Governo federal quer ampliar Minha Casa, Minha Vida para rendas até R$ 12 mil. Aluguel residencial sobe acima da inflação no primeiro bimestre de 2025. Expectativa de alta da Selic para 14,25% aponta cenário de maior restrição de crédito para imóveis de médio e alto padrão.
- Governo quer ampliar Minha Casa, Minha Vida para rendas até R$ 12 mil
- Expectativa de alta da Selic aponta cenário de maior restrição de crédito para imóveis de médio e alto padrão
- Aluguel residencial sobe acima da inflação no 1º bimestre
- Corretor é preso por vender mesmo imóvel a várias pessoas em SC
Governo quer ampliar Minha Casa, Minha Vida para rendas até R$ 12 mil
O governo federal planeja expandir o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em 2025, criando uma nova faixa para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A medida visa atender à classe média, que enfrenta dificuldades no acesso ao crédito imobiliário devido à escassez de recursos da poupança e ao encarecimento do crédito com juros em alta.
Para viabilizar a nova faixa, a administração Lula solicitou ao Congresso Nacional uma alteração na proposta orçamentária, injetando R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal nas faixas atuais do programa. Isso permitirá o uso dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a nova faixa.
Na nova faixa, os juros devem ficar em torno de 8% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), com desconto para cotistas do FGTS. O valor máximo do imóvel, atualmente em R$ 350 mil, também deverá aumentar, podendo chegar a R$ 600 mil.
Os detalhes estão sendo discutidos entre os ministros das Cidades, Jader Filho, da Casa Civil, Rui Costa, e representantes da Fazenda e da Caixa Econômica Federal.
Na outra ponta, o governo planeja lançar uma linha de crédito para reformas – mais especificamente a construção de banheiros – visando zerar o déficit de 367 mil domicílios sem banheiros no país, conforme dados do Censo 2022. Nessas moradias residem 1,2 milhão de pessoas, equivalente a 0,6% da população. Piauí (5,0%), Acre (3,8%) e Maranhão (3,8%) foram os estados com maior percentual de casas sem banheiros.
As medidas ainda dependem de aprovação do Legislativo para serem incluídas no orçamento de 2025, cuja votação está prevista para esta semana, mas que vem sendo adiada por falta de consenso.
Fontes: O Globo e Exame
Expectativa de alta da Selic aponta cenário de maior restrição de crédito para imóveis de médio e alto padrão
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano na reunião que começa nesta terça-feira (18) e se encerra na quarta (19). Se a expectativa se confirmar, os juros básicos da economia atingirão o maior patamar desde outubro de 2016. A alta deve impactar negativamente o crédito imobiliário, especialmente para imóveis de médio e alto padrão.
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) prevê uma retração de 15% a 20% no crédito imobiliário em 2025. Em 2024, foram financiados 568,2 mil imóveis, totalizando R$ 186,7 bilhões. Para este ano, a estimativa é de R$ 155 bilhões.
A principal preocupação são os efeitos da Selic no crédito, que já estão sendo repassados aos tomadores, a exemplo do que fez a Caixa Econômica Federal, maior financiadora do setor. O banco reajustou sua taxa de crédito atrelada à poupança para até 13,36% ao ano e o movimento foi seguido por instituições privadas.
“O mercado imobiliário é altamente dependente do crédito bancário. Pelo alto custo envolvido, as construtoras e incorporadoras costumam recorrer aos bancos para financiar a construção de empreendimentos. Após a entrega, os consumidores, em sua maioria, precisam do financiamento bancário para adquirir o imóvel. A lógica é a mesma quando se fala de imóveis usados”, explica Amadeu Mendonça, sócio do escritório Tizei Mendonça Advogados Associados.
Mendonça destaca que o cenário favorece investidores com capital para compras à vista ou em poucas parcelas. Alternativas como consórcios e permutas também ganham relevância. ” O mercado imobiliário é cíclico”, pondera. “Temos também investidores interessados em permutas. Ou seja, em adquirir terrenos para permutá-los com incorporadores, o que pode resultar em uma margem de lucro maior”, reforça.
