Mercado de ‘multifamily’ projeta crescimento de 31,5% até 2025. Ranking revela as cidades mais rentáveis para aluguel de imóveis no Brasil. Bancos e fintechs expandem crédito com garantia em imóvel já alienado.
Mercado de ‘multifamily’ projeta crescimento de 31,5 por cento até 2025
O setor de locação residencial para renda, conhecido como “multifamily”, deve expandir 31,5% em número de unidades até agosto de 2025, segundo pesquisa inédita da consultoria imobiliária SiiLA. Atualmente, o mercado conta com 9,2 mil apartamentos no país, dos quais 30% foram entregues nos últimos 12 meses. Outras 2,9 mil unidades estarão disponíveis dentro de um ano, com mais 2,6 mil em fase de projeto.
Quase 90% das unidades em operação estão concentradas no estado de São Paulo, apresentando uma taxa de vacância de 21,4% no segundo trimestre. “São Paulo é o maior tubo de ensaio para qualquer tese, mas aprendemos que a demanda existe para qualquer cidade do Brasil”, afirma Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA.
Outros estados com estoque relevante, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, registram taxas de vacância de 5,9% e 6%, respectivamente.
A média nacional, de 21,4%, é considerada alta, já que uma vacância “interessante” para o mercado é abaixo de 12%. “Houve acúmulo de entregas e o mercado demora para absorver, mas a tendência é que diminua rapidamente”, argumenta Nicastro.
O principal diferencial do “multifamily” é o investimento institucional, com empresas adquirindo prédios inteiros para locação. Entre os principais players estão a canadense Brookfield, com 1,8 mil unidades em operação e 3,2 mil em desenvolvimento, e empresas nacionais como a JFL Living e a Vitacon.
No segmento, o valor médio do metro quadrado para locação é de R$ 169,03, bem superior à média de R$ 55,96 (em São Paulo) para o aluguel tradicional, segundo o índice FipeZap de julho. Os empreendimentos têm diferenciais como contratos flexíveis, gestão profissional e áreas comuns equipadas.
De acordo com a pesquisa da SiiLA, 65% dos imóveis com foco no multifamily possuem piscina, 96% têm lavanderia compartilhada e 92% dispõem de espaços de coworking.
Fonte: Valor Econômico
Ranking revela as cidades mais rentáveis para aluguel de imóveis no Brasil
A cidade de Santos, no litoral paulista, lidera o ranking de alugueis mais rentáveis para proprietários de imóveis, com um rental yield médio de 8,72%. O município, que ocupa a quinta posição entre as cidades com aluguéis mais caros do país, apresenta um preço médio de R$ 50,76 por metro quadrado para locação, segundo levantamento FipeZAP.
O retorno médio do aluguel de imóveis no Brasil é de 5,96% ao ano, mas a rentabilidade varia significativamente entre as regiões, com algumas cidades oferecendo ganhos quase duas vezes maiores que as outras. Entre as capitais, Manaus, no Amazonas, se destaca com o maior retorno (8,06%), seguida por Belém, no Pará, com 7,81% e São Luís, no Maranhão, com 7,68%.
Outras capitais como Recife (PE), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Natal (RN) também figuram no top 10 do ranking de rentabilidade. Curiosamente, Barueri, cidade encostada na capital paulista, que tem o aluguel mais caro do Brasil, aparece apenas na 11ª posição em termos de rentabilidade, enquanto São Paulo, a capital mais cara, ocupa a 22ª posição.
O rental yield é calculado pela divisão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis, e tem se mostrado um importante indicador para investidores avaliarem a atratividade de imóveis para locação em diferentes regiões do país.
Fonte: E-investidor/Estadão
Bancos e fintechs expandem crédito com garantia em imóvel já alienado
O Marco das Garantias (Lei 14.711), em vigor desde o final de 2023, fez o setor financeiro brasileiro aumentar as apostas na nova modalidade de crédito com garantia de imóvel (CGI), também conhecido como home equity. Ele permite que um mesmo imóvel seja usado como garantia para múltiplos empréstimos, até o limite de 60% do valor do bem, conforme regulamentação do Banco Central. A trava foi colocada para evitar riscos excessivos no sistema financeiro.
