Em resposta à alta dos juros, Caixa eleva taxas de crédito imobiliário. Imóveis residenciais fecham 2024 com maior alta de preços em 11 anos. Aperto monetário derruba fundos imobiliários e recuperação deve ficar para o segundo semestre.
Caixa eleva taxas de crédito imobiliário em resposta à alta dos juros
Com a subida dos juros e a expectativa de que a Selic atinja 14,25% ao ano em março de 2025, a Caixa Econômica Federal aumentou as taxas do crédito imobiliário. O banco segue a tendência de outras instituições financeiras privadas que já haviam anunciado aumentos.
O reajuste da Caixa – válido desde 2 de janeiro – foi de 1 a 2 pontos percentuais, dependendo da modalidade.
As novas taxas para financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) variam de TR (Taxa Referencial) mais 10,99% a 12% ao ano, ou remuneração da poupança mais 4,12% a 5,06% ao ano. O prazo máximo de financiamento permanece em 420 meses.
“Isso (aumento na taxa) já era um pouco esperado, por causa da alta da Selic. Não tem como fugir. Mas, ainda assim, estamos competitivos em relação a outras taxas praticadas no mercado”, afirmou Inês Magalhães, vice-presidente de habitação da Caixa.
Magalhães afirmou ainda que o banco pretende manter em 2025 o mesmo volume de financiamentos imobiliários visto em 2024, quando ficou na ordem de R$ 80 bilhões, alta de quase 7% ante 2023. “Para manter o volume, é preciso que a taxa se pague”, explicou Magalhães.
O reajuste não afeta o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que mantém taxas entre 4% e 8% ao ano, subsidiadas pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A Caixa já havia endurecido as condições de empréstimos em 2024: reduziu percentuais de financiamento no SAC e Tabela Price, limitando-os a imóveis de até R$ 1,5 milhão. Para valores maiores, foi criada uma linha com juros pós-fixados.
Para José Urbano Duarte, consultor de habitação e ex-vice-presidente da Caixa, todas essas mudanças podem alterar o perfil do comprador, exigindo renda média mais alta ou reduzindo o valor médio dos imóveis financiados.
Fonte: Estadão
Imóveis residenciais fecham 2024 com maior alta de preços em 11 anos
Em 2024, os preços dos imóveis residenciais no Brasil tiveram um aumento médio de 7,73%, a maior alta em 11 anos, segundo o Índice FipeZap. A variação mensal de dezembro foi de 0,66%, superior aos 0,49% de novembro. Em 2013, o aumento havia sido de 13,74%. A pesquisa abrange 56 cidades, incluindo 22 capitais.
O valor médio por metro quadrado chegou a R$ 9.366, com destaque para imóveis com um dormitório, cujo preço médio chegou a R$ 11.130/m². As unidades com dois dormitórios apresentaram o menor valor, a R$ 8.387/m². Entre as capitais, Vitória (ES) liderou como a mais cara, com R$ 12.287/m², seguida por Florianópolis (SC) e São Paulo (SP).
Apesar dos altos valores, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) foi de 6,54%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 4,64%. Curitiba foi a cidade com maior valorização (+18%), seguida por Salvador (+16,38%) e João Pessoa (+15,54%).
Em cidades como São Paulo e Porto Alegre (RS), os preços subiram 6,56% e 6,44%, respectivamente, enquanto em Brasília e Rio de Janeiro, os aumentos foram de 3,71% e 3,13%. Santa Maria (RS) foi a única cidade mapeada pelo FipeZap a apresentar queda nos preços.
Bairros – Pinheiros, Vila Mariana e Jardins, na zona Oeste de São Paulo, e Leblon, na zona Sul do Rio de Janeiro, foram os bairros que mais se destacaram na valorização dos imóveis em 2024, segundo o índice FipeZap. O metro quadrado no Leblon atingiu R$ 24.119, com valorização de 7% no ano.
Em São Paulo, Pinheiros registrou aumento de 9,6%, enquanto Vila Mariana e Jardins tiveram altas de 9,2% e 8,4%, respectivamente. O Itaim Bibi, com um dos metros quadrados mais caros, chegou a R$ 18.385, com um crescimento de 7,4%.
