Gerson Oliveira Filho, diretor comercial Loft
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo nesta semana dá conta de que a inadimplência do aluguel atingiu em junho passado o maior patamar em 12 meses em todo o Brasil. O dado é do Índice de Inadimplência Locatícia, da Superlógica.
O levantamento é baseado na análise de dados anonimizados (que não permitem a identificação do titular) de mais de nove mil locatários em todo o país, e considera inadimplente o inquilino com boletos vencidos ou pagos com mais de 60 dias de atraso.
A taxa nacional do índice subiu para 3,59%, puxada por imóveis com valor inferior a R$ 1.000, tanto residenciais (taxa recorde de inadimplência, de 5,79%) quanto comerciais (7,48% valor também inédito, o maior desde a criação do índice, em outubro de 2023).
Outro segmento que puxou a alta foi o de imóveis de alto padrão (cujo aluguel custa mais de R$ 13 mil). Neste caso a alta foi da ordem de 6,54%.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, no segmento de alto padrão, “há uma falta sensação de segurança”, e nem sempre são exigidas ferramentas como garantia fiança.
Além disso, pesam sobre os imóveis mais baratos a maior vulnerabilidade à instabilidade econômica, caracterizada pela manutenção dos juros num patamar muito alto, assim como o da inflação.
Quem opera no mercado de fiança aluguel não se surpreende com esses números preocupantes. Isso porque o aumento do volume de inadimplência – além do crescimento das dificuldades com as saídas – é a realidade com a qual estamos tendo de lidar no dia a dia há algumas semanas.
Na Loft estamos lançando mão de uma série de ações e de ajustes no nosso motor de crédito. Estamos aumentando o número de dados cruzados para conseguir mitigar o risco crescente e seguir aprovando os melhores inquilinos para os nossos clientes.
Além disso, estamos ajustando várias cadeias do nosso processo de concessão de crédito e estamos contratando mais pessoas para fazer frente a este novo patamar de inadimplência.
Diante do contexto atual entendo que este esforço dos garantidoras terá mais efeito se for acompanhado de uma redobrada atenção com este ponto também por parte das imobiliárias. É hora de todos sermos mais restritivos e cuidadosos no filtro dos candidatos a inquilinos. Pior que um imóvel vazio é um com um inquilino que não paga.
A luz amarela acendeu, e é necessário que todos rememos juntos na mesma direção, de maior restrição. Desta forma poderemos voltar o mais rápido possível para a luz verde, ainda mais fortes e com processos mais sólidos, para que todos sigam fazendo bons negócios imobiliários.