Aluguéis sobem 5,66% no primeiro semestre e superam inflação oficial. Aulas de tênis, passeios de lancha: incorporadoras apostam em experiências para vender imóveis. Em SP, escritórios migram da Faria Lima para Pinheiros.
- Aluguéis sobem 5,66 por cento no primeiro semestre e superam inflação oficial
- Aulas de tênis, passeios de lancha: incorporadoras apostam em experiências para vender imóveis
- Em SP, escritórios migram para Pinheiros em busca de preços menores
- Com Minha Casa, Minha Vida, MRV eleva lançamentos em 54,2 por cento no segundo trimestre
Aluguéis sobem 5,66 por cento no primeiro semestre e superam inflação oficial
Os preços dos aluguéis residenciais avançaram 5,66% no primeiro semestre de 2025, segundo o Índice FipeZAP de Locação Residencial. O crescimento representa desaceleração ante o mesmo período de 2024, quando a alta foi superior a 8%.
A valorização ficou bem acima da inflação oficial, quase o dobro: o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 2,99% nos primeiros seis meses do ano, conforme dados do IBGE.
“Desde o começo de 2023, temos observado uma moderação no ritmo de reajuste dos aluguéis, ainda que os preços continuassem subindo”, afirmou Taiane Martins, gerente de Inteligência de Mercado no Grupo OLX.
A alta ocorreu em 34 das 35 localidades monitoradas. Em junho, os preços dos imóveis alugados subiram 0,51%, após altas de 0,59% em maio e 1,15% em abril. O preço médio nacional ficou em R$ 49,23 por metro quadrado.
Barueri (SP) lidera o ranking das cidades mais caras, com R$ 68,30/m², seguida por São Paulo (SP) e Belém (PA). Para investidores, a rentabilidade média ficou em 5,93% ao ano, abaixo de aplicações financeiras de referência.
Manaus se destaca para investimentos no setor, com rentabilidade de 8,44%, seguida por Belém e Recife, segundo o levantamento que monitora anúncios de locação na internet.
Fonte: CNN Brasil
Aulas de tênis, passeios de lancha: incorporadoras apostam em experiências para vender imóveis
Na disputa acirrada para conquistar os mais endinheirados, incorporadoras ampliam seus investimentos em marketing, passando de 2% ou 3% do VGV (Valor Geral de Vendas) para mais de 5%, segundo players do mercado.
Os investimentos fazem parte de uma estratégia que inclui construir “amenities” antes da inauguração dos condomínios para que visitantes vivam experiências únicas. É a vez da experiência de consumo no mundo do real estate.
A italiana Netcorp é um dos exemplos desta tendência. A empresa alocou R$ 25 milhões no marketing do Netcorp Tower, nos Jardins, bairro de altíssimo padrão em São Paulo. O estande terá pop-up do restaurante Il Capitale Dolce e quadra oficial de padel. “É mais fácil se encantar por uma maquete quando você está comendo uma sobremesa”, afirma o CEO Fabrizio Belvilacqua.
A incorporadora Yuny destinou 5% dos recursos do Quaddra Lorena, também na capital paulista, para ativações de marketing com VGV de R$ 700 milhões. O projeto inclui academia da Track & Field, café e quadra de saibro com aulas de tênis para visitantes do estande.
Em Santa Catarina, a construtora Koch inovou ao substituir estandes tradicionais e material gráfico por experiências exclusivas. Os sócios Thais Koch e Luan Koch oferecem passeios de lancha, voos de helicóptero e jantares aos interessados no mercado imobiliário da cidade.
Segundo Luan Koch, a estratégia apresenta resultado positivo nas vendas com baixo custo de implementação. “Depois de um jantar, um cliente comprou 16 unidades. Antes vendíamos dois imóveis por semana”.
As novas estratégias chegam a reboque da mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que busca se sentir especial durante o processo de compra. “O mercado imobiliário foi se dando conta de que isso move o ponteiro do negócio”, afirma Cecilia Russo, CEO da Troiano Branding.