Instituições como Santander, Itaú Unibanco, CashMe e Creditas já aderiram ao home equity em imóvel alienado, enquanto a Caixa Econômica Federal estuda sua implementação. “Essa é uma oportunidade enorme, pois cria um novo mercado, uma nova forma de gerar crédito”, argumenta Sandro Gamba, diretor de crédito imobiliário do Santander e presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), que vê um enorme potencial de expansão do mercado com a modalidade.
Os primeiros resultados são promissores, segundo o setor. O Santander registrou mais de mil simulações nas primeiras três semanas de sua linha “Use Casa Mais”. No Itaú, o novo modelo já representa 20% das operações de CGI após um mês de lançamento. “Foi uma procura acima do esperado”, afirmou o diretor de crédito imobiliário do banco, Thales Ferreira.
Apesar do otimismo, as instituições têm adotado uma abordagem cautelosa, oferecendo o novo produto apenas para clientes próprios, evitando potenciais complicações legais em casos de inadimplência envolvendo múltiplos credores. “Para imóveis alienados a terceiros, ainda tem questões a serem debatidas com mais profundidade”, ponderou Ferreira.
Juliano Bello, presidente da CashMe, fintech engajada na modalidade este ano, pondera que ainda pode haver insegurança jurídica na questão de preferência de execução de dívida. “O outro ponto é se os gestores de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) entenderam este risco e vão querer investir neste tipo de papel”, complementa.
O mercado de CGI no Brasil atingiu R$ 21,7 bilhões em meados de 2024, um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. No entanto, ainda é um setor pequeno comparado ao crédito imobiliário tradicional, que movimentou R$ 115 bilhões no primeiro semestre de 2024.
Fonte: Isto É Dinheiro
Os desafios e estratégias de corretores “superluxo”
O mercado de imóveis de superluxo no Brasil, com propriedades avaliadas acima de R$ 3 milhões, exige corretores altamente especializados, que formam uma elite no setor, combinando conhecimento detalhado, rede de contatos exclusiva e discrição.
Os corretores investem tempo significativo no estudo detalhado das propriedades, passando até três dias para conhecer todos os aspectos de uma casa antes de apresentá-la.
“Um cliente de milhões tem que entrar na casa e ter a experiência da casa”, afirma Mônica Poplawski, corretora/influenciadora com mais de 800 mil seguidores nas redes sociais. Seu portfólio inclui a “Mansão Diamante”, avaliada em R$ 110 milhões. Ela sabe que a clientela exigente espera respostas precisas sobre todos os detalhes do imóvel.
Nayara Técia, CEO do Grupo On Brokers, destaca a necessidade de imersão no estilo de vida dos clientes: “É muito necessário estar no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas”. Seguindo esta lógica, ela orienta associados a frequentarem ambientes de alto padrão e participarem de eventos exclusivos.
Para este mercado, a formação em áreas como administração, marketing ou direito é essencial, e falar mais de um idioma é requisito básico.
Corretor de imóveis desde os 18 anos, sempre na região dos Jardins, Guilherme de Carvalho é conhecido por saber em detalhes as histórias de cada casa em cada rua do bairro com metro quadrado mais caro da capital paulista. “Nosso trabalho é de consultoria”, afirma.
Bruno Cassola, corretor com 18 anos de experiência e que já conquistou oito títulos como campeão de vendas de Balneário Camboriú (SC), enfatiza a importância da construção de relacionamentos duradouros com os clientes. A discrição é fundamental, especialmente ao lidar com celebridades e executivos de alto escalão, orienta.
O mercado de luxo cresceu 40% em São Paulo em 2023, movimentando R$ 15,3 bilhões. Nacionalmente, o segmento atingiu R$ 35 bilhões, com previsão de crescimento para 2024.
Fonte: Folha de S.Paulo