A maioria dos bairros nobres da capital paulista e Rio apresentam preços bem acima da média nacional, que é de R$ 9.366. Em São Paulo, oito dos dez bairros mais caros superaram a média da cidade, em R$ 11.374.
No Rio, sete dos dez bairros monitorados mantiveram preços acima da média local, de R$ 10.289. Regiões como a Barra da Tijuca foram beneficiadas por investimentos em infraestrutura nos últimos anos, como o BRT e a linha 4 do metrô, que alavancaram a valorização dos imóveis.
Fontes: Valor Investe e O Globo
Aperto monetário derruba fundos imobiliários
O mercado de fundos de investimento imobiliário (FIIs) encerrou 2024 com desempenho abaixo das expectativas. O Ifix, principal índice de referência na Bolsa de Valores (B3), registrou queda de 5,89% em 12 meses, contrastando com um CDI (Certificado de Depósito Interbancário) de 10,8%. Analistas projetam que a recuperação do setor, antes esperada para o segundo trimestre de 2025, deve ocorrer apenas no segundo semestre.
“A curva de juros [taxas ao longo do tempo] e a trajetória do Ifix são inversamente proporcionais. Começamos o ano [passado] melhor do que terminamos”, explica Fernanda Rosalem, responsável pelos investimentos da Paladin no Brasil.
Apesar do cenário desafiador, o setor manteve certa estabilidade. Flavio Pires, analista da Santander Corretora, destaca que as captações ficaram próximas às projeções iniciais, entre R$ 35 bilhões e R$ 45 bilhões. Até outubro, o montante atingiu R$ 32 bilhões.
A consolidação do mercado continua, com fundos maiores absorvendo os menores. “É um negócio difícil de ser médio, porque precisa da estrutura completa, com advogados, engenheiros, analistas etc.”, avalia Fabio Carvalho, sócio da Alianza Investimentos.
Bruno Nardo, sócio da RBR Asset Management, ressalta a importância da seletividade nos investimentos. “Hoje vale mais a pena ir ao mercado secundário e buscar oportunidades. É um momento difícil de fazer previsões, mas os [fundos] de crédito são os mais promissores.”
Para 2025, especialistas recomendam cautela e análise criteriosa dos fundos, especialmente nos segmentos de lajes corporativas e shoppings. Os fundos de crédito são vistos como opções mais seguras no cenário atual.
Fonte: Valor Econômico
Ranking destaca melhores cidades para investir em imóveis para alugar
O Ranking Melhores Cidades para Investir em Imóveis 2025, elaborado pela startup imobiliária MySide, classifica 10 cidades que apresentam melhor rendimento para quem busca investimento em imóveis para alugar. No Top 5 estão municípios de Santa Catarina, Goiás, São Paulo e Paraná.
O estudo, que considera um cenário de investimento inicial de R$ 500 mil em outubro de 2019, analisa o desempenho do mercado imobiliário ao longo de cinco anos, comparando-o com outras modalidades de investimento. A metodologia inclui custos reais como ITBI, corretagem e taxas cartorárias, além de fatores como taxa de ocupação média e valorização do imóvel.
No ranking geral, para investimentos realizados entre 2019 e 2024, São José (SC) lidera a lista com uma rentabilidade anual de 16,6%, seguida por Goiânia (GO) com 15,1% e São José dos Campos (SP) com 14,6%. Curitiba aparece em quarto lugar, com um rendimento anual médio de 13,3%, com um saldo final de R$ 934 mil.
“Um equívoco comum ao comparar o rendimento de investimento em aluguel é não considerar o aumento do preço do imóvel no período. Na verdade, enquanto o imóvel está alugado, é natural que o seu preço de venda suba, em linha com o que ocorre com os preços de mercado”, explica Ronal Balena, especialista em investimentos imobiliários.
Completam o top 10: Florianópolis (SC), Praia Grande (SP), Barueri (SP), Joinville (SC), Santos (SP) e Recife (PE). Estas cidades se destacaram por oferecer oportunidades atrativas para investidores imobiliários, considerando fatores como valorização, potencial de aluguel e dinâmica do mercado local.
Fontes: Bem Paraná e MySide