Gerson Oliveira Filho (foto), diretor comercial de serviços financeiros da Loft, com Talles Dantas, diretor de crédito imobiliário da Loft
O noticiário sobre o mercado imobiliário inicia 2025 destacando a alta recorde do preço dos imóveis residenciais no país em 2024. O Índice FipeZap fechou o ano anotando apreciação de 7,73% no Brasil. Trata-se da maior variação anual desde 2013, quando os preços dos imóveis subiram, em média, 13,74%.
Vamos examinar neste texto as implicações deste resultado tanto para o mercado de aluguel quanto para o de compra e venda. A primeira constatação vale para as duas frentes: os três primeiros trimestres de 2024 foram caracterizados pelos efeitos da redução das taxas de juros ocorrida no início do ano, gerando aumento da demanda por aquisição de imóveis e pressionando os preços dos aluguéis.
Isso porque a escassez de supply é sentida há muito tempo na maioria das capitais brasileiras. E com o aumento das vendas, há menos imóveis disponíveis para locação. No entanto, como todos sabem, a trajetória de queda da Selic foi interrompida e substituída por um movimento altista do Copom, de olho no aumento da inflação, contexto fiscal interno e ambiente global.
De acordo com os analistas de mercado, essa tendência deve perdurar nas primeiras reuniões do Copom de 2025, as próximas pelo menos. E efetivamente, as taxas de financiamento de todos os principais bancos do segmento imobiliário já subiram neste mês de janeiro.
Para esse ano, portanto, há uma tendência de redução da liquidez dos imóveis. E de consequente afrouxo da pressão por majoração. No entanto, fica a dúvida de em que nível este refreamento da alta dos preços dos imóveis vai se dar. Sobretudo no valor de fato transacionado, e não apenas no anunciado – métrica observada pelo índice FipeZap.
Nesse contexto de incerteza, a recomendação é ficarmos mais atentos do que nunca aos movimentos do mercado para chegar quanto antes ao preço de equilíbrio, e de venda. Quem lançar mão de ferramentas capazes de precificar os ativos com mais assertividade, considerando não só os dados de anúncios, mas também os dados de imóveis de fato transacionados, sem dúvida, sairá na frente.