Iluminar a casa faz toda a diferença na percepção de um espaço. E isso significa pensar além das lâmpadas e luminárias. Quando você entra em um ambiente e sente aconchego, calor, alegria ou sofisticação, mas nem nota a iluminação, é porque ela foi cuidadosamente pensada.
Aqui no Brasil é bem comum encontrar apenas pontos de elétrica no teto de apartamentos, casas e escritórios. Mas alternar a altura das fontes de iluminação, formatos de lâmpadas e luminárias pode fazer grande diferença: há no mercado arandelas, fitas de LED e uma infinidade de lâmpadas de potências e temperaturas de cor diferentes, além de diversos designs de luminárias pendentes que complementam a decoração.
“O ideal é pensar o estudo de iluminação ou projeto luminotécnico bem antes da obra, ainda no projeto arquitetônico da casa ou do apartamento novo, mesmo em caso de reforma. É necessário entender como vivem os moradores daquela residência e quais as necessidades deles, usando soluções que atendem os desejos da família”, explica a arquiteta especializada em iluminação Francine Felício.
“Em uma sala de estar, por exemplo, a televisão exige uma iluminação mais intimista. Bancada de estudos ou home office pedem mais claridade. Se houver uma poltrona de leitura, o móvel merece uma luz mais direcionada”, explica Francine.
“No mesmo ambiente você vai relaxar, receber amigos, as crianças vão brincar… essas funções podem acontecer todas ao mesmo tempo ou separadas, portanto é preciso pensar diferentes soluções de iluminação que se complementam, possibilitando a criação de vários cenários”, complementa a arquiteta.
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Iluminação de casa por meio da automação
O projeto que a arquiteta Sabrina Salles reformou na Zona Sul de São Paulo é um exemplo da criação de cenários, com diversas possibilidades de iluminação. No estar, foi possível criar situações e ambientes diferentes com auxílio da tecnologia, usando uma assistente virtual com comando de voz.
“Alexa, cheguei”, diz Sabrina e automaticamente se acende a iluminação contida nas sancas do teto, duas peças de abajur – um na entrada e outra entre as poltronas da sala de estar – e alguns spots direcionados para quadros, além de uma lâmpada inserida num vaso com uma planta ornamental. “Esse é o ambiente que eu gosto, porque traz conforto”, enfatiza a arquiteta. “A luz indireta é mais eficiente para criar um clima aconchegante”.
Sabrina também pode optar por acender só o teto, com os spots embutidos e a iluminação das sancas, pode ligar apenas os balizadores – pequenas lâmpadas de segurança colocadas rente ao chão – ou acender só a fita de LED colocada na parte interna do corrimão nas escadas. “Fica um charme e não precisa de quebra-quebra. Uma solução simples e eficiente”, explica.
Iluminação para casa feita com luzes amarelas
Um erro comum, principalmente quando a iluminação não segue a orientação de um profissional, é abusar das lâmpadas brancas por toda a casa, com iluminação difusa.
A arquiteta Sabrina Salles orienta nunca usar luz fria, ou branca, para salas ou quartos. “Porque esse tipo de iluminação tira o aconchego desses ambientes. Deixe a luz fria para a cozinha ou banheiro”, aconselha.
“Mesmo na cozinha, é legal equilibrar as diferentes formas de iluminação. Nem sempre você está preparando algum alimento, pode estar realizando outra atividade: fazendo uma refeição, lendo ou até estudando. E é gostoso ter uma luz mais aconchegante também”, argumenta Sabrina.
Alguns costumes em relação à iluminação estão mudando no Brasil. A especialista Francine Felício lembra que a pandemia trouxe todo mundo pra casa, que virou lugar de estudo, trabalho e convivência intensa, portanto houve adaptação também na forma como usamos a luz.
“Na Europa, por exemplo, é bem comum uma pessoa estar assistindo TV com apenas um abajur ligado, e outra ler um livro com uma luminária focada para o texto. Aqui no Brasil havia uma cultura de acender todas as luzes de uma vez, ou apenas a luz difusa, e isso tira o conforto. Ainda bem que está mudando”.
Use a luz para destacar móveis, peças do décor e o paisagismo
A iluminação da casa também pode direcionar o olhar para detalhes da decoração, valorizando peças e destacando detalhes que poderiam passar despercebidos, como a textura de um papel de parede.
A luz da sanca destaca um teto com design diferenciado e ajuda a iluminar um quadro. Arandelas e spots direcionados para obras nas paredes também são excelentes soluções.
“Luminárias de teto precisam estar direcionadas para objetos e nunca para as pessoas”, orienta a arquiteta Sabrina Salles. “Lustre para sala de jantar eu adoro, acho que além de ser uma peça decorativa, na hora da refeição faz diferença ter uma luz focada no alimento”.
Existem disponíveis no mercado todo tipo de solução para criar ambientes e propostas diferentes para cada área da casa, até mesmo na parte externa. Arandelas resistentes à chuva, spots de chão ou aqueles espetos (luminárias com haste que são fincadas na terra) fazem composições interessantes e valorizam o paisagismo.
A arquiteta Francine Felício projetou a iluminação de um jardim com fitas de LED. “O cliente não queria postes de iluminação. Usamos a fita embaixo de um degrau em madeira e foi suficiente para iluminar com estilo”.
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Iluminação da casa com luz natural
Na reforma projetada por Sabrina Salles, a iluminação natural foi aproveitada ao máximo, exatamente para que as lâmpadas da casa só sejam acionadas no cair do dia.
“A casa já tinha uma boa entrada de luz natural pelas portas de vidro que dividem o estar e a sala de jantar da piscina e churrasqueira. Mas eu sentia falta de uma iluminação na entrada da casa. Então, abri uma nova janela no projeto, com autorização do condomínio para demolir parte da parede. Fez toda diferença, porque além de iluminar mais o ambiente, funcionou como uma moldura para o jardim externo lateral” .
Em apartamentos, a opção de abrir janelas não é possível, mas você pode investir em cortinas translúcidas e espelhos que ajudam a refletir a luz do sol. Nos banheiros e lavabos que não possuem janela, uma estratégia é usar vidro jateado para permitir a passagem da iluminação natural mantendo intimidade.
Dicas de iluminação para casa
Colaboração de Marcela Guimarães
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