Crise na poupança ameaça financiamentos da Caixa Econômica em 2025. Bairros de subúrbio carioca crescem em valorização e rivalizam com zona Sul em preços de imóveis. Construtoras da B3 podem se beneficiar com ampliação do MCMV.
Crise na poupança ameaça financiamentos da Caixa Econômica em 2025
A Caixa Econômica Federal, responsável por quase 70% dos financiamentos habitacionais no Brasil, enfrentou obstáculos na concessão de crédito imobiliário em 2024, situação que pode se repetir em 2025. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) registrou saída de R$ 21,7 bilhões no ano passado, segundo o Banco Central, resultando em atrasos na liberação de recursos.
Ao mesmo tempo, os compradores relatam dificuldades crescentes. Um casal paulistano, após aprovação de R$ 1,3 milhão, migrou para outro banco devido à demora. “O gerente foi transparente em falar que havia um contingenciamento de recursos e que não via horizonte de mudança”, contam.
A Caixa alega ter concedido R$ 223,6 bilhões em crédito imobiliário em 2024, um aumento de 20,6% em relação a 2023. Para 2025, o banco prevê manter o mesmo patamar de contratações, com uma carteira de R$ 832,1 bilhões.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) reconhece as ações da Caixa, mas adverte sobre uma questão sistêmica de falta de recursos. “É imprescindível que sejam ampliados os recursos para financiamento, por meio de medidas como a liberação do Compulsório da Poupança [parte dos depósitos de poupança que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central], a redução de prazo do vencimento das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) para 90 dias, além de um aprimoramento nas regras de emissão, tornando o papel mais direcionado para o financiamento a imóveis residenciais”, afirma a entidade.
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) projeta uma queda de cerca de 17% no volume de crédito com recursos da poupança para 2025, estimando entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões.
Especialistas sugerem que consumidores podem buscar alternativas diante do cenário de juros altos e inflação. “A tendência é que os consumidores mudem um pouco o formato de compra de imóveis e busquem outras alternativas, como o aumento do valor da entrada e o financiamento direto com construtoras”, aconselha Daniela Ferrari, do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil).
“Enquanto gerenciamos a demora na liberação do financiamento, buscamos meios de garantir a liquidez de recursos do cliente para aumentar a parcela de entrada”, complementa Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar.
Fonte: Valor Investe
Bairros de subúrbio carioca crescem em valorização e rivalizam com zona Sul em preços de imóveis
Uma tendência silenciosa no mercado imobiliário do Rio de Janeiro está redefinindo o conceito de moradia de alto padrão. Enquanto a zona Sul mantém sua fama de região nobre, bairros do subúrbio emergem como protagonistas inesperados, atraindo compradores e investidores com uma combinação de infraestrutura, qualidade de vida e valores que desafiam expectativas.
Segundo levantamento realizado pela Loft, bairros como Tijuca, Méier, Vila da Penha e Jardim Guanabara surpreendem com preços do metro quadrado entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, rivalizando com áreas tradicionais da Zona Sul como Glória, Catete e Cosme Velho.
Esta transformação revela uma mudança nas preferências dos cariocas e levanta questões sobre o futuro desenvolvimento urbano da Cidade Maravilhosa. Áreas antes negligenciadas agora oferecem uma alternativa real para quem busca preço e qualidade de vida.
O Méier, com o terceiro maior IDH da zona Norte, destaca-se com metro quadrado alcançando R$ 6 mil. Vila Valqueire, apelidada de “zona Sul do Subúrbio”, impressiona com IDH de 0,904. O bairro se tornou escolha frequente de cariocas aposentados que buscavam segurança, explicam corretores locais. O metro quadrado na área chega a R$ 5 mil.
A Vila da Penha surpreende com valor médio de R$ 5,2 mil por metro quadrado, segundo a plataforma Loft. O Grajaú, carinhosamente chamado de “a Urca da Zona Norte”, mantém preços similares.
O Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, destaca-se como o mais valorizado da zona Norte, com metro quadrado próximo a R$ 6 mil. É o 3º melhor IDH do município, ficando atrás apenas de Gávea e Leblon. E a Tijuca, controversamente incluída como subúrbio, chega a competir diretamente com a zona Sul. O preço do metro quadrado na Tijuca alcança impressionantes R$ 7 mil.
Fonte: Diário Carioca
Construtoras da B3 podem se beneficiar com ampliação do Minha Casa, Minha Vida
O governo federal anunciou a realocação de R$ 15 bilhões do Fundo Social para expandir a Faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), possivelmente criando uma nova “Faixa 4”. As mudanças em análise incluem o aumento do limite de renda familiar para R$ 12 mil mensais, elevação do teto de preço dos imóveis para até R$ 450 mil e oferta de financiamento com taxas de cerca de 8% ao ano + Taxa Referencial (TR).
Instituições financeiras apontam quais as construtoras com ações na B3 – Bolsa de valores de SP – que mais se beneficiarão das mudanças. A XP alerta que o consumo deste orçamento adicional pode ser lento. A corretora destaca que ajustes no programa podem beneficiar empresas como Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).
O BBI e a Genial Investimentos também apontam as construtoras, junto com a Plano & Plano (PLPL3), como potenciais beneficiárias da medida, devido à maior exposição ao Grupo 3 do MCMV. O BTG considera o anúncio surpreendente, dado o grande orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ainda disponível para 2025.
O BTG ressalta que, se implementadas, as medidas permitirão às empresas aumentar significativamente os lançamentos na nova faixa ou elevar os preços de venda dos imóveis do segmento, beneficiando particularmente Cury e Direcional, que já têm operações relevantes na potencial “Faixa 4” do MCMV.
Fonte: Infomoney
Aluguel tem alta no Rio e queda em São Paulo, em janeiro
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) registrou queda de 23,82% nas vendas e 3,53% nas locações de imóveis em janeiro, comparado a dezembro. O estudo, realizado com 5.563 imobiliárias, mostrou que 58,2% dos negócios foram financiados, principalmente pela Caixa Econômica Federal.
“Os resultados de janeiro refletem um cenário desafiador no mercado imobiliário residencial do Estado de São Paulo”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Ele destacou a importância do crédito imobiliário e a tendência de busca por moradias acessíveis.
No Rio de Janeiro, o cenário é diferente. Segundo estudo da APSA, o valor médio dos aluguéis subiu 0,27% em janeiro, acumulando alta de 24,17% em 12 meses. O metro quadrado médio está em R$ 49,93.
“A recente elevação da taxa Selic para 13,25% ao ano influencia este cenário de aumento dos preços, devido a maior procura, num momento em que há baixa oferta de imóveis para locação”, explica Leonardo Schneider, diretor-superintendente da APSA.
A taxa de vacância média no Rio chegou a 6,4% em janeiro, variando entre regiões. Na Barra da Tijuca, atingiu 11,4%, enquanto na Zona Sul ficou em 4,4%.
Fonte: Monitor Mercantil