Índice de preços do mercado imobiliário atinge maior variação desde 2022. Bela Vista lidera vendas de novos apartamentos na capital paulista. Paraíba e Amazonas lideram ranking de inadimplência de aluguel no Brasil.
Índice de preços do setor imobiliário atinge maior variação desde 2022
O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,23% em dezembro, desacelerando em relação à alta de 0,82% de novembro. A taxa interanual passou de 13,77% para 12,73%, alcançando a maior variação desde 2022. O IGMI-R funciona como termômetro das tendências do mercado imobiliário, capturando variações regionais e interações com outros índices econômicos.
“A desaceleração do IGMI-R em dezembro de 2024 reflete uma dinâmica mais moderada no mercado imobiliário residencial, embora o índice ainda registre um crescimento significativo em termos acumulados”, explicou a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), responsável pelo indicador.
Em dezembro, o IGMI-R desacelerou em seis das 10 cidades analisadas pela Abecip. Segundo a entidade, esse comportamento reflete fatores como condições de financiamento e níveis de demanda no mercado imobiliário.
No Nordeste, o Recife se destaca positivamente: a variação passou de -0,96% para 0,18%, com resultado anual de 7,16%. Na mesma região, Salvador registrou desaceleração, recuando de 1,57% para 0,62%. No Sul, Curitiba teve o maior recuo, de 1,42% para 0,20%, enquanto no Centro-Oeste, Goiânia apresentou a maior desaceleração, passando de 1,27% para 0,06%.
O IGMI-R parece ter seguido uma tendência vista nos preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR), que também desaceleraram, com a variação interanual média passando de 8,75% para 8,63%. No acumulado do ano, a variação do o IGMI-R recuou de 13,77% para 12,73%, mas ainda assim foi a maior desde 2022.
A Abecip aponta que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – que apresentou discreta aceleração em sua taxa interanual, de 6,33% em novembro para 6,34% em dezembro – pode atuar como indicador antecedente para os movimentos do IGMI-R, embora com defasagens temporais.
Fonte: Jornal do Commercio
Bela Vista lidera vendas de novos apartamentos em São Paulo
A região da Bela Vista, na área central da capital paulista, lidera o ranking de bairros com maior venda de novos apartamentos em São Paulo, segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O levantamento, que considera 11 das regiões mais disputadas pelas construtoras, revelou um aumento de 28% nas vendas até setembro de 2024.
A Bela Vista registrou 2.996 unidades vendidas, um crescimento de 104% em relação ao mesmo período de 2023. Santo Amaro ficou em segundo lugar, com 2.402 unidades vendidas (alta de 35%), seguido pela Barra Funda, com 2.128 unidades (alta de 151%).
Regiões da zona leste, como Vila Carrão e Vila Matilde, apresentaram tendência de alta significativa. A Vila Carrão teve um aumento de 854% nas vendas, passando de 63 para 601 unidades. Já a Vila Matilde registrou um crescimento de 243%, saindo de 80 para 274 unidades vendidas.
Em contrapartida, bairros tradicionais como Mooca, Cambuci e Campo Belo apresentaram queda nas vendas de 41%, 59% e 30%, respectivamente.
Quanto aos lançamentos, a Mooca liderou com 3.765 novas unidades (aumento de 10%), seguida pela Barra Funda com 3.434 unidades (crescimento de 1.787%) e Bela Vista com 2.842 unidades (alta de 56%).
O valor geral de vendas (VGV) nos 11 bairros monitorados alcançou R$ 43,4 bilhões, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O preço médio do metro quadrado na capital subiu 8%, chegando a R$ 14,4 mil, com o Jardim Everest registrando o valor mais alto, ultrapassando R$ 44 mil/m².
Fonte: Folha de S.Paulo
Paraíba e Amazonas lideram ranking de inadimplência de aluguel
O Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica apresentou alta de 0,26% em dezembro de 2024, atingindo 3,46% de inadimplentes. Este foi o patamar mais elevado no segundo semestre de 2024. O pico anual foi de 3,86% observado em fevereiro e abril.
As regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas de inadimplência do aluguel no país, com 7,05% e 5,02%, respectivamente. As regiões foram seguidas por Centro-Oeste (3,67%), Sudeste (3,13%) e Sul (2,73%).
A Paraíba lidera o ranking estadual com 15,77% de inadimplentes, seguida por Amazonas (12,50%), Pará (8,99%), Rondônia (8,18%) e Acre (6,26%). Em contrapartida, Santa Catarina apresenta a menor taxa (1,97%), seguida por Espírito Santo (2,01%) e Amapá (2,44%).
Curiosamente, os grupos com maior inadimplência são os que pagam aluguéis de até R$ 1 mil (5,43%) e acima de R$ 13 mil (5,19%).
Manoel Neto, Diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, atribui o aumento da inadimplência à conjuntura social do país, incluindo o crescimento das apostas em “bets”. “Em um ano marcado pelo crescimento das apostas esportivas e jogos online, o impacto nas finanças dos brasileiros foi considerável”, aponta.
A perspectiva para 2025 não é positiva, com projeções de aumento na inflação e nas taxas de juros pressionando o orçamento das famílias.
O estudo, realizado mensalmente, considera dados de mais de 800 mil pessoas em todo o Brasil, classificando como inadimplentes aqueles com boletos não pagos ou pagos com atraso superior a 60 dias.
Fonte: Estadão
Ricardo Nunes veta alterações na Lei de Zoneamento de São Paulo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), vetou integralmente o projeto de lei que propunha novas alterações na Lei de Zoneamento da cidade. A decisão, publicada no Diário Oficial de quarta-feira (22), afetaria distritos como Cidade Jardim, Alto de Pinheiros e Sé.
Nas razões do veto, a gestão Nunes argumenta que as modificações trariam “insegurança jurídica” para o mercado imobiliário, além de afetar diretamente o planejamento urbano. A Prefeitura destaca que as alterações foram propostas sem os devidos estudos técnicos e diretrizes dos instrumentos de planejamento urbano.
O projeto de lei original, de autoria do vereador Rodrigo Goulart (PSD), atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, recebeu mais de 30 emendas na votação final em dezembro. As mudanças incluíam flexibilizações em restrições e parâmetros em diversos bairros.
A Câmara Municipal afirmou que o veto é prerrogativa do prefeito e que a análise sobre uma possível derrubada do veto ocorrerá “no momento oportuno”. Especialistas criticaram a forma como o projeto e outros similares foram aprovados, com textos divulgados pouco antes das votações.
Nunes já havia sinalizado a possibilidade de veto, ressaltando a necessidade de análise técnica do texto. O prefeito argumenta que a sanção do projeto implicaria em ações conflitantes com as diretrizes estabelecidas pelo poder público, afetando áreas de preservação ambiental, estímulo a empregos e habitação para baixa renda.
Fonte: Folha de S.Paulo