22 de agosto de 2020 marcou o dia da “sobrecarga da terra”, data em que todos os recurso naturais disponíveis no planeta para o ano se esgotam. A partir dessa data, a sociedade passa a consumir mais recursos do que o planeta consegue regenerar, gerando uma espécie de dívida com o meio ambiente. Uma das formas que a sociedade civil para diminuir esse problema é através da reciclagem. Por isso, saber como separar o lixo produzido deve ser rotina de todos.
O conceito de reciclagem é antigo, porém se tornou popularizado com o lançamento dos chamados 3 Rs (reciclagem, reutilização e redução). Dar o destino correto para os resíduos recicláveis é considerado uma questão de saúde pública.
O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, são 11 milhões de tonelas produzidas por ano, entretanto somos um dos países que menos recicla lixo no planeta. Desse total, apenas 1,2% é reciclado. A média de produção de resíduo plástico por brasileiro é de 1kg por semana.
Grande parte dos lixos mal descartados vão parar no meio ambiente, contaminando a natureza de diversas formas. No verão de 2018 para 2019, por exemplo, o número de animais mortos no litoral brasileiro bateu recorde.
Saber como descartar o lixo corretamente e encaminhar os resíduos recicláveis para as empresas de reciclagem é uma forma de proteger o meio ambiente e cuidar do futuro de todos nós. Pensando nisso, preparamos esse texto que fala um pouquinho sobre reciclagem, meio ambiente e como separar o lixo de forma correta.
- Por que devo saber como separar o lixo para reciclagem?
- Como reduzir o consumo?
- Como o lixo mal descartado prejudica o meio-ambiente?
- Lixos recicláveis x Lixos não recicláveis
- Como separar os materiais para reciclagem?
- Para cada lixo, uma cor
- Como posso descartar o lixo reciclável?
- O que é a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos)
- Agora que você já sabe como separar o lixo, que tal implantar a coleta seletiva na sua casa?
Por que devo saber como separar o lixo para reciclagem?
Separar o lixo corretamente e enviá-lo para empresas de coleta seletiva alivia de forma significativa o despejo em aterros sanitários e lixões a céu aberto, que podem contaminar o solo e agravar o efeito estufa.
A Loft se preocupa bastante com esse tema, portanto nossos escritórios procuram atender os padrões mais altos de reciclagem. As empresas tem um papel importantíssimo nessa luta e como cidadãos, é importante darmos atenção a essas atitudes não somente em nossas casas como em nossos ambientes de trabalho.
A reciclagem retira do meio ambiente materiais que podem demorar séculos para serem eliminados. O plástico, por exemplo, demora 450 anos para se decompor completamente, já o vidro pode levar até 1 milhão de anos.
Além de cuidar do planeta e do nosso futuro, a economia circular pode ser um ótimo investimento. Empresas como a paulista “Boomera”, especializada em resíduos difíceis de reciclar, aumentou seu faturamento de 6 milhões em 2016 para 40 milhões em 2018.
Como reduzir o consumo?
Há algumas mudanças de hábito que você pode adotar para reduzir o consumo e diminuir a quantidade de lixo produzido, como:
- Prefira louças de vidro ou de outros materiais não descartáveis.
- Quando possível, evite comprar produtos em embalagens e dê preferência para as opções a granel.
- Procure por produtos que ofereçam refis e embalagens retornáveis.
- Não desperdice alimentos, compre e cozinhe a quantidade que for consumir.
- Caso tenha espaço em casa, faça compostagem.
Como o lixo mal descartado prejudica o meio-ambiente?
Os dejetos expostos a céu aberto provocam um tipo de combustão que libera gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa, como o gás natural metano (CH4). O Brasil ainda possui uma quantidade grande de lixões, são quase 3 mil no país em cerca de 1.600 cidades.
Ao contrário dos aterros sanitários, o terreno dos lixões não possui nenhum tipo de isolamento ou impermeabilidade. Neles, o lixo acumulado libera o chorume, que infiltra no solo e contamina os lençóis freáticos. Os lixões também são locais propensos à proliferação de vetores que causam doenças.
Lixos recicláveis x Lixos não recicláveis
Descartar o lixo corretamente não depende apenas da nossa intuição ou da aparência do material que está sendo descartado. Há uma série de coisas que não são recicláveis ou não podem ir para o lixo comum. Separamos aqui as mais comuns no nosso dia a dia:
O que é reciclável?
Todo resíduo descartado que pode ser reaproveitado parcialmente ou como um todo. São materiais que podem retornar à cadeia produtiva, com exceção dos itens que colocaremos no próximo tópico.
O que não é reciclável?
O site do Ministério do Meio Ambiente levantou os principais itens que não são recicláveis. São eles: papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos, fotografias, filtro de cigarros, papéis sujos, papéis sanitários, copos de papel. Cabos de panela e tomadas. Clipes, grampos, esponjas de aço, canos. Espelhos, cristais, cerâmicas, porcelana.
Como separar os materiais para reciclagem?
- Primeiramente separe o lixo orgânico dos materiais recicláveis.
- Lixo eletrônico, como computadores, mouses etc. podem contaminar o solo com componentes pesados e, por isso, nunca devem ser jogados fora junto com os lixos tradicionais. Há empresas de coleta que trabalham com a reciclagem desses materiais.
