Setor Imobiliário pede o fim da antecipação do FGTS. Curitiba registra avanço nas vendas de imóveis usados em 2024. Apartamentos duplex ganham destaque no mercado imobiliário brasileiro.
Setor Imobiliário quer o fim do uso de FGTS em antecipações de crédito
Em resposta à proposta governamental de ampliar o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em empréstimos consignados para o setor privado, o setor imobiliário solicita o fim das antecipações do saque-aniversário. A mudança permitiria que o fundo fosse usado apenas como garantia em eventuais demissões.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) alerta que a antecipação do saque de aniversário desvia recursos do FGTS, comprometendo 580 mil moradias populares desde 2019. A utilização do fundo para compra de imóveis reduziu de 73% em 2020 para 30% em 2024, segundo a Abrainc.
Na análise de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, a proliferação desses saques ameaça orçamentos futuros do programa Minha Casa, Minha Vida. “Daqui a alguns anos, pode ser que a gente não consiga ter o mesmo orçamento do Fundo de Garantia que nós tivemos em 2024 e que nós vamos ter em 2025. Quanto mais operações do saque-aniversário forem feitas, e são milhares por dia, mas corremos o risco do Fundo de Garantia, ao longo do tempo, não ter orçamentos que atendam principalmente o programa Minha Casa, Minha Vida”, afirma Petrucci.
Na mesma linha segue Renato de Sousa Correia, da CBIC, com críticas ao impacto negativo desses saques que teriam pouca efetividade para socorrer o brasileiro assalariado. Em muitos casos, apenas 25% do valor realmente beneficia o trabalhador, enquanto 75% vão para os bancos. Ele defende que a alternativa apresentada pelo governo só será eficaz se substituir as antecipações.
Para Correia, a priorização dos créditos para consumo sobre os de habitação é imprudente. “A solução deve passar pelo uso adequado do FGTS”, afirma. Ele ressalta ainda a necessidade de reformas que priorizem o uso do fundo para habitação em vez de consumo pessoal.
Fábio Tadeu Araújo, CEO da consultoria imobiliária Brain, afirma que o empréstimo consignado pelo eSocial proposto pelo governo não traria os mesmos prejuízos que a antecipação do saque-aniversário do FGTS. “O empréstimo do eSocial será descontado do salário, até um limite de 30%, e o FGTS servirá como garantia em casos de demissão sem justa causa, permitindo o uso de até 10% do saldo e 100% da multa para quitar o empréstimo”, avalia.
Ele argumenta que essa configuração mantém a saúde financeira do FGTS e seus principais objetivos de habitação e saneamento básico intactos. Contudo, Araújo sinaliza a urgência de revisar o saque-aniversário, considerando-o um dreno para os recursos do fundo, empregado de forma excessiva em financiamentos não alinhados aos objetivos centrais do FGTS.
Fonte: O Sul/Estadão Conteúdo
Curitiba registra avanço nas vendas de imóveis usados em 2024
O mercado de imóveis usados em Curitiba apresentou crescimento em 2024, com o ticket médio atingindo R$ 454.934 no ano, um aumento de 17,2% em relação a 2023, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sistema Secovi-PR.
A arrecadação do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) também cresceu 17,4%, totalizando R$ 605,909 milhões no ano. As transações de venda efetivadas no município aumentaram 6,9%, com 45.757 guias emitidas para pagamento do ITBI.
“Mesmo com algumas restrições no crédito imobiliário e com o aumento das taxas de juros, 2024 apresentou melhores resultados e contribuiu para que o mercado continue se mantendo em patamar elevado”, avalia Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.
Entre as tipologias mais procuradas, apartamentos de um dormitório tiveram destaque em dezembro, com crescimento de 35% em relação a novembro. O Centro liderou as negociações de imóveis residenciais usados, com 8,2% das transações.
Josué Pedro de Souza, vice-presidente do Secovi-PR, no entanto, alerta para o cenário do setor este ano. “A alta dos juros e a queda nos financiamentos serão as principais matérias com as quais o mercado imobiliário terá que lidar ao longo de 2025”.
Fonte: Gazeta do Povo
Apartamentos duplex ganham destaque no mercado imobiliário brasileiro
Uma nova tendência no mercado imobiliário brasileiro começa a despertar o interesse de construtoras: os apartamentos duplex, principalmente voltados para o alto padrão. Dados do setor mostraram um aumento de 35% na procura por este tipo de moradia – apartamento com dois pavimentos integrados e com cara de casa – nos últimos cinco anos.
A busca por espaços mais amplos e versáteis tem impulsionado o segmento, estimulando incorporadoras a investirem nesse formato. Segundo a Brain Inteligência Estratégica, 85% dos compradores priorizam imóveis com mais espaço, segurança e áreas de lazer.
“Os apartamentos duplex oferecem uma experiência diferenciada de moradia, proporcionando um espaço mais dinâmico e confortável. Temos percebido um crescimento significativo no interesse por esse tipo de imóvel”, observa Victor Koerich, diretor da WKoerich, empresa referência no mercado imobiliário catarinense e que tem acrescentado esse tipo de construção em seu portfólio.
“Eu gostei bastante desse modelo porque sinto que tenho privacidade no dia a dia. Sinto que isso me dá privacidade e liberdade”, conta Marcela Moreno Fernandez Casado de Figueiredo, moradora de um duplex. A valorização imobiliária das unidades duplex também tem atraído tanto investidores quanto moradores.
Florianópolis e São José, na Grande Florianópolis, cidades com maior valorização imobiliária em 2024 segundo o Índice FipeZAP, são algumas em que a tendência pode ser observada, atraindo também quem busca por aluguel e espaços para viver e trabalhar em home office, segundo representantes do mercado imobiliário local.
Fonte: ND+
Steelcorp de Roberto Justus expande para os EUA
A Steelcorp, empresa de casas modulares liderada pelo empresário Roberto Justus, está expandindo suas operações para o mercado imobiliário da Flórida, nos Estados Unidos. A companhia, que utiliza tecnologia de construção modular em aço – uma espécie de ‘Lego tecnológico’ – projeta atingir mais de R$ 1 bilhão em faturamento em seu segundo ano de operação.
Recentemente, a Steelcorp USA inaugurou uma fábrica na Flórida, focada em projetos de casas populares de até 110 m². A empresa adquiriu uma pequena fábrica modular por cerca de US$ 2 milhões e construiu uma nova unidade de 25 mil m².
“Quando essa fábrica estiver operando em sua capacidade total, estará produzindo duas mil casas por ano”, afirma Roberto Justus, CEO e maior acionista da Steelcorp. A empresa fechou contrato com o Brickless Group para entregar 500 casas em 2025 e 1,5 mil em 2026.
A filial americana deve faturar US$ 100 milhões em 2025 e US$ 300 milhões em 2026. No Brasil, a projeção de receita para 2025 é de R$ 800 milhões, totalizando R$ 1,4 bilhão no consolidado com a operação nos EUA.
A Steelcorp aposta na escala e padronização para viabilizar o negócio. “A repetição é muito importante. Posso até fazer alto padrão, desde que 100 casas iguais ou duas ou três versões”, explica Justus.
O tempo de construção das casas modulares é metade do convencional, e a empresa afirma que a diferença de preço em relação à construção tradicional praticamente não existe mais devido aos avanços tecnológicos.
Fonte: Pipeline