrapor o Produto Interno Bruto (PIB). Como ele considera apenas dimensão econômica do desenvolvimento, outras condições fundamentais não são avaliadas.
Diante disso, os economistas Mahbub ul Haq e Amartya Sen elaboraram uma medida mais abrangente do desenvolvimento humano — o IDH. Para o acompanhamento dos dados, os valores são divulgados anualmente em um relatório do Pnud.
Apesar de não contemplar todos os ângulos do desenvolvimento, como a sustentabilidade, o indicador auxilia na criação de debates e soluções para problemas. Desse modo, o tema é amplamente discutido e as informações são padronizadas para diferentes fins.
Em relação à sua composição, o IDH foca na análise de três aspectos centrais. São eles:
- saúde: medida pela taxa de expectativa de vida das pessoas. Nesse contexto, a ideia é que a população vive mais por ter cuidados básicos, como vacinação e acesso a medicamentos. Outro indicador relevante analisado nesse tópico é a taxa de mortalidade infantil;
- educação: calculada pela quantidade média de anos de estudo de uma população. Nesse parâmetro, a concepção é de que, se os cidadãos estudam, existem mais chances do lugar se desenvolver social e economicamente;
- renda: baseada no valor médio de rendimento das pessoas e famílias. Esse número surge a partir da média do PIB da região.
O que é Pnud e por que ele foi o criador do IDH?
Antes de descobrir como interpretar o IDH, também vale a pena saber o que é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Criado em 1965 pela ONU, ele possui um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do mundo.
O Pnud atua em quase 170 países, trazendo discussões sobre a pobreza em diferentes formas, transformações estruturais dos espaços e busca por resoluções de crises e conflitos. Portanto, o programa é responsável por buscar soluções para populações vulneráveis.
De forma geral, o Pnud ajuda os países a:
- criar uma governança mais democrática, com base nos direitos humanos;
- reduzir a pobreza devido à pandemia, mudanças climáticas e desigualdades;
- promover o papel das mulheres no desenvolvimento socioeconômico;
- prevenir e recuperar crises e conflitos;
- tratar de questões ambientais, enfatizando como a pobreza é ainda mais afetada com problemas de energia e meio ambiente;
- colocar como centro de discussão o HIV/Aids para encontrar medidas orçamentárias e sociais capazes de impedir a propagação do vírus.
Como o IDH pode ser interpretado?
No cálculo do IDH, os três indicadores — educação, renda e saúde — são calculados por fórmulas específicas, mas têm o mesmo peso. Logo, o resultado do Índice de Desenvolvimento Humano é obtido a partir de uma média simples dos valores individuais de cada item que compõem a equação.
Além de entender como o cálculo é feito, é importante saber como interpretar os resultados para saber as condições de vida de uma população. Os resultados do cálculo podem variar de 0 a 1, sendo que os mais próximos de 0 indicam IDH baixo e os mais próximos de 1, IDH alto.
Para entender melhor, veja as classificações:
- de 0 até 0,499: desenvolvimento humano baixo;
- entre 0,500 e 0,799: desenvolvimento humano médio;
- de 0,800 a 1,000: desenvolvimento humano elevado.
Qual é o IDH dos estados brasileiros?
O próximo aspecto para saber sobre o IDH é a pontuação de cada estado brasileiro, a partir da aplicação da fórmula. Em ordem decrescente, você poderá descobrir quais estados oferecem mais qualidade de vida a seus moradores. Veja a lista a seguir, com dados referentes a 2021:
- Distrito Federal: 0,814;
- São Paulo: 0,806;
- Santa Catarina: 0,792;
- Minas Gerais: 0,774;
- Rio Grande do Sul: 0,771;
- Espírito Santo: 0,771;
- Paraná: 0,769;
- Rio de Janeiro: 0,762;
- Mato Grosso do Sul: 0,742;
- Goiás: 0,737;
- Mato Grosso: 0,736;
- Ceará: 0,734;
- Tocantins: 0,731;
- Rio Grande do Norte: 0,728;
- Pernambuco: 0,719;
- Acre: 0,710;
- Sergipe: 0,702;
- Amazonas: 0,700;
- Rondônia: 0,700;
- Roraima: 0,699;
- Paraíba: 0,698;
- Bahia: 0,691;
- Piauí: 0,690;
- Pará: 0,690;
- Amapá: 0,688;
- Alagoas: 0,684;
- Maranhão: 0,676.
Já no âmbito nacional, vale destacar que o Brasil é o 87º país em desenvolvimento humano — sendo que o seu IDH é de 0,754. Devido ao período de pandemia e outras crises, a ONU afirmou que o IDH no mundo caiu consecutivamente em dois anos, em 2020 e 2021.Esse fato significa que, de modo geral, as pessoas estão com menos renda, menor expectativa de vida e com menos acesso à educação. Isso tende a gerar perspectivas futuras mais pessimistas, ao mesmo tempo que o dado permite orientar as políticas públicas para solucionar esses problemas.
Como esse índice pode ajudar na hora de escolher uma moradia?
Como você viu, o IDH mede condições sociais e econômicas de determinado lugar e tende a refletir o nível de bem-estar dos cidadãos. Então analisar o índice de uma região é essencial caso você esteja querendo mudar de cidade, estado ou país.
Ao analisar o indicador, você tem a chance de conhecer mais sobre as diferentes realidades sociais nas regiões. Também é possível fazer comparativos para identificar os locais ideais para morar, conforme o seu perfil e necessidades. Por exemplo, sua família poderá ter maior suporte em relação à educação, saúde e melhores condições de renda em lugares com alto IDH. Sendo assim, alguns pilares básicos para ter uma vida saudável e ativa tendem a estar presentes em regiões com o indicador mais elevado.