- Pilhas e baterias, como as de celular, devem ser devolvidas aos fabricantes ou depositadas em coletores específicos.
Plásticos
Praticamente todo plástico que jogamos fora pode ser reciclado. Resíduos plásticos são uma das principais preocupações dos ambientalistas, pois representam quase 90% dos materiais despejados. Boa parte dos plásticos não descartados corretamente acabam no oceanos.
Por isso, além de enviar os plásticos descartados para a reciclagem, os ambientalistas afirmam que o ideal é que o próprio consumo de plástico seja diminuído. Há pesquisas que afirmam que, se continuarmos no atual ritmo de produção de lixo plástico, até 2030 teremos a cada ano o equivalente a 26 mil novas garrafas de plástico no mar a cada km².
Papéis
Qualquer papel pode ser reciclado, contanto que não apresente resíduos de matérias orgânicas, como guardanapos, lenços de papel, papel-higiênico, caixas de pizza engorduradas, papel-carbono, fitas adesivas, cigarro e fitas adesivas.
Vidros
Assim como o plástico, a maior parte dos vidros que jogamos fora são recicláveis. As exceções são lâmpadas, cristais, espelhos, vidros de automóveis ou temperados, cerâmica e porcelana.
A vantagem do vidro é que o material é 100% reciclável, ou seja, se você jogar 5 kg de vidro fora, os 5 kg serão reaproveitados.
Metais
Uma porcentagem considerável dos metais que jogamos no lixo são recicláveis, como latas, tampas, pregos etc. As exceções são clipes, grampos, canos e esponjas de aço, equipamentos elétricos.
Isopor
Apesar de ser reciclável, o processo de retransformação do isopor não é viável e por isso esse material não costuma ser reciclado. Além de tentar diminuir o consumo de materiais de isopor, jogue-os fora junto aos plásticos. Há empresas de reciclagem que conseguem reutilizar parte desse material na construção civíl.
Óleos de cozinha
Óleos de cozinha podem ser reciclados, mas o despejo desse material não pode ser feito junto a coleta seletiva realizada pelas prefeituras nos bairros. O ideal é guardar o óleo utilizado em vidros ou potes e levá-los para as empresas que recolhem e reciclam esse tipo de material.
Matéria orgânica
Lixos orgânicos não podem ser reciclados. Todo lixo de origem animal ou vegetal, como cascas, sementes, restos de alimentos e madeira deve ser jogado fora sem passar pela coleta seletiva. Estes também são os dejetos que menos agridem o meio ambiente e se decompõem mais rapidamente.
Para cada lixo, uma cor
É comum vermos lixeiras coloridas de reciclagem em ambientes em que há coleta seletiva, essa classificação é válida em todo o planeta, como forma de orientar a reciclagem independentemente de onde esteja. Entretanto, há mais cores além das tradicionais azul, vermelho, amarelo, marrom e cinza. Conheça todas as cores que classificam tipos de lixo:
- Azul: papéis e papelões.
- Vermelho: plásticos.
- Amarelo: metais.
- Marrom: resíduos orgânicos.
- Preto: madeiras.
- Cinza: materiais não recicláveis.
- Branco: lixos hospitalares.
- Laranja: resíduos perigosos.
- Roxo: resíduos radioativos.
Como posso descartar o lixo reciclável?
Verifique se sua região possui sistemas de coleta seletiva. Várias cidades brasileiras já possuem sistemas que promovem a reciclagem, inclusive com a passagem de caminhões de coleta seletiva pelos bairros. Em São Paulo, por exemplo, todo o município é atendido por um programa de coleta seletiva, você pode quando seu bairro é atendido pelo sistema. Várias cidades brasileiras também promovem a coleta seletiva, como Recife, que também conta com um aplicativo de celular que auxilia a promoção da coleta, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitba e Manaus.
Há sistemas de coleta seletiva que não exigem que o lixo seja separado de acordo com as cores, apenas exigem que separe-os do lixo orgânico e não-descartável. Caso sua região não seja atendida por sistemas de coleta seletiva, há prefeituras e empresas que contam com locais que recebem o material reciclado.
O que é a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos)
A PNRS entrou em vigor em 2010 com a lei nº 12.305/10, que visa ampliar o modelo de descarte de resíduos sólidos, promover as práticas de hábitos de consumo sustentáveis e políticas públicas que propiciem a reciclagem e reutilização.
A lei define que resíduos sólidos são qualquer material, substância, objeto ou bem descartado que precisa ser reciclado. Essa lei também determina que todos os lixões do país devem ser substituídos por aterros sanitários.
A PNRS também inclui um Acordo Setorial, uma espécie de contrato entre Poder Público e fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, que visa implantar a responsabilidade compartilhada do ciclo de vida do produto
Agora que você já sabe como separar o lixo, que tal implantar a coleta seletiva na sua casa?
Grande parte do lixo que jogamos fora são parecidos e, por isso, não dão trabalho para separar. Reciclagem é um ótimo caminho para garantirmos um futuro melhor para todos. Que tal começar a separar seu lixo para a coleta seletiva?