Para entender a decoração clássica, é preciso entender de onde ela vem – e é de longe. Mais especificamente da antiguidade clássica, um período que vai do século VIII a.C. a V d.C., com a queda do Império Romano. São os auges das civilizações gregas e romanas antigas, que marcaram profundamente nossas filosofias e urbanizações.
E como isso tudo vai parar no décor do século 21? Na verdade, bebe-se na fonte da descoberta das cidades de Herculano e Pompeia, o que fez com que europeus se apaixonassem pelos elementos greco-romanos (como repetição, proporção e ornamentos) e os divulgassem para o resto do mundo. Isso se tornou o estilo neoclássico.
O resultado do clássico contemporâneo (ou seja, aquele feito nos dias de hoje) é um lar confortável, sem minimalismo ou sempre elegante, que convive bem em dois tempos. “Trata-se de utilizar elementos do passado – [como os estilos] Luís XV, Luís XVI e Biedermeier – e misturar com o espaço contemporâneo”, resume Glaucus Cianciardi, professor de design de interiores do Centro Universitário Belas Artes.
Para entender, comece pela arquitetura clássica
De acordo com a definição do Royal Institute of British Architects, o estilo de arquitetura clássica é definido principalmente pela arquitetura de templos da Grécia antiga e pela arquitetura civil, militar e religiosa do Império Romano.
“O estilo compreende uma gama de formas convencionais, notavelmente as colunas (conhecidas como ordens), cada uma com proporções fixas e ornamentos (especialmente [as ordens] Dórica, Jônica e Coríntia). Proporção, simetria e uma relação entre partes individuais também caracterizam o classicismo”.
Entre os atributos que o instituto destaca estão:
- Uso de ordens
- Proporção
- Simetria
- Repetição de elementos
Nesse sentido, exemplos da arquitetura clássica incluem o Fórum Romano, o Coliseu e o Partenon. Muito depois, essas construções inspiraram o neoclássico Panteão de Paris, entre outros monumentos, construído em uma época de resgate da herança greco-romana no Ocidente.
Desde então, as colunas nunca mais sumiram das pranchetas dos arquitetos: basta dar uma volta de carro e observar a fachada dos prédios brasileiros com atenção e lá estão elas.
Quer aprender mais sobre arquitetura clássica? Há um curso da conceituada Yale University disponível sobre o tema no YouTube! São 23 aulas (em inglês) que discutem a fundação de Roma, suas sofisticadas noções de urbanismo e até seus hábitos de decoração:
Como usar a decoração clássica
Agora que você se familiarizou com as características essenciais da arquitetura clássica (vamos lembrar: ordem, proporção, simetria e repetição de elementos), ficará mais fácil aplicá-las na decoração clássica ou reconhecer mobiliário e objetos feitos nesse molde – mas nada disso é obrigatório.
Entre quatro paredes, esse estilo de decoração se revela através de ornamentos (em portas, tetos, cadeiras, sofás) e formas majoritariamente retangulares. O luxo de madeiras valiosas aparece ao lado de estofados em materiais naturais e de estampas geralmente discretas.
Os objetos decorativos remetem ao passado, como estátuas e figuras de porcelana, e podem aparecer em duplas. Eles são dispostos de maneira ordeira e frequentemente simétrica, assim como os móveis.
Quando possível, a estrutura do ambiente utiliza arcos, colunas ou semi-colunas, tal qual os arquitetos greco-romanos. Materiais preferidos daquela época, como mármore, também são bem-vindos, enquanto toques de cromado trazem mais contemporaneidade. “Pense em materiais mais nobres e mais requintados, sempre lembrando que, quando se tem elementos clássicos, deve-se neutralizar os ambientes para que não pese muito”, diz Glaucus.
Em termos de cor, o estilo clássico contemporâneo se mantém em tons claros como bege, creme e verde-oliva, mais eventuais toques de dourado e amadeirado. O teto é normalmente branco, com estuque ornamental nos cantos.
“Tons mais leves e neutros favorecem esse estilo: ao neutralizar o tecido do móvel clássico, eu valorizo suas linhas”, continua o professor. Para quem quer sair do básico, uma cor destacada por Glaucus para esse momento é a Adorno Rupestre, escolhida como Cor do Ano pela Coral em 2018.
Quarto clássico
Embora as cores da decoração sejam mais leve, não significa que um quarto clássico precise ser sem graça. Tons calmos e neutros beneficiam a área íntima, tornando-a mais tranquilizadora.
A graça aqui fica por conta dos materiais, que incluem tecidos sofisticados como cetim e seda. Também é possível optar por papéis de parede estampados na mesma paleta, especialmente de padrões clássicos como damasco, arabesco e treliça.
7 ideias para decorar sala em estilo clássico
Os especialistas da Architectural Digest, uma das principais publicações de arquitetura do mundo, oferecem 7 ideias para decorar sala em estilo clássico. Naturalmente, você não precisa adotar todas, só aquelas que você gostar.
- Adicione molduras em gesso ao teto e/ou às paredes em estilo tradicional ou boiserie
- Aposte em espelhos para aumentar os espaços
- Invista em cortinas do chão ao teto para um efeito alongador
- Se for do seu gosto, instale um lustre de cristal na sala de estar ou na entrada
- Garimpe peças antigas (de verdade!) como colunas, estátuas e porcelanas
- Se cansar do estofado, adicione cadeiras formais com encosto de palha
- Para destacar suas peças à moda clássica, coloque-as sobre tampos e bancadas de mármore
Como fazer decoração para apartamento sem exagerar
Um estilo anacrônico como esse pode pesar rapidamente em um ambiente, transformando-o em algo que parece um antiquário. Felizmente, evitar que isso aconteça com sua decoração para apartamento é fácil: faça poucas escolhas.
“Se eu tenho muitas peças clássicas, elas passam despercebidas”, explica Glaucus Cianciardi. Inversamente, ao se utilizar poucos exemplares clássico-contemporâneos para pontuar o espaço, eles saltam aos olhos.
E dá para ir além! “Tente fazer contrastes com elementos do presente, como um quadro bem contemporâneo”, recomenda o professor.
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