Crowdfunding ganha força no mercado imobiliário brasileiro. Agronegócio impulsiona mercado imobiliário de Balneário Camboriú (SC). Aluguel comercial dispara acima da inflação e preços atingem alta recorde de 7,88% em 2024.
Crowdfunding ganha força no mercado imobiliário brasileiro
Um movimento em busca de recursos para financiar obras vem chamando a atenção do mercado imobiliário brasileiro: operações de crowdfunding, ou captação coletiva. Incorporadoras de menor porte, que não têm acesso fácil ao mercado de capitais, ampliaram este tipo de financiamento via plataformas eletrônicas de investimento coletivo como forma de driblar a redução dos recursos da poupança e novas regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Dados da autarquia revelam que o volume de operações de crowdfunding quase quadruplicou em 2024, atingindo R$ 1,385 bilhão, em comparação com R$ 320,9 milhões em 2023.
Segundo Paulo Deitos, presidente da Associação Brasileira de Crowdfunding de Investimento (CrowdInvest), a previsão é de um “crescimento brutal” nos próximos 12 meses deste tipo de investimento.
“Entramos na rotina dos fundos imobiliários e, no ano que vem, mais gente vai perceber que é uma saída para viabilizar operações, principalmente de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), em volumes mais baixos”, afirma.
A Longitude, incorporadora atuante na região de Campinas (SP), utiliza o crowdfunding desde 2017. Guilherme Bonini, co-CEO da empresa, explica que essa modalidade representa até 5% do valor total das obras. “O crowdfunding é um dos veículos, assim como fundos que entram como equity ou empréstimos”. Em 2024, a Longitude entregou R$ 1 bilhão em 12 obras e planeja lançar 14 empreendimentos em 2025, totalizando R$ 1,1 bilhão.
A Urbe.me, plataforma parceira da Longitude, expandiu sua atuação em 2024, operando com gestoras, bancos e family offices. Rodrigo Rocha, diretor da plataforma, revela que o volume de investimentos institucionais ultrapassou o de pessoas físicas no ano, com R$ 50 milhões contra R$ 45 milhões.
A Resolução CVM 88 de 2022 ampliou os limites de captação e faturamento para as plataformas de crowdfunding, impulsionando o crescimento do setor. O número de plataformas registradas mais que dobrou desde 2019, chegando a 82 no terceiro trimestre de 2024.
Apesar dos desafios de liquidez para investidores pessoa física, os investimentos coletivos têm se mostrado uma alternativa viável. “Fizemos vários projetos bem robustos, com bons incorporadores, mas que não estavam acessando o funding bancário. Antes a conta não fechava, mas com o crowdfunding fecha para pequenas ofertas”, explica Paulo Deitos, da CrowdInvest.
Fonte: Valor
Balneário Camboriú atrai investimentos do agronegócio
Donos de fazendas, empresários agrícolas e profissionais ligados ao agronegócio estão mirando seus investimentos para a “capital dos arranha-céus” de alto padrão, como tem sido chamada a cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Com um crescimento acelerado, a cidade vem atraindo cada vez mais investidores ligados ao setor agrícola, que buscam diversificar patrimônio e desfrutar de conforto e luxo.
“Toda a cadeia produtiva do agro é um forte cliente do mercado imobiliário e, nos últimos cinco anos, vem ampliando o investimento no litoral de Santa Catarina, especialmente em Balneário Camboriú”, observa Jean Graciola, presidente da FG Empreendimentos. Ele menciona um empreendimento que foi rapidamente comercializado, praticamente todo para investidores do agro, brincando que “eles até queriam mudar o nome para Agro Tower”.
O perfil desses compradores é marcado não apenas pelo desejo de diversificação patrimonial, mas também pela busca por um estilo de vida diferenciado. Apartamentos amplos, com vista privilegiada para o mar, áreas de lazer completas e segurança são os itens mais requisitados por esse público. A localização estratégica de Balneário Camboriú, com fácil acesso por aeroportos e rodovias, também é um fator atrativo para os empresários do agronegócio.
Dados do CEPEA/USP mostram que a cadeia produtiva do agronegócio correspondeu a 21,8% do PIB do Brasil em 2024, reforçando a força do setor não apenas no campo, mas também nos centros urbanos. A movimentação no mercado imobiliário está diretamente relacionada aos rendimentos do setor agrícola, que são flutuantes. A safra da soja 2024/2025, por exemplo, deve registrar um aumento de 12%, alcançando 166 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Lauricio Leal, sócio proprietário da Imobille, afirma que “aproximadamente um em cada três apartamentos vendidos em Balneário Camboriú é adquirido por representantes desse setor, que enxergam na cidade não apenas um investimento seguro, mas também o lugar ideal para momentos de lazer e descanso”. Ele acrescenta que muitos também sonham em se mudar para a cidade, atraídos pela segurança, infraestrutura e qualidade de vida.