O cenário deve favorecer a migração das incorporadoras para os segmentos Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e de luxo, enquanto o médio e alto padrão perdem força por serem mais dependentes do crédito. Para o MCMV, a Caixa oferece opções de financiamento com recursos do FGTS e taxas a partir de 4% ao ano.
Fonte: Jornal do Commercio
Aluguel residencial sobe acima da inflação no 1º bimestre
Os preços do aluguel residencial subiram 2,04% no primeiro bimestre de 2025, superando a inflação oficial (IPCA) de 1,47% no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Índice FipeZAP de Locação Residencial, em fevereiro, o aumento foi de 1,07%, marcando o terceiro mês consecutivo de aceleração nos aluguéis.
A forte demanda e baixa oferta de imóveis explicam o movimento, segundo Paula Reis, economista do DataZAP. O preço médio do aluguel residencial no país atingiu R$ 47,47/m², com São Paulo liderando como a cidade mais cara (R$ 59,19/m²), seguida por Recife (PE) e Belém (PA). Apesar da alta mês a mês, o histórico mostra perda de força ante os anos anteriores.
“As variações mensais observadas em 2025 são inferiores às verificadas nos mesmos meses de 2024, 2023 e 2022, o que nos indica, até o momento, a continuidade da desaceleração do reajuste do preço dos aluguéis”, pontuou Reis.
No setor comercial, o índice FipeZAP para salas de até 200m² em 11 grandes cidades apontou aumento de 8% em 2024, também superando a inflação. As empresas estão otimizando espaços existentes devido aos altos custos de realocação, segundo Inon Neves, vice-presidente da Access, empresa de gestão de informações.
“O problema é que nos anos subsequentes à pandemia várias empresas reduziram drasticamente seu espaço físico. Voltar à operação presencial significa que as empresas precisarão realocar as pessoas sem redimensionar o espaço de maneira significativa, já que uma renegociação no preço do aluguel neste momento pode levar a um aumento expressivo”, pondera Neves. “A saída fica por conta da otimização do espaço existente”, explica.
Como alternativa, muitas empresas estão adotando a terceirização da guarda de documentos, liberando espaço nos escritórios. Segundo a Associação Brasileira de Gestão de Documentos (ABGD), empresas de médio porte podem economizar até 30% em custos operacionais ao adotar soluções de gestão documental terceirizada.
Para 2025, espera-se que o mercado de locação seja impulsionado pela redução nas vendas de imóveis, consequência do aumento do custo de crédito e da diminuição dos recursos da poupança.
Fontes: CNN Brasil e Jornal do Belém
Corretor é preso por vender mesmo imóvel a várias pessoas em SC
Um corretor de imóveis foi preso preventivamente em Navegantes, Santa Catarina, suspeito de vender o mesmo imóvel para diferentes compradores e se apropriar de valores destinados aos proprietários. A Polícia Civil informou que uma das vítimas relatou prejuízo de R$ 212 mil.
Foram bloqueados das contas do suspeito R$ 540 mil para ressarcir as vítimas. As investigações começaram em dezembro de 2024, com sete boletins de ocorrência registrados até o momento.
Segundo a polícia, o corretor se apropriava de valores que deveriam ser repassados aos proprietários dos imóveis, tanto a título de arras (garantia de contrato), quanto de aluguéis, além de enganar as vítimas, recolhendo somas em dinheiro para supostamente pagar custas de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (Creci-SC) colaborou com a investigação e orientou as vítimas a registrarem denúncias. O órgão considera a prisão “um passo fundamental para a construção de um mercado imobiliário com mais credibilidade”. A Polícia Civil pede que outras possíveis vítimas entrem em contato para denunciar. O Creci-SC informou que dará sequência à suspensão cautelar do registro do corretor.
Fonte: g1