Em São Paulo (SP), imóveis novos ficam 4,6% mais caros em um ano. Construtoras brasileiras negociam e flexibilizam valores para driblar a falta de créditos e não perder clientes. Metro quadrado na Bahia é 10% mais barato que a média do Nordeste.
Na capital paulista, imóveis novos ficam 4,6 por cento mais caros em 1 ano
O preço médio do metro quadrado de imóveis novos na cidade de São Paulo subiu 4,6% nos últimos 12 meses até abril, de acordo com dados da Brain Inteligência. O levantamento mostra que houve maior aumento na faixa de imóveis que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida, com preços de até R$ 350 mil.
Os imóveis mais caros foram encontrados nos Jardins, na Vila Uberabinha (ao lado de Moema), no Itaim Bibi e na Vila Nova Conceição, com os preços variando de R$ 37,7 mil a R$ 50,9 mil por metro quadrado. Já as unidades que tiveram altas mais expressivas no período analisado estão no Jardim Paulistano (28,6%), Vila Olímpia (25,6%), Jardim América (24,2%) e Indianápolis (10,6%).
A escassez de terrenos para criação de novos prédios e projetos imobiliários é uma dos principais impulsionadores de preços dos imóveis nobres. Já em relação aos segmento popular, segundo o professor do Insper, Ricardo Rocha, o fenômeno é consequência da revisão do Plano Diretor e do programa Minha Casa, Minha Vida, da retomada do trabalho presencial ou híbrido e também dos juros elevados.
Fonte: Estadão
Para não perder clientes, construtoras negociam e flexibilizam valores
Diante da dificuldade para conseguir financiamento imobiliário, e com os consumidores ainda se estruturando financeiramente após os impactos da pandemia, algumas construtoras brasileiras estão mais flexíveis e abertas a negociações. A ordem é não perder clientes. Por isso, as ofertas vão desde o pagamento de dívidas do comprador até descontos progressivos e parcelamento da entrada.
A Rio8, por exemplo, oferece quitar dívidas de até R$ 5 mil para clientes que comprovarem renda e boa situação cadastral, já que as dívidas costumam travar processos de financiamento nos bancos . “Assim não perdemos vendas”, explica a CEO da construtora, Mariliza Fontes Pereira.
A MP Construtora oferece desconto progressivo na aquisição de kits de personalização da unidade para quem pagar um sinal mais alto no ato da compra. “A taxa de adesão dos clientes ao kit personalizado premium vai de 70% a 80%”, afirma o gerente-geral da MP Construtora, Raphael Vasconcelos.
Carlos Palhares, gerente Comercial da MR2, diz que a construtora é agressiva na hora de oferecer vantagens para os clientes que estão a um passo de fechar negócio. “Não gostamos de perder negócio e analisamos caso a caso. A entrada pode ser paga com o carro, por exemplo, que ajudamos o comprador a vender”, pontua.
Para investidores, o foco da negociação está nas facilidades do projeto, no valor do condomínio e na rentabilidade com a locação. A startup Lobie, por exemplo, oferece consultoria para informar sobre as características do empreendimento e auxiliar na potencialização do retorno financeiro.
Fonte: Extra
Metro quadrado na Bahia é 10 por cento menor que média dos imóveis no Nordeste
O preço do metro quadrado (m²) de imóveis residenciais na Bahia ficou 10% mais barato do que a média do Nordeste no primeiro trimestre de 2024, de acordo com levantamento da Brain Inteligência Estratégica. Enquanto o valor médio da região é de R$ 8.816, os baianos pagam R$ 7.908 por m² em um apartamento.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), José Noel Silva, o barateamento do metro quadrado já era esperado por uma acomodação dos preços, especialmente em Salvador. “Os preços aumentaram significativamente durante a pandemia de Covid-19, em razão do custo dos materiais de construção. Agora, até o ano que vem, há uma tendência de acomodação”, afirma, destacando o bom momento para investir.
O número de lançamentos no estado também caiu, 15% nos três primeiros meses de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. Esta redução é um retrato de todo o Nordeste, que teve o mesmo percentual de queda. “No início de 2023, os lançamentos foram puxados pelo programa Minha Casa, Minha Vida”, explica Fábio Araújo, CEO da Brain.
A expectativa do setor é que a retomada da política monetária e a redução da taxa de juros impulsionem novos lançamentos. E apesar da queda nos preços e nos lançamentos, o estoque de imóveis disponíveis no estado é baixo. Em Salvador e Região Metropolitana, há apenas 4.619 unidades à venda, com previsão de esgotamento até setembro.
De acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), 41% da população tem a intenção de comprar um imóvel nos próximos 12 meses.
Fonte: A Tarde
Operação Água Espraiada precisa de ajustes para evitar colapso da Berrini
Duas décadas após seu avanço, a operação urbana Água Espraiada, na capital paulista, enfrenta desafios como casas abandonadas, milhares de moradias irregulares e trânsito intenso. Realizada no eixo das avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini, Doutor Chucri Zaidan e Jornalista Roberto Marinho, a operação precisa agora de mudanças para ajustar o rumo.
Neste sentido, a Câmara Municipal já aprovou, em primeiro turno, alterações consideradas importantes para evitar o colapso da região. Dividida em cinco setores, a operação atraiu rapidamente investidores para o entorno da Berrini, mas perdeu competitividade com as revisões do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, que ofereceram vantagens para construções próximas a estações de metrô e corredores de ônibus.
Segundo o arquiteto Marcelo Ignatios, “existe um limite para se construir e ultrapassá-lo pode levar ao colapso de uma região”. A arrecadação para a continuidade da operação, sobretudo quanto à produção de habitação de interesse social, está emperrada devido ao desinteresse pelos estoques de áreas ainda disponíveis. Estima-se um déficit de mais de cinco mil moradias para famílias de baixa renda, de um total de oito mil previstas no perímetro.
Casas em quadras classificadas como zonas exclusivamente residenciais enfrentam dificuldades, pois a mudança de uso depende da compra de Cepacs, com valores que podem ultrapassar R$ 160 mil. Enquanto isso, em um trecho do Brooklin fora da operação, dezenas de casas foram demolidas para dar lugar a prédios, com propostas de compra chegando a R$ 18 mil por metro quadrado.
Fonte: Folha de S.Paulo