Falta de executivos qualificados ameaça expansão da construção civil. Governo reduz prazo mínimo de LCI e LCA para seis meses. Bairros tradicionais lideram crescimento de 6,7% nas vendas de imóveis em Porto Alegre no primeiro tri.
- Falta de executivos qualificados ameaça expansão da construção civil, alerta headhunter
- Governo reduz prazo mínimo de LCA e LCI para seis meses
- Bairros tradicionais lideram crescimento de 6,7 por cento nas vendas de imóveis em Porto Alegre
- Imigração em queda pode ser o maior risco para o mercado imobiliário da Flórida
Falta de executivos qualificados ameaça expansão da construção civil, alerta headhunter
A escassez de mão de obra especializada vem se tornando um problema crônico para a construção civil brasileira. Os problemas passam pela regionalização de projetos, falta de qualificação profissional e especialização. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), mais de 80% das empresas do setor no Brasil enfrentam dificuldades para contratar profissionais.
O desafio não se limita aos canteiros de obras. Segundo Fabio Cassab, sócio da consultoria EXEC e especialista em recrutamento executivo, as construtoras chegam a engavetar terrenos por falta de profissionais qualificados. “Antes existia um volume menor de construtoras que concentravam a maior quantidade de obras pelo país. Hoje, você tem muitas construtoras, incluindo as regionais”, explica.
A regionalização dos projetos intensifica a disputa por talentos. “É difícil contratar pessoas para as construtoras do Nordeste porque os profissionais mais qualificados estão no Sudeste e não aceitam se mudar para lá”, afirma Cassab, que já recrutou para empresas como Rossi, Odebrecht e Moura Dubeux.
“O problema se estende à formação profissional. O Censo da Educação Superior de 2023 revela que dos 1,1 milhão de estudantes que ingressaram em Engenharia Civil desde 2010, apenas 403 mil se formaram. “O diploma não significa que estou diante de um profissional qualificado, capaz de entregar os resultados esperados”, observa Cassab.
O envelhecimento da força de trabalho também agrava o cenário. Dados do IBGE mostram que a idade média dos trabalhadores nas obras brasileiras subiu de 37,4 anos em 2012 para 41,2 anos em 2023.
Para Rafael Gregório Jaworski, diretor de Gente e Gestão do grupo Romitex, a solução não virá rapidamente. “Somente com investimento nas pessoas será possível alinhar crescimento com qualidade e responsabilidade no setor da construção civil”, avalia.
Fonte: Estadão
Governo reduz prazo mínimo de LCA e LCI para seis meses
O Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu de nove para seis meses o prazo mínimo de vencimento das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). A medida, que passa a vigorar a partir desta sexta-feira (23) com a publicação da resolução no Diário Oficial da União, aplica-se aos papéis emitidos sem previsão de atualização por índice de preços.
“Considerando-se a relevância desses títulos para o financiamento dos segmentos imobiliário e do agronegócio e visando assegurar a captação de recursos de forma sustentável para esses segmentos, o CMN entendeu necessário reduzir os prazos mínimos das LCAs e das LCIs não atualizadas por índice de preços, de 9 para 6 meses”, informou o Banco Central em nota.
O órgão também aprovou mudanças nas regras para emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), estendendo restrições às companhias fechadas e demais pessoas jurídicas que não atuem de forma relevante nesses segmentos.
O CMN é presidido pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) e composto por Gabriel Galípolo (Banco Central) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento).
Fonte: O Globo
Bairros tradicionais lideram crescimento de 6,7 por cento nas vendas de imóveis em Porto Alegre
As vendas de imóveis residenciais em Porto Alegre cresceram 6,7% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, segundo levantamento da Loft.
Os bairros com crescimentos mais expressivos foram os tradicionais Rio Branco (+84,8%), Santana (+71,4%) e Vila Nova (+64,8%), segundo análise de seis mil transações, baseada nos dados oficiais de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) da prefeitura.
“Os três bairros com os maiores crescimentos têm um tíquete médio inferior à média da capital, o que traz a possibilidade de os compradores buscarem melhores negócios”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Em números absolutos, Petrópolis liderou com 313 vendas no trimestre, seguido por Rio Branco (244) e Centro Histórico (219). O estudo considerou apenas bairros com pelo menos 50 transações em 2024 para garantir consistência na análise.
“Entre os campeões de venda, há bairros com tíquete médio perto de R$ 1 milhão e outros mais acessíveis. É uma característica interessante para a cidade, que oferece opções para diferentes públicos”, destaca Takahashi.
Mesmo com o cenário desafiador para financiamentos, devido ao aumento da taxa de juros, os compradores têm encontrado alternativas. “Uma parte significativa cita o uso apenas de recursos próprios para essa aquisição”, completa o especialista.
Fonte: Rádio Guaíba
Imigração em queda pode ser o maior risco para o mercado imobiliário da Flórida
A redução da imigração – e não a desaceleração da migração doméstica ou a crise regulatória dos condomínios – pode representar o principal risco para o mercado imobiliário da Flórida, nos Estados Unidos, alerta um artigo da Bloomberg Línea.
Segundo a publicação, as políticas de imigração restritivas do presidente Donald Trump já mostram efeitos no setor. O governo cortou hipotecas da Federal Housing Administration para compradores com status de imigração temporária, e compradores canadenses – maior grupo internacional na Flórida – começam a recuar em meio às tensões comerciais.
As transações em dinheiro representaram 62% das compras de condomínios e 42% das residências unifamiliares em março, segundo dados da Attom, refletindo a força do comprador internacional, geralmente menos afetado pelas altas taxas de hipoteca. “As políticas de imigração do Presidente Donald Trump podem já ter um efeito inibidor nesse mercado”, afirma a publicação.
A migração doméstica para a Flórida caiu para 64.017 pessoas em 2024, contra 185.067 no ano anterior e 314.467 em 2022, conforme estimativas do Census Bureau.
Entre 2020 e 2022, aposentados americanos e trabalhadores remotos impulsionaram os preços imobiliários no estado, em tendência similar à observada em Phoenix, Austin e Boise. Enquanto outras “cidades superstar” da pandemia começaram a perder força, a Flórida manteve seu mercado aquecido graças aos imigrantes e compradores internacionais.
Segundo a Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês), a Flórida foi o principal destino de investimentos imobiliários estrangeiros em 2024, com compradores principalmente da América Latina e Canadá.
O estrategista Aziz Sunderji mostrou em seu boletim informativo ‘Home Economics’, que a maioria das propriedades canadenses na Flórida é de casas de férias, incluindo grupos significativos ao longo da costa do Golfo do estado.
O artigo cita ainda o enfraquecimento do dólar em relação às principais moedas latino-americanas, após o tarifaço, e cita até mesmo o real brasileiro. “É difícil imaginar que alguém se sentirá mais seguro ao manter o peso mexicano ou o real brasileiro tão cedo, mas os acontecimentos podem prejudicar o comércio de imóveis na Flórida, pelo menos na margem”, diz a publicação.
“Se isso acontecer em um grau significativo, colocará em risco o último bastião de apoio da Flórida para a demanda por imóveis”, complementa.
Fonte: Bloomberg Línea