O impacto do agronegócio no mercado imobiliário de Balneário Camboriú é facilmente explicado em números: cerca de 25% dos clientes vêm desse setor, especialmente do interior de Santa Catarina e de estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rondônia, Paraná e Rio Grande do Sul.
“Na última década, o brasileiro vem apresentando um olhar diferenciado para a cidade e, neste movimento, a cadeia do agro está incluída. Essa consolidação está mais forte nos últimos cinco anos e a tendência é de crescimento para o futuro”, conclui Jean Graciola, da FG Empreendimentos.
Fonte: AGROemDia
Aluguel comercial dispara e preços atingem alta recorde de 7,88 por cento em 2024
O mercado de locação de imóveis comerciais no Brasil registrou um crescimento acima da inflação em 2024, com os preços subindo 7,88%, o maior avanço anual desde o início da série histórica do índice FipeZap (em 2013). O aumento superou o IPCA (4,83%) e o IGP-M (6,54%), considerado o “índice do aluguel”.
Alison Oliveira, coordenador do índice FipeZap, atribui esse fenômeno às altas taxas de juros que prevaleceram durante o ano, desestimulando a compra de imóveis comerciais e aumentando a demanda por locações. “Os juros altos esfriaram o mercado de venda, enquanto a locação já recuperou toda a perda da pandemia e continua crescendo”, explica.
Entre as cidades monitoradas, Niterói liderou a valorização dos aluguéis com um aumento de 17,84%, seguida por Curitiba (10,89%) e Rio de Janeiro (9,05%). Em contraste, o mercado de venda de imóveis comerciais teve um crescimento modesto de apenas 0,40% no mesmo período.
O preço médio de locação comercial em dezembro de 2024 ficou em R$ 45,53/m², com São Paulo apresentando os valores mais elevados (R$ 54,40/m²). O retorno médio do aluguel de imóveis comerciais (rental yield) atingiu 6,70% ao ano, superando o mercado residencial, mas ainda abaixo de aplicações financeiras tradicionais.
Apesar do forte desempenho do setor de locações, o mercado imobiliário de escritórios continua enfrentando desafios, como a adoção do trabalho híbrido em grandes centros, que impacta a demanda por espaços comerciais. O cenário para 2025 permanece incerto, dependendo da evolução das taxas de juros e da recuperação econômica, apontam especialistas.
Fonte: Infomoney
Superlógica capta R$ 75 milhões para combater inadimplência em condomínios
O Grupo Superlógica, especializado em soluções tecnológicas e financeiras para o mercado condominial e imobiliário, acaba de captar R$ 75 milhões por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). O fundo, estruturado pela RGS Partners e gerido pela Kanastra, busca financiar a expansão do produto ‘Inadimplência Zero’ da empresa.
O FIDC da Superlógica é pioneiro no setor, utilizando um formato padronizado que compra apenas boletos condominiais ainda não vencidos. Desta forma a empresa atrai investidores, mitigando riscos e atendendo a políticas de gestão mais rigorosas.
“A expansão do nosso portfólio é essencial no nosso caminho rumo ao IPO, e vemos potencial em crescer em vários produtos financeiros. E, agora, com o Inadimplência Zero ganhando vida própria, iremos acelerar os outros”, afirma Marcos Nascimento, CFO da Superlógica.
A empresa, que atende cerca de 110 mil condomínios, lançou o programa para zerar a falta de pagamento da taxa condominial em 2021. O produto garante a arrecadação prevista, independentemente do pagamento efetivo pelos condôminos. Atualmente, 2% da base de clientes da empresa utiliza este serviço.
Segundo João Baroni, diretor de crédito da Superlógica, o fundo permitirá acelerar a oferta do produto e liberar caixa para outras iniciativas. A empresa, que já recebeu investimentos do fundo Warburg Pincus, transacionou mais de R$ 35 bilhões em 2023.
O mercado condominial enfrenta desafios crescentes com a falta de pagamento dos boletos por moradores, com a inadimplência atingindo 13,84% em outubro de 2024. Apesar disso, o crédito condominial é considerado de alta qualidade devido às suas características jurídicas e prioridade de pagamento pelas famílias.
Fonte: NeoFeed