Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida servirá como ferramenta para enfrentar juros altos para classe média; MRV espera aumento na velocidade das vendas. A praia do Centro-Oeste está em Santa Catarina: 70% dos investidores de Itapema são do agronegócio. Gestora GTIS Partners negocia venda de prédio corporativo na Faria Lima.
- Faixa 4 do MCMV servirá como ferramenta para enfrentar juros altos para classe média
- A praia do Centro-Oeste: 70 por cento dos investidores de Itapema são do agronegócio
- Gestora GTIS Partners negocia a venda de prédio corporativo na Faria Lima
- Mercado de loteamentos em Minas cresce 20 por cento e movimenta R$ 3 bilhões em 2024
Faixa 4 do MCMV servirá como ferramenta para enfrentar juros altos para classe média
A vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães, afirmou que a nova Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) funcionará como ferramenta para o financiamento imobiliário da classe média durante o cenário de juros altos, atualmente em 14,25%.
Segundo Magalhães, o patamar da Selic dificulta soluções estruturais, enquanto os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) perdem fôlego. “Precisamos atravessar este momento de escassez de recursos no SBPE até estabelecermos medidas mais estruturais”, disse após evento em São Paulo.
O Faixa 4 atende famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, com previsão de 120 mil unidades contratadas em 2025. O financiamento tem prazo de 420 meses, juros de 10,50% ao ano, para imóveis de até R$ 500 mil.
O diretor executivo comercial da MRV&CO, Thiago Elya, diz que a mudança vai impulsionar as vendas e ajudará a reduzir o déficit habitacional. “Há uma parcela significativa da população que não se encaixava nas faixas existentes e enfrentava dificuldades para financiar um imóvel. Com o anúncio, poderemos atender um público refém de taxas muito altas no financiamento tradicional”, analisa.
Cerca de 13% do estoque atual da MRV se enquadra na nova categoria, com expectativa de aumento na velocidade das vendas. “A alta da Selic encarece o crédito imobiliário tradicional, mas o MCMV garante taxas entre 4% e 10,5% mais TR, sem impacto direto da Selic”, explica Ely.
A mudança promete ser um divisor de águas para as construtoras participantes do programa. Atualmente, 90% das vendas líquidas da MRV vêm do programa do Governo Federal. “O mercado está reagindo positivamente. A combinação entre políticas públicas, iniciativas estaduais e crédito mais acessível cria um ciclo virtuoso”, conclui o executivo da MRV.
O cenário torna-se ainda mais atrativo com o início do calendário de saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de 2025, liberado na última sexta-feira (4), permitindo que muitas famílias utilizem o valor para entrada no imóvel ou amortização de parcelas.
Como informou o Portas Abertas na edição de segunda-feira (8), fontes informam ainda que a Caixa estuda aumentar em R$ 15 bilhões o orçamento da Faixa 4, elevando o total para R$ 30 bilhões. Essa possibilidade, porém, ainda não foi confirmada.
Fontes: CNN Brasil e Monitor Mercantil
A praia do Centro-Oeste: 70 por cento dos investidores de Itapema são do agronegócio
Itapema, no litoral catarinense, surfou na onda da vizinha Balneário Camboriú e se tornou um dos destinos preferidos de investidores do agronegócio. Segundo dados do aplicativo DWV, compilados pela construtora Edify, 70% dos compradores de imóveis de alto padrão na cidade têm origem no setor agrícola, com a cidade registrando um Valor Geral de Vendas (VGV) superior a R$ 1,2 bilhão.
Itapema atrai principalmente produtores rurais que buscam diversificar investimentos. A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de uma safra recorde para 2024/2025, com aumento de 9,4% em relação ao ciclo anterior, deve impulsionar ainda mais este mercado.
“O produtor rural vê os imóveis como instrumentos de preservação e expansão de capital. O imóvel de alto padrão entrega segurança jurídica, proteção contra inflação e liquidez — principalmente em regiões com alta demanda, como o litoral norte de Santa Catarina”, explica Luiz Feitosa, sócio da Edify.
A construtora desenvolve um empreendimento de luxo na cidade com unidades que chegam a R$ 49 milhões e VGV de R$ 600 mil. Entre os sócios está a NR Sports, empresa que administra a carreira de Neymar.
Serão 60 apartamentos entre 264 metros quadrados e um triplex de quase mil metros quadrados. O projeto de 41 pavimentos contará com 2,7 mil metros quadrados de área de lazer, incluindo piscina de transbordo, spa, wine room e sistema de segurança operado por inteligência artificial. A previsão de entrega é para dezembro de 2028.
