Coberturas acima de R$ 10 milhões têm fila de interessados e tendem a ficar mais disputadas. Redução de prazo das LCIs fortalece mercado de crédito imobiliário, diz Abrainc. Salvador lidera a rentabilidade de imóveis comerciais no Brasil.
- Coberturas de luxo têm fila de interessados e tendem a ficar mais disputadas
- Redução de prazo das LCIs fortalece mercado de crédito imobiliário, diz Abrainc
- Salvador lidera rentabilidade de imóveis comerciais no Brasil
- Incorporadora investe R$ 400 milhões em empreendimento de alto padrão na zona Norte de SP
Coberturas de luxo têm fila de interessados e tendem a ficar mais disputadas
A escassez de coberturas premium em São Paulo criou um fenômeno de mercado: imóveis que chegam a R$ 150 milhões e são os primeiros a serem vendidos. Segundo levantamento da Brain Inteligência Estratégica, em 2024, foram lançadas 42 unidades com preços acima de R$ 10 milhões na capital paulista, quase repetindo o recorde do ano anterior (43).
“As pessoas começaram a revalorizar a moradia. Houve um boom nesse mercado de alto padrão para upgrade para apartamentos melhores”, explica Pedro Assumpção, CEO da High Imóveis Especiais, que atualmente comercializa uma cobertura de 1.090 m² por R$ 150 milhões.
A pandemia foi um divisor de águas para este mercado. “Tinha gente com R$ 300 milhões aplicados que não via sentido em pagar R$ 30 milhões num imóvel. Aí, fecharam os shoppings, os clubes, os hotéis, os aeroportos, e essa pessoa estava com dinheiro no banco e morando num apartamento ruim para o padrão dela”, relembra Assumpção.
O desafio, agora, está em encontrar um equilíbrio entre oferta e demanda. “Às vezes, o incorporador valoriza muito a cobertura e ela fica desconectada do resto do projeto”, aponta Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain. Ele explica que a comercialização de imóveis deste segmento também tem suas peculiaridades, com compradores extremamente exigentes. “Quer falar de igual para igual, com quem frequenta o mesmo clube”.
Com edifícios cada vez mais altos, essas unidades tendem a ficar ainda mais raras e caras, já que as torres costumam ter no máximo dois apartamentos no último andar. “Cobertura de luxo é a exceção da exceção”, define Araújo.
Fonte: Pipeline
Redução de prazo das LCIs fortalece mercado de crédito imobiliário, diz Abrainc
A redução do prazo das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as novas regras para emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) devem fortalecer o mercado imobiliário brasileiro, estimulando o crédito, na avaliação da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
“São decisões importantes que estimulam a oferta de crédito, a liquidez e, consequentemente, a produção de novos empreendimentos, contribuindo diretamente para a geração de emprego e renda no país”, afirma Luiz França, presidente da Abrainc.
A entidade afirma ainda que as medidas atendem a pleitos defendidos junto ao governo e ao Banco Central, representando “avanços relevantes para o fortalecimento do ambiente de negócios, a ampliação do crédito e o desenvolvimento sustentável do setor da incorporação no Brasil”.
Entre as mudanças, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vetou emissões de CRIs por empresas de capital fechado que não façam parte do setor imobiliário, direcionando os recursos para seu propósito original.
A Abrainc contribuiu com estudos técnicos sobre o impacto da queda na captação via LCIs e a importância da participação de pessoas físicas nesse mercado. “Esses investidores não conseguem manter aplicações por prazos tão longos, o que comprometia a atratividade e a eficiência desse instrumento como fonte de financiamento para o setor imobiliário”, explica a associação.
Fonte: Valor Econômico
Salvador lidera rentabilidade de imóveis comerciais no Brasil
A capital baiana registrou a maior rentabilidade do país para investidores de salas comerciais voltadas à locação, atingindo 9,99% ao ano nos últimos 12 meses, segundo o Índice FipeZAP.
Em Salvador, o metro quadrado para compra está avaliado em R$ 5.220, enquanto o preço de locação deste mesmo metro quadrado é R$ 43,17. O indicador, conhecido como rental yield, é calculado pela razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda de um imóvel.
O preço médio de locação em São Paulo, para comparação dos dados, está R$ 56,06 por metro quadrado, mas o valor para compra na capital paulista chega a R$ 10.256 – quase o dobro do praticado na capital baiana, o que reduz significativamente a rentabilidade.
Em abril, o retorno médio do aluguel de imóveis comerciais foi calculado em 6,84% ao ano, superando a rentabilidade dos imóveis residenciais (5,92% ao ano), mas ainda abaixo do retorno esperado para aplicações financeiras nos próximos 12 meses.
O estudo do Grupo OLX analisou a evolução nos preços de locação e venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² em 10 localidades brasileiras. Além de Salvador, apenas Campinas, com 8,17% ao ano, apresentou rentabilidade superior à inflação no período.
Entre maio de 2024 e abril de 2025, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou inflação acumulada de 5,53%, enquanto o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acumulou alta de 8,50%.
Fonte: Estadão
Incorporadora investe R$ 400 milhões em empreendimento de alto padrão na zona Norte de SP
Limitada pela Serra da Cantareira e pela Marginal Tietê, a zona Norte de São Paulo tem atraído menos investimentos imobiliários que outras regiões da capital. Porém, Claudio Carvalho, sócio da AW Realty Incorporadora e membro do conselho de administração da Direcional, enxerga potencial na área e planeja lançar R$ 400 milhões em VGV (Valor Geral de Vendas) por ano na região.
“Não atravesso mais o rio”, afirma Carvalho, que mora na zona Norte há 27 anos e identifica um forte bairrismo entre os moradores. “Percebo um movimento que é: a partir do momento que a pessoa vai tendo mais condição financeira, ela vai indo mais para perto das pontes. Mas dificilmente sai do bairro”, explica.
A AW Realty deve chegar aos R$ 250 milhões em VGV neste ano, o que a consolida como a incorporadora de alto padrão com maior atuação na região, com R$ 600 milhões já lançados. Os próximos lançamentos contemplam bairros como Santana, Jardim São Paulo, Jardim França, Casa Verde e outros.
Um dos fatores que impulsionam o interesse na região é a transformação do Campo de Marte em um centro comercial e parque. Em fevereiro de 2025, a Prefeitura formalizou a concessão do Parque Municipal Campo de Marte ao Consórcio Cântaro SP, que terá a gestão por 35 anos. O projeto prevê a implantação de um parque em área de 400 mil metros quadrados, com infraestrutura diversificada.
Para 2025, a AW Realty planeja atingir R$ 1 bilhão em VGV lançado, incluindo empreendimentos na zona Norte como o Sereno Jardim São Paulo (R$ 120 milhões) e um projeto próximo à Avenida Braz Leme (R$ 130 milhões), além de investimentos em outras regiões da cidade.
Fonte: Exame