Existem limitações relativas ao IDH?
Um ponto bastante relevante é que o IDH não abrange todo o desenvolvimento socioeconômico. Na verdade, ele simplifica alguns fatores, a fim de tornar a análise mais fácil de ser feita. Como resultado, o índice não reflete alguns aspectos importantes, como sentimentos gerais de segurança da população ou desigualdade racial.
Logo, outros pontos devem ser analisados em conjunto ao IDH ao escolher um onde morar, por exemplo. Entre eles, as oportunidades de emprego, o sucesso dos empreendimentos e as taxas de crescimento econômico. Também há questões relacionadas à sustentabilidade. Dependendo dos seus critérios sobre a qualidade de vida, portanto, o indicador pode não trazer todas as informações necessárias. É por isso que vale considerar que a complexidade de medir o desenvolvimento humano envolve mais do que determinar um índice.
Quais são as críticas referentes ao Índice de Desenvolvimento Humano?
Apesar de ser fundamental para analisar o desenvolvimento social de populações, alguns críticos afirmam que o IDH tem falhas, além das limitações que você já conferiu. Isso ocorre porque seus três fatores analisados possuem pesos iguais.
No entanto, em diferentes contextos, eles não se igualam na ordem de importância. Para exemplificar, pense em um país com baixa expectativa de vida, mas com uma Renda Nacional Bruta (RNB) alta.
Se a renda obtida for grande o bastante, ela pode compensar a menor expectativa de vida — que tende a ser um fator negativo quando se pensa em qualidade de vida. Nesse cenário, o IDH ainda pode ser elevado, sem que reflita de fato a realidade da região.
O mesmo pode acontecer em relação à desigualdade social e outros pontos sensíveis. Ademais, o índice não verifica a disparidade de gênero e pobreza. Isso impede a visão real das condições da população. Então a classificação pode sugerir que todos os cidadãos possuem boa qualidade de vida, mesmo sendo uma realidade para apenas um grupo. Afinal, o resultado é apenas fruto da média obtida.
Quais são os indicadores complementares ao IDH?
Pensando nas críticas relacionadas ao indicador e nas limitações do IDH, convém saber que há outros índices que trazem dados essenciais sobre uma população e de sua qualidade de vida.
Continue a leitura e veja quais são eles!
Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD)
Como você viu, o IDH é um valor médio do desenvolvimento básico de uma população. Por isso, ele acaba encobrindo a desigualdade na distribuição do desenvolvimento humano quando se trata de país. Para evitar esse desequilíbrio, o IDHAD foi criado.
O Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade considera a desigualdade nas três dimensões — saúde, educação e renda. Desse modo, ele desconta o valor médio de cada dimensão segundo o nível de desigualdade identificado na região. Isso faz com que o IDHAD seja considerado o índice de desenvolvimento humano “real”, já que evita que situações mais sensíveis sejam desconsideradas no cálculo.
Índice de Desigualdade de Gênero (IDG)
Outro índice complementar é o Índice de Desigualdade de Gênero. Como ele se baseia no gênero, seus aspectos centrais são: atividade econômica, saúde reprodutiva e autonomia. Para chegar aos números, é preciso medir as taxas de mortalidade materna e de fertilidade entre adolescentes.
Já a autonomia é determinada pela proporção de mulheres e homens que ocupam assentos parlamentares. Com isso, é possível saber qual é o gênero que está dominando as decisões políticas, tendo em vista que o ideal seria os dois lados decidirem pelos seus direitos e deveres em conjunto.
Ainda em relação ao gênero, o índice mede qual é a educação secundária ou superior que cada um possui. Nesse processo, também é analisado quem está ativo no mercado de trabalho e como homens e mulheres participam da atividade econômica.Portanto, o IDG é fundamental para perceber e debater sobre a desigualdade de gênero para a sociedade. Desse modo, a autonomia e conquistas dos dois lados são dimensionadas e podem ser discutidas para aprimorar essas áreas.
Índice de Pobreza Multidimensional (IPM)
Ainda em relação à desigualdade social, o IPM constata as privações existentes em um domicílio. Nesse contexto, os níveis de educação, saúde e padrão de vida são identificados individualmente. Para tanto, é feita uma pesquisa domiciliar visando identificar os principais pontos do indicador.
Por exemplo, é possível acompanhar o nível de pobreza nos lares por meio da porcentagem de pessoas com acesso a computadores. Assim, o Índice de Pobreza Multidimensional traz uma perspectiva mais completa sobre a capacidade de renda.
O que é o índice Gini e qual é sua relação com o IDH?
Além do que você leu até aqui, vale conhecer o índice Gini. Ele é um indicador de desigualdade socioeconômica que mensura a distribuição de renda em um determinado lugar. Do mesmo modo que acontece com o IDH, seu valor varia entre 0 e 1. Porém, quanto mais perto de 1, menor é a distribuição de renda e maior é a desigualdade.
Criado em 1912 pelo italiano Conrado Gini, ele permite identificar onde a concentração de renda é maior em um território. Isso é relevante para a gestão política, podendo retratar a população e buscar melhor distribuição de renda.
Portanto, esse indicador complementa os dados do IDH. Ao comparar a distribuição de renda, há como ter uma visão real sobre a qualidade de vida daquele território e como as pessoas vivem ali. Em níveis comparativos, o coeficiente de Gini brasileiro é de 0,518, segundo o relatório do Pnud de 2022.
Nesse artigo, você aprendeu o conceito de Índice de Desenvolvimento Humano e como interpretá-lo. Agora fica mais fácil identificar quais estados brasileiros possuem um IDH alto, por exemplo. Atrelado aos outros indicadores, você pode escolher um lugar para morar que ofereça boas condições de vida aos cidadãos.
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