Fonte: Exame
Gestora GTIS Partners negocia a venda de prédio corporativo na Faria Lima
A gestora de private equity GTIS Partners está em fase avançada para vender o empreendimento Vista Faria Lima, prédio corporativo de alto padrão na região mais disputada para escritórios em São Paulo, conforme fontes próximas ao negócio confirmaram ao jornal Valor.
O imóvel de 16,5 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) estaria sendo negociado em patamar similar ao Infinity Tower, outro ativo da região vendido pela gestora em 2022 por US$ 172 milhões (62% de participação), o que representaria um valor aproximado de R$ 762,3 milhões.
O prédio está quase todo locado, com preço pedido de R$ 290 por metro quadrado ao mês. A saída da gestora é motivada pela maturação do fundo que investe no projeto, tentando dar retorno aos investidores. Seis dos 17 andares estão atualmente locados para a WeWork, que teve problemas de pagamento no ano passado, mas fontes indicam que a situação já foi normalizada.
Além do Vista Faria Lima, a GTIS também estaria em negociações avançadas para vender o Marina Palace, hotel na orla do Leblon, no Rio de Janeiro, fechado desde 2017. Segundo o índice FipeZap de fevereiro, o preço médio pedido por imóveis comerciais no Leblon era de R$ 34.799 por metro quadrado, o maior valor da cidade.
Não é a primeira vez que a gestora coloca o Vista Faria Lima à venda. Em 2018, o ativo foi anunciado junto com o Infinity Tower, mas acabou sendo vendido para outro fundo da própria GTIS. Agora, o comprador interessado seria externo.
A gestora americana também possui três ativos corporativos na capital fluminense – Vista Carioca, Vista Guanabara e Vista Mauá – todos disponíveis para venda. Paralelamente, a GTIS está desenvolvendo o projeto Super JK, a duas quadras do Vista Faria Lima, no terreno do antigo Extra Itaim.
O novo empreendimento, previsto para conclusão em dois anos, contará com 58 mil metros quadrados de ABL distribuídos em três prédios contíguos, incluindo lojas na fachada ativa e uma versão “gourmet” do mercado Pão de Açúcar. A gestora já possui os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) necessários para o projeto, adquiridos em 2019. Procurada, a GTIS não comentou o assunto.
Fonte: Valor
Mercado de loteamentos em Minas cresce 20 por cento e movimenta R$ 3 bilhões em 2024
O setor de loteamentos em Minas Gerais alcançou R$ 3 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) em 2024, representando um crescimento de 20% em comparação ao ano anterior, segundo estudo encomendado pela Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG). Apenas no último trimestre, as vendas cresceram 54%, movimentando aproximadamente R$ 748 milhões.
Foram lançadas 9.943 unidades entre janeiro e dezembro no estado, número inferior às 11.165 unidades de 2023. A retração é atribuída à falta de estoque no mercado, atualmente estimada em oito meses, bem abaixo dos 14 meses considerados ideais pelo setor.
“A população está entendendo a importância e os benefícios de investir em terras e o mercado mineiro segue demonstrando resiliência”, afirma Flávio Guerra, presidente da Aelo-MG e vice-presidente de Loteamentos do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Entre as 300 cidades analisadas, Betim e Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), além de Pouso Alegre, no Sul de Minas, destacaram-se como principais mercados.
O preço médio de um lote em condomínio fechado em Minas ultrapassou R$ 361,7 mil, enquanto em bairros abertos chegou a R$ 160 mil. Guerra aponta a complexidade de aprovação e licenciamento de empreendimentos horizontais, além da falta de funding para produção, como principais entraves do setor. “Precisamos de linhas específicas de financiamento para obras, o que ajudaria as loteadoras a aumentarem o volume”, destaca Flávio Guerra
Apesar da alta na taxa de juros, o setor tende a ser o menos impactado do mercado imobiliário, pois trabalha com contratos de juros fixos definidos no momento da assinatura, reduzindo o impacto direto das políticas monetárias sobre esse tipo de financiamento.
Para 2025, a expectativa é de avanços de pelo menos 10%, impulsionados pela valorização crescente dos loteamentos fechados e expansão dos produtos horizontais. “O expressivo aumento nas vendas de 2024 reforça o apetite dos consumidores pelo mercado de loteamentos, especialmente em um cenário de readequação dos estoques e ajustes na precificação”, conclui Guerra.
Fonte: Diário da Indústria e Comércio