O tempo das lâmpadas incandescentes e tubulares para iluminação de cozinha já se foi. Assim como os demais ambientes do lar, a cozinha merece um projeto luminotécnico especial e nada convencional.
Soluções modernas e que ajudam a compor cenários trazem mais charme e conforto, além de funcionalidade. “Não é só iluminar. Tem que ter estética. Passamos muito tempo na cozinha e cozinhar também passou a ser um hobby. Por isso, o design e o layout têm que acompanhar essas mudanças”, defende a arquiteta Faten Soueid, da FAN Interior Design.
“Hoje, a cozinha é um dos principais locais da casa. Antigamente era assim, e houve esse resgate. Esse conceito voltou forte, portanto a iluminação tem que deixar o local também aconchegante”, completa Faten.
A arquiteta conta que é comum os clientes pedirem foco principal na cozinha e apresentarem ideias para este cômodo. Uma dica é sempre pensar na proposta de sair do básico e avaliar os vários tipos de iluminação para cozinha, usando luminárias ou acessórios como plafons, trilhos, lustres, perfis, lâmpadas de embutir, luminárias de sobrepor, fita de LED e até arandelas.
Qual é a iluminação ideal para cozinha?
Além dos diferentes modelos de equipamentos para iluminar uma cozinha, é possível brincar com a tonalidade da luz, chamada de temperatura. Existe a tradicional luz branca ou fria – que ativa a nossa atenção – e também as lâmpadas neutras e amarelas – que dão a sensação de conforto. O uso de cada uma delas vai depender da intenção e da função que você deseja para cada área da cozinha.
“Apesar de a cozinha ser um ambiente que propicia bons momentos em família, não podemos esquecer que há o manuseio de objetos cortantes, além de alimentos e líquidos em altas temperaturas. Por isso, o recomendado é incluir luzes que mantenham as pessoas mais atentas, com lâmpadas de cor neutra (4000 K) ou branco frio (5000 K a 6500 K)”, explica Gabriela Yokota, especialista de design e tendência da Yamamura.
Essas lâmpadas podem ser usadas de maneira direcionada aos locais de corte e preparo de alimentos, como o fogão e as bancadas.
Já para áreas de circulação, uma luminária central, com temperatura neutra, costuma funcionar bem na cozinha. Numa mesa ou ilha para alimentação, uma luz mais amarelada é bem-vinda, porque ajuda a criar aquele ambiente acolhedor, ideal para jantares e um bom bate-papo.
Por se tratar de uma área com passagem de tubulações hidráulicas, a cozinha, normalmente, costuma ter rebaixamento de gesso no teto, portanto fica fácil a aplicação de perfis ou lâmpadas de embutir. “Nesse ponto, as peças mais usuais na cozinha são os plafons com placas de LED embutidas”, destaca Gabriela, especialista da Yamamura. “Outra boa pedida são os pendentes nas bancadas”, sugere.
Já a arquiteta Faten Soueid indica os perfis – canaletas que costumam conter fitas de led e que são embutidas no teto – como solução para a iluminação geral da cozinha. “Dá para criar desenhos com o perfil e iluminar a cozinha toda”, conta.
Iluminação para cozinha pequena
Cozinhas pequenas também merecem uma iluminação bem planejada. Você pode optar por uma luminária central, com luz mais difusa, e acrescentar pontos de iluminação indireta nos armários, prateleiras e até nas paredes.
“A gente pode colocar uma fita de LED embaixo de uma prateleira, como opção de iluminação para bancada de cozinha, por exemplo”, recomenda Faten. A arquiteta indica também a instalação de spots, que podem apontar para diversos locais. “São uma boa solução quando não dá pra embutir a iluminação.”
Especialista de design da Yamamura, Gabriela Yokota indica também a instalação de trilho de iluminação para cozinha quando o ambiente não possui o tradicional forro. Eles também são uma ótima solução para quem prefere ousar na decoração ou precisa de flexibilidade. “Além de modernos, possuem diferentes encaixes para diversas opções de lâmpadas e permitem modificar a quantidade de luz, conforme a situação.”
