Ranking revela bairros com mais vendas de apartamentos em São Paulo. Juros altos impactam financiamento imobiliário e reduzem mercado de médio padrão. São Paulo tem mercado imobiliário mais justo entre 25 grandes cidades, diz UBS.
- Vila Andrade lidera ranking de bairros com mais vendas de apartamentos em SP
- Com juros altos, classe média é quem mais sofre para financiar imóveis
- São Paulo tem mercado imobiliário mais justo entre 25 grandes cidades, diz UBS
- Proprietários de imóveis de alto padrão em SP denunciam startup por golpe no repasse de aluguel
Vila Andrade lidera ranking de bairros com mais vendas de apartamentos em SP
Entre os bairros paulistanos que mais venderam apartamentos em 2024, a Vila Andrade, na zona Sul, lidera com 1.191 transações entre janeiro e julho. O estudo, realizado pela startup Loft, utiliza dados do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
A Bela Vista, no Centro, ocupa a segunda posição no ranking das campeãs de vendas, com 989 unidades negociadas, seguida pelo bairro do Tatuapé, na zona Leste, com 911 transações.
O levantamento também apresenta o ticket médio dos imóveis por bairro: o Itaim Bibi, região nobre da cidade, possui os imóveis mais caros, com média de R$ 2,64 milhões. Na outra ponta está Guaianases, no extremo Leste, com o menor valor médio de R$ 170,5 mil.
Em comparação com 2023, o bairro do Pari, no Centro, registrou o maior crescimento em vendas, com um aumento de 80% nas negociações. Já os bairros de Guaianases e Cidade Dutra (ZL) completam o pódio das regiões com maior variação positiva (80,4% e 78%, respectivamente).
Quanto ao tipo de imóvel, os apartamentos até 90 m² tiveram o maior crescimento nas vendas, com 19%. Os de 91 m² a 139 m² aumentaram 16%, e os acima de 140 m² registraram aumento de 11% no mesmo período (janeiro a julho).
Fonte: IstoÉ Dinheiro
Com juros altos, classe média é quem mais sofre para financiar imóveis
O aumento da taxa Selic para 10,75% ao ano e a menor participação da poupança no financiamento imobiliário devem resultar em elevação das taxas de juros do crédito para o setor, segundo representantes de bancos e incorporadoras presentes no fórum da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), realizado em São Paulo.
Bruno Bianchi, diretor do Itaú BBA, destacou que desde 2018 a participação da poupança no total do funding imobiliário caiu para um terço. Thiago Lisboa, do Bradesco, afirmou que o mercado de crédito imobiliário no Brasil tem, historicamente, uma taxa 1,5 ponto percentual menor que a Selic.
Uma pesquisa inédita da Abrainc e Brain Inteligência Estratégica revelou que o mercado de médio padrão registrou queda na participação de unidades lançadas, passando de 60% para 50% do Valor Global Lançado (VGL) em um ano.
O percentual ainda está bem acima da participação de outros segmentos imobiliários, como o de alto padrão, que representou 26% do VGL do trimestre, e do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que respondeu pela fatia restante de 24%.
A pesquisa também mostrou que 48% dos entrevistados têm intenção de compra de imóveis, o maior número já registrado. Contudo, esse patamar cai para 40% na faixa de renda entre R$ 10 mil e R$ 20 mil mensais.
Segundo a Abrainc, os dados ressaltam a importância da classe média para o mercado imobiliário, mostrando que esse segmento tem um papel crucial para o desempenho do setor e para a geração de emprego e renda.
“A classe média tem interesse em comprar imóveis, mas encontra dificuldade em obter crédito devido aos juros elevados e ao alto custo do funding”, afirmou Luiz França, presidente da associação.
Apesar dos desafios, os participantes do fórum ressaltaram que a demanda dos consumidores se mantém. Miguel Mickelberg, da Cyrela, afirmou que as empresas estão se adaptando, diversificando suas fontes de financiamento. A Cyrela, tinha 75% do seu “funding” vindo de recursos da poupança, via financiamento do tipo Plano Empresário, mas hoje recuou essa parcela para 50%, com mais presença de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Já o diretor financeiro da EZTec, Emilio Fugazza, disse que há mais demanda por financiamento direto dos incorporadores aos clientes, embora isso ainda seja incipiente.
Fontes: Valor Econômico, CNN e Seu Dinheiro
São Paulo tem mercado imobiliário mais justo entre 25 grandes cidades, diz UBS
São Paulo apresenta o menor risco de bolha imobiliária entre 25 grandes cidades do mundo, segundo o UBS Global Real Estate Bubble Index (Índice Global de Bolha Imobiliária) de 2024. A capital paulista recebeu nota 0,04, indicando baixo risco, em uma escala que vai até 1,5 para alto risco.
Nos últimos quatro trimestres, os preços dos imóveis em São Paulo tiveram um ligeiro aumento de 2% em termos reais. No entanto, comparado ao pico de 2014, os valores ainda estão 20% menores. O aluguel continua mais atraente que a compra devido às altas taxas de juros, resultando em um aumento de quase 10% nos preços dos aluguéis no último ano.
O UBS aponta uma demanda por moradias bem localizadas na capital paulista, impulsionada pelo crescimento econômico. Contudo, a inflação alta e a perspectiva de aumento da Selic limitam a valorização dos preços reais.
Globalmente, Miami lidera como a cidade com maior risco de bolha imobiliária, com nota 1,79. Desde 2019, os preços dos imóveis na cidade americana subiram quase 50% em termos reais.
“As cidades que tiveram as maiores quedas de preços são aquelas que apresentaram um alto risco de bolha imobiliária em anos anteriores”, explica Claudio Saputelli, Head de Real Estate do UBS Wealth Management.
O UBS prevê uma recuperação do mercado imobiliário global com a expectativa de queda nas taxas de juros em muitos países, tornando a compra de imóveis mais vantajosa em relação ao aluguel.
Fonte: Seu Dinheiro
Proprietários de imóveis de alto padrão em SP denunciam startup por golpe no repasse de aluguel
Um grupo de 85 proprietários de imóveis de alto padrão em bairros nobres da cidade de São Paulo acusa a startup Tabas by Blueground de não repassar aluguéis e não quitar condomínios e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) desde o início de 2024. O prejuízo total já ultrapassa R$ 1,5 milhão, segundo a advogada que representa o grupo.
A Tabas, que atua em território paulista, Rio de Janeiro e Brasília, oferece apartamentos mobiliados sem necessidade de garantias. A empresa afirma estar ciente dos casos, que estão em discussão judicial, alegando que “cada situação tem uma motivação específica”.
Uma das vítimas, Patrícia Nerath, relata que foi processada três vezes pela administradora do edifício por falta de pagamento do condomínio. “Choro o tempo todo e tenho ataques de pânico. É o único bem material que temos – eu e meu filho – e o tempo todo ele está ameaçado de ir para leilão”, desabafou.
A advogada Marcela Miranda, que representa parte do grupo, afirma que semanalmente é procurada por novos proprietários que estão enfrentando o mesmo problema. “Alguns deles registraram até boletim de ocorrência na polícia, acusando a empresa de apropriação indébita”, afirma.
Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso. Pelo menos 60 proprietários já ingressaram com processos na Justiça, com prejuízos individuais variando entre R$ 30 mil e R$ 100 mil.
Fonte: G1