Como ficam os financiamentos imobiliários com a Selic a 13,25%? Abecip prevê queda de 17% no crédito imobiliário com alta da Selic. Em 2024, financiamento pelo FGTS bateu recorde puxado pelo Minha Casa, Minha Vida
- Como ficam os financiamentos com a Selic a 13,25 por cento?
- Financiamento atinge recorde em 2024 impulsionado pelo MCMV e inadimplência chega ao menor nível da história
- Abecip prevê queda de 17 por cento no crédito imobiliário com alta da Selic
- Melnick estreia em São Paulo com projeto de R$ 700 milhões
Como ficam os financiamentos com a Selic a 13,25 por cento?
A elevação da Selic – de 12,25% para 13,25% ao ano – após a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), deve encarecer ainda mais os financiamentos imobiliários. Como a taxa é a referência de juros no mercado, sua elevação afeta o preço dos empréstimos, deixando parte da população mais distante do sonho da casa própria.
O impacto, porém, não será imediato, mas, diante do chamado ciclo de alta dos juros, os bancos já vinham ajustando suas taxas.
A Caixa Econômica Federal, maior detentora da carteira imobiliária, fez o movimento no início do mês. “Um aumento de 1,5 ponto percentual em um imóvel de 500 mil eleva em mais de R$ 500 a parcela do financiamento”, explica Werton Oliveira, economista da Consultoria Ekonomy.
Para quem precisa do imóvel agora, pode ser vantajoso fechar negócio e buscar portabilidade futuramente. Já para quem tem flexibilidade, aguardar uma redução da Selic pode representar economia significativa, indicam especialistas.
Financiamentos existentes com taxas indexadas à Selic, IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ou TR (Taxa Referencial) devem ser impactados. Já os contratos com taxa fixa não sofrem variação.
A decisão entre amortizar ou investir depende do custo do financiamento e do perfil do investidor. “Por exemplo, se alguém tem um contrato com taxa fixa de 9% ao ano, e o DI futuro de longo prazo indica uma taxa de 14%, a princípio a decisão racional seria não amortizar e manter o dinheiro aplicado. A recíproca é verdadeira. Se alguém tem um financiamento a 14% ao ano e o DI futuro de longo prazo indicar uma taxa de 10% ao ano, melhor seria resgatar da aplicação e amortizar o saldo devedor”, aponta Marcelo Milech, planejador financeiro.
Outra recomendação é construir reserva para entrada, acumular recursos para reduzir a parcela financiada e manter bom score de crédito.
Fonte: Valor Investe
Financiamento atinge recorde em 2024 impulsionado pelo MCMV e inadimplência chega ao menor nível da história
O mercado imobiliário brasileiro registrou um ano histórico em 2024, com recorde de financiamento e forte movimentação de vendas e lançamentos. Segundo balanço da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), houve um crescimento de 25% em relação ao ano anterior.
Ainda de acordo com os dados de 2024, as operações de crédito imobiliário realizadas por meio da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) totalizaram R$ 312,4 bilhões. O programa Minha Casa, Minha Vida foi o principal responsável por impulsionar os financiamentos.
“Foi o melhor ano da nossa história, refletindo uma resiliência notável”, acrescentou Gamba, destacando que o crescimento da renda real do consumidor contribuiu para o resultado.
Além do crescimento expressivo, a inadimplência nos contratos de financiamento imobiliário atingiu o menor patamar da história. Os pagamentos em atraso no setor em 2024 corresponderam a apenas 1,0% de toda a carteira, um recuo significativo em relação ao patamar de 1,4% registrado ao fim de 2023.
“A qualidade da avaliação de risco está sendo bastante positiva e refletindo esse nível baixo de inadimplência”, avaliou Sandro Gamba, presidente da Abecip, durante entrevista coletiva.
Apesar da elevação da Selic, responsável pelo desempenho negativo da poupança, o crédito imobiliário ainda não sofreu impactos significativos, devido à taxa de juros para financiamentos de longo prazo, especificamente a de 10 anos, que estabilizou-se em torno de 14,7%. Cada agente financeiro adota estratégias diferentes para lidar com essa taxa, mas a tendência é que, caso a curva longa de juros continue a se acentuar, o volume de financiamentos sofra uma redução.
O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) também registrou crescimento de 22%, com destaque para imóveis usados. Já a captação líquida do SBPE ficou negativa em R$ 21,7 bilhões, abaixo dos R$ 72,4 bilhões de 2023.
Para 2025, a entidade espera que os financiamentos realizados pelo SBPE se mantenham próximos de R$ 155 bilhões, enquanto o financiamento com recursos do FGTS deve crescer 1%, chegando a R$ 126,8 bilhões.
Em relação aos preços dos imóveis houve valorização em quase todas as cidades avaliadas pelo IGMI-R (Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial) Abecip. Em 2024, a alta foi de 12,7% segundo o índice, ficando acima do IPCA (índice oficial da inflação) do ano passado, de 4,83%. Apenas Rio de Janeiro e Porto Alegre mostraram crescimento menor que o IPCA.
Fontes: E-investidor e Folha de S.Paulo
Abecip prevê queda de 17 por cento no crédito imobiliário com alta da Selic
Após o anúncio do aumento da Selic em 1 ponto percentual (agora em 13,25%) com sinalização de mais altas futuras, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) projeta uma redução de 17% no crédito imobiliário em 2025. A entidade diz que a porcentagem é um reflexo do desempenho de 2024.
Só o financiamento através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), em 2024, somou R$ 187 bilhões, marcando o segundo maior valor histórico. “Isso mostra a resiliência do setor para buscar alternativas para o mercado imobiliário”, afirmou Sandro Gamba, presidente da Abecip, destacando os impactos dos saques na poupança, que excederam os depósitos em R$ 21,7 bilhões.
Mas para 2025, a situação é diferente. As taxas de juros elevadas inclinam a demanda por crédito para baixo. Gamba explica que “o efeito da Selic e da curva longa de juros acentuados impactarão o mercado”. Enquanto a projeção de Selic para 2025 aponta para 15% ao ano, com inflação atingindo 5,5%, o mercado imobiliário enfrenta desafios significativos.
A expectativa para 2025 sugere um volume de crédito próximo a R$ 150 a R$ 160 bilhões, apesar de pressões sobre o funding e os custos de financiamento.
Fonte: Exame
Melnick estreia em São Paulo com projeto de R$ 700 milhões
A Melnick, incorporadora do Rio Grande do Sul, anunciou seu primeiro projeto em São Paulo: um condomínio na badalada Vila Madalena, na zona Oeste da capital paulista, em colaboração com a Even. A iniciativa será gerida pela Melnick Partners, o braço de consultoria da empresa que assessora empreendimentos de outras organizações.
A associação entre Melnick e Even é de longa data. Em 2008, a Even começou a investir na Melnick como parte de sua expansão nacional pós-IPO, estabelecendo uma joint venture. No IPO da Melnick em 2020, a Even detinha 43% das ações, mas em outubro desfez o cruzamento de participações, vendendo sua parte para a Melpar Invest, que agora possui 7,62% das ações da Even.
Leandro Melnick, atual CEO da Melnick, anteriormente diretor na Even, anunciou sua saída do conselho da Even para evitar conflitos de interesse, destacando que sua posição em ambas as empresas poderia prejudicar a governança.
Com uma participação entre 25% e 40% no projeto em São Paulo, a Melnick está disposta a buscar novas parcerias na cidade, mesmo em meio à sua significativa expansão em 2024, onde contabilizou R$ 1,06 bilhão em lançamentos, representando um crescimento de 45%.
Fonte: Investing e Zero Hora