“Geralmente, as cozinhas pequenas são abertas para a área social”, lembra a arquiteta Faten. Em casos assim, vale investir em uma iluminação para cozinha americana.
“A gente costuma usar a iluminação interna nos armários, com portas de vidro, colocando um perfil pequeno, embutido na marcenaria. Há perfis de 50 centímetros, bem fininhos, que se encaixam perfeitamente nas prateleiras dos armários que já estão prontos ou nas laterais”, explica Faten. Com iluminação interna e portas de vidro, os armários ganham um status de cristaleira. “É uma solução muito charmosa. As luzes podem ser acesas com interruptor ou por um mecanismo instalado na base das portas ”, diz a arquiteta.
Quando os armários já estão prontos, mas precisam daquela repaginada, é possível acrescentar fitas de LED, fáceis de instalar, que podem ser acionadas por um interruptor ou por um sistema instalado nas portas. Quando elas se abrem, a luz acende, ajudando a iluminar a parte interna.
“Mas tem que ser colocado mais no fundo, em um local que não dê pra enxergar a fita de LED, do contrário fica feio”, alerta Faten.
Nas cozinhas abertas ou com estilo americano, é comum o uso de uma ilha ou península, que une a área de preparo com o local de alimentação e interação social. “A ilha pode ter várias funções. Muitas vezes até substitui a mesa de jantar”, diz Faten.
Nesses casos, luminárias pendentes são ótimas para iluminar. Mas cuidado: se a mesa de refeição estiver integrada com a ilha, você tem que escolher onde vai colocar pendente. “Na ilha ou na mesa de jantar? Escolha um dos pontos para chamar mais atenção e instalar um belo lustre. Não dá pra colocar nos dois lugares, porque vão brigar esteticamente. E vai ficar feio”, adverte a arquiteta.
Ilumine os cantinhos especiais da cozinha
Alguns ambientes dentro da cozinha merecem uma iluminação mais charmosa. É o caso do cantinho do café, onde fica a cafeteira ou a máquina de expresso, com cápsulas especiais.
“Sabe aquele nicho ou balcão encostado na parede, que a gente usa para o café da manhã? Uma arandela vai muito bem nesse lugar. Dá um destaque e requinte para o ambiente”, diz Faten.
As arandelas também ajudam a destacar o cantinho de almoço, ou uma copa que fica integrada à cozinha. Lembre que esse não é mais só um cômodo de serviço ou preparo de refeições. Uma cozinha esteticamente bem pensada vai tornar o dia a dia mais agradável e servir também como área de lazer para o apartamento.
Tendência: mistura de metais
Assim como os metais que estão presentes na pia, no fogão ou nos puxadores dos armários, as luminárias também podem ser revestidas de metais. E eles não precisam, necessariamente, combinar com as demais peças da cozinha.
Sim, para a alegria daqueles que gostam de ousar, é permitido misturar os tons diferentes dos metais (rose gold, dourado, alumínio, aço carbono, cobre, latão e revestimento preto) na cozinha.
“Acabamos de vir da Semana de Design de Milão e vimos que a mistura de metais é uma tendência”, conta Faten Soueid. “Esta é uma dúvida comum dos clientes: eu quero colocar uma luminária dourada ou no golden rose, mas a banqueta da cozinha tem detalhes cromados. O que eu faço? Eu digo que pode misturar, não tem problema.”
A preocupação nesse caso, segundo a arquiteta, deve ser o estilo das peças que vão estar no mesmo ambiente. “Se você usar um lustre clássico sobre uma ilha e uma arandela minimalista, ou luminária tubular, em outra área da cozinha, não vai ficar bom. O ideal é manter o mesmo estilo no ambiente”, aconselha.
Colaboração de Marcela Guimarães
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