Segundo Russo, já não basta mostrar maquete, folder ou apartamento decorado. As empresas perceberam que passavam muito tempo focadas apenas nas planilhas, com uma ideia imediatista.
“Agora, as marcas perceberam que a venda dos próximos projetos é uma construção do nome e da reputação da empresa”, complementa a especialista.
Fonte: Metro Quadrado
Em SP, escritórios migram para Pinheiros em busca de preços menores
O mercado de lajes corporativas de alto padrão em São Paulo registrou absorção líquida de 22.490 metros quadrados no segundo trimestre, segundo levantamento da Cushman & Wakefield. A região de Pinheiros, na zona Oeste, liderou o desempenho com 9.304 metros quadrados absorvidos.
A Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini (7.950 m² ) e a Av. Dr. Chucri Zaidan (5.319 m²) também apresentaram crescimento. Em sentido oposto, a famosa Av. Brigadeiro Faria Lima registrou retração de 3.373 metros quadrados, o pior desempenho entre os eixos analisados. A taxa de vacância nas regiões de negócios consolidadas (CBD – Central Business District) caiu para 14,53%, a menor da série histórica.
A Av. Rebouças se destacou, com vacância recuando de 11,23% para 2,04%. A região de Pinheiros passou de 13,36% para 9,16%.
O preço médio pedido foi de R$ 146,13 no trimestre, alta de 4,9% sobre o período anterior e 21,6% ante 2024. A Av. Faria Lima mantém o maior valor: R$ 297,51 por metro quadrado, com variação trimestral de 2,9%.
“Na minha visão, quem consegue pagar um aluguel tão caro são empresas do mercado financeiro, como as assets e os grandes bancos”, afirma Alessandro Estevam, gestor da Kinea, que tem 70% de participação no Biosquare, na Av. Rebouças.
O empreendimento, que será entregue no primeiro trimestre de 2026 com a Amazon como locatária, é um bom exemplo dessa tendência. A big tech ocupará quase 40 mil metros quadrados do prédio, migrando dos atuais 20 mil metros quadrados na Vila Olímpia.
Fonte: Exame
Com Minha Casa, Minha Vida, MRV eleva lançamentos em 54,2 por cento no segundo trimestre
A MRV&Co registrou lançamentos de R$ 3,4 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 54,2% ante igual período de 2024. No primeiro semestre, os lançamentos totalizaram R$ 6,3 bilhões, expansão de 58,9%, puxados pela melhora nas condições do MCMV (Minha Casa, Minha Vida).
As vendas líquidas no trimestre foram de R$ 2,7 bilhões, subida de 5,8%, e no semestre atingiram R$ 4,8 bilhões, alta de 3,9%. A velocidade de vendas foi de 24,4% no segundo trimestre, queda de 9,4 pontos percentuais. “A venda está bastante forte no Minha Casa, Minha Vida, com a demanda aquecida. Por isso temos sido mais agressivos em lançamentos”, afirmou o diretor Financeiro Ricardo Paixão.
O preço médio dos imóveis vendidos foi de R$ 270 mil, crescimento de 7,6%. A recém-criada faixa 4 do MCMV já responde por cerca de 20% dos lançamentos da MRV. Outros 65% estão na faixa 2 e 3, enquanto aproximadamente 15% estão na faixa 1. A faixa 4 abrange imóveis de até R$ 500 mil.
O resultado poderia ter sido melhor não fosse o represamento de R$ 310 milhões em vendas devido a atrasos na liberação de recursos de programas habitacionais do Ceará e Amazonas. Ao todo, há 1,3 mil clientes afetados pela pendência.
Em termos consolidados, a MRV&Co teve geração de caixa ajustada de R$ 136,4 milhões. A maior contribuição veio da subsidiária Resia, nos Estados Unidos, com geração de caixa de US$ 39,3 milhões oriunda da venda de ativos.
Fonte: E-investidor